30/07/2016

Argentina anuncia tornozeleira eletrônica contra violência de gênero


Matéria publicada no jornal argentino Clarín na última quinta-feira (28) conta que o anúncio foi feito na Casa Rosada, a sede da Presidência argentina, e as autoridades tiveram que olhar de frente para a família de várias mulheres assassinadas. Na primeira fila e chorando, estava a mãe da adolescente Ángeles Rawson, assassinada pelo porteiro do edifício onde morava, na capital argentina. Perto, acariciando a foto da filha, estava a mãe de outra jovem, Lola Chomnalez, assassinada durante as férias no Uruguai.
Segundo a reportagem do Clarín o que o governo anunciou foi o esperado primeiro Plano Nacional para lutar contra a violência de gênero: um plano que era considerado “uma dívida do Estado”. Entre outras medidas, o programa contempla o uso da tecnologia como uma aliada para evitar mais feminicídios: tornozeleiras com geolocalizador para monitorar os agressores, aplicativos para pedir auxílio pelo celular sem ter que marcar números e mapas com lugares onde será possível pedir assistência, “que desaparecem” após serem consultados.
O “Plano Nacional de Ação para a Prevenção, Assistência e Erradicação da Violência contra as Mulheres” foi apresentado, na segunda-feira (26), pela presidente do Conselho Nacional das Mulheres, Fabiana Tuñez, que foi aplaudida pelo público.
“Vir da sociedade civil tem dessas coisas”, disse ela. Antes de aceitar o cargo no governo, Tuñez era presidente da ONG que pedia esse plano ao governo.
O jornal argentino acrescenta que também estavam presentes o presidente Mauricio Macri e a ministra de Desenvolvimento Social, Carolina Stanley.
“A violência de gênero é a que mais nos dói, a que mais nos impacta. Ela nos enfrenta a uma realidade duríssima: uma vítima a cada 37 horas”, disse Macri.
“Uma das novidades deste primeiro plano é a incorporação de tornozeleiras eletrônicas com geolocalizador para os agressores. O sistema vai permitir detetar se o agressor viola a medida judicial de restrição de aproximação à mulher e esse registro servirá como prova para que ele seja preso, se for preciso”, disse Tuñez ao Clarín.
“Há uma mudança de paradigma: até agora dávamos o botão antipânico à mulher e todo o peso de tomar cuidado recaía sobre ela. Com a tornozeleira a carga é transferida para o agressor”. Mas nem todos os denunciados terão que usá-la, isso será determinado pela Justiça de acordo com o nível de risco.
De acordo com o texto do Clarín a ideia de usar tornozeleiras para monitorar os agressores considerados de “alto risco” já foi implementada no Uruguai. Foram colocadas cerca de 800 tornozeleiras desde 2013, quando o sistema começou a ser usado. Dois ex-presos de Guantánamo, que foram recebidos pelo Uruguai em um intercâmbio humanitário, usam essa tornozeleira. As uruguaias com as quais se casaram os denunciaram: uma delas disse que o marido a ameaçava dizendo que ia “cortar a cabeça” dela.
Outra novidade do novo plano, que será desenvolvida em conjunto com o Ministério da Modernização, é um aplicativo para celulares para pedir ajuda em uma situação de emergência. Ao balançar o telefone de uma maneira determinada serão disparadas ligações para três linhas de emergência, entre elas a linha 144, finaliza o Clarín.

fonte:http://www.jb.com.br/ciencia-e-tecnologia/noticias/2016/07/28/clarin-argentina-anuncia-tornozeleira-eletronica-contra-violencia-de-genero/
foto:http://www.bierzotv.com/el-colegio-virgen-de-la-pena-de-bembibre-presenta-una-exposicion-contra-la-violencia-de-genero/

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