30/11/2011

Um quinto dos adolescentes brasileiros está fora da escola, diz Unicef

Em seu primeiro relatório sobre a situação dos adolescentes brasileiros, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira (30) que 20% dos jovens entre 15 e 17 anos de idade estão fora da escola, em uma faixa etária que abrange quase todo o ensino médio. Já entre as crianças entre 6 e 14 anos de idade vivem situação bem menos crítica, com menos de 3% sem estudar.
O documento leva em conta a evolução dos indicadores sociais entre 2004 e 2009, com foco na população de 21 milhões de pessoas – o equivalente a 11% da população brasileira – entre 12 e 18 anos. De acordo com o Unicef, esse retrato é único porque “as projeções demográficas mostram que o Brasil não voltará a ter uma participação percentual tão significativa dos adolescentes no total da população”.
A representante do Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, e de seu futuro sucessor, Gary Stahl, sugeriram que o governo federal monte um plano específico no Plano Nacional de Educação para os adolescentes fora da escola, para os que correm risco de desistirem e para os retidos no ensino fundamental. A entidade também cobrou a produção de dados, estatísticas e informações sobre o grupo de 12 a 17 anos de idade.
A entidade ligada à ONU informou que dos dez indicadores avaliados entre 2004 e 2009, oito tiveram avanços, mas o de extrema pobreza retrocedeu e o de homicídios “manteve-se estável em um patamar preocupante” no ano retrasado. A taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos era de 43,2 para cada 100 mil, enquanto a média geral era de 20 homicídios/100 mil.

O relatório também indicou que um adolescente negro tem quase quatro vezes mais risco de ser morto que um branco. Um jovem indígena tem o triplo de chances de ser analfabeto que os adolescentes em geral. “Nós estamos aqui para desconstruir um preconceito”, disse Poirier, do Unicef. “Queremos propor um novo olhar, que reconheça que os adolescentes são um grupo em si. Não são crianças grandes, nem futuros adultos. São sujeitos, com direitos específicos.”

Com base nisso, o Unicef também sugeriu “o fortalecimento das políticas públicas universais com foco específico na adolescência e um foco ainda mais específico nos adolescentes mais desfavorecidos (adolescentes afro-brasileiros, indígenas, adolescentes com deficiência e aqueles que vivem nas comunidades populares das grandes cidades, no Semiárido e na Amazônia)”.

Reportagem de Maurício Savarese 
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2011/11/30/um-quinto-dos-adolescentes-brasileiros-esta-fora-da-escola-diz-unicef.jhtm
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Dinamarca cria imposto sobre gordura de alimentos


Manteiga, leite, queijos, pizza, carnes, óleos e alimentos processados contendo mais de 2,3% de gordura saturada em sua composição estão sujeitos a aumento de impostos na Noruega desde 1º de outubro.
Alguns consumidores começaram a estocar os alimentos para burlar os preços, enquanto produtores dizem que o imposto consiste em um pesadelo burocrático.
As autoridades dinamarquesas esperam que o imposto ajude a limitar o consumo da população de alimentos gordurosos.
Entretanto, estudiosos acreditam que a gordura saturada pode ser o alvo errado. De acordo com eles, uma maior atenção deve ser dada a alimentos como sal, açúcar e refinados, que são mais prejudiciais à saúde.


Você sabe o que é gordura saturada?



Gordura saturada é constituída por triglicérides, e contém ácidos graxos saturados, onde seus átomos de carbonos se ligam ao maior número de átomos de hidrogênio. É o tipo de gordura encontrado especialmente em alimentos de origem animal e normalmente, quando em temperatura ambiente são sólidos. Difere dos alimentos de origem vegetal que a principio são liquidas e pobres em gorduras saturadas. Os alimentos de origem vegetal como o coco e palma do óleo, embora possuam gordura saturada, eles contêm um tipo especial de ácidos graxos que não provocam aumento dos níveis de colesterol do sangue, portanto considerados alimentos saudáveis.
Alimentos com Gordura Saturada
Os alimentos provenientes de origem animal possuem bastante gordura saturada entre eles podemos citar: a gordura da carne de boi, vaca ou porco; a pele das aves; o leite e seus derivados como: manteiga, queijos, creme de leite, iogurte, nata, etc.
A gordura saturada contribui na retenção e na produção de energia, que através do consumo excessivo dos alimentos que contenha tal substância favorecerá o depósito desta gordura nos tecidos do corpo, em especial por baixo da pele provocando a obesidade, ocorrerá o depósito nas artérias que provocará a arteriosclerose, aumentando o risco de problemas cardiológicos, além de vários tipos de câncer e aumento do colesterol.

fonte:http://www.vaicomtudo.com/gordura-saturada.html
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Conflitos sociais se multiplicam nas fábricas chinesas


O índice de produção industrial compilado pelo banco HSBC mostra que as encomendas das empresas chinesas recuaram, em novembro, para seu nível mais baixo em 32 meses: esse índice se situa em 48, segundo uma estimativa preliminar, contra 51 em outubro, sendo que um número inferior a 50 indica uma contração da atividade. Mas novembro também foi o mês mais tumultuado nas fábricas, com uma greve nas linhas de produção da Honda e uma série de suicídios em um complexo da gigante fabricante de componentes eletrônicos Foxconn, na primavera de 2010, que evidenciaram um crescimento no descontentamento dos operários. Assim, no dia 22 de novembro uma greve interrompeu a produção na Jingmo, um grupo taiwanês que monta teclados e outros acessórios para marcas como Apple e IBM. Segundo a associação China Labor Watch, os gerentes impunham aos empregados horas de trabalho noturno, das 18h à meia-noite e às vezes mais tarde, para concluir jornadas que começavam às 7h30. No dia 14 de novembro, milhares de operários, temendo por seus empregos e queixando-se de não terem sido informados, organizaram uma paralisação em cinco fábricas da Pepsi, quando a gigante dos refrigerantes anunciou a cessão de suas atividades locais de engarrafamento para um grupo chinês.
Outro movimento estourou, no dia 17 de novembro, em Dongguan, cidade operária ao norte de Shenzhen, onde 7 mil empregados da Yuecheng, fornecedora de marcas como New Balance e Nike, interromperam a produção durante uma semana. No mês anterior, dezoito gerentes da fábrica haviam sido dispensados e os operários suspeitavam de uma transferência da fábrica para Jiangxi, província onde a mão de obra é mais barata. No fim do mês de outubro, operários que fabricavam relógios Citizen em Shenzen também mencionaram o medo de que a produção fosse transferida para outro lugar, após o Ano Novo chinês (no final de janeiro), para justificar uma paralisação no trabalho. Essas "transferências internas" são apresentadas como uma solução em longo prazo para o mal-estar de migrantes que sofrem com o afastamento das famílias. Diante da alta nos custos de mão de obra, elas evitam que a China perca seus empregos para o Sudeste Asiático e permitem que as províncias costeiras sonhem com um desenvolvimento.
Mas, nem por isso, causam menos ansiedade. "Algumas fábricas estão se mudando para regiões mais baratas, o que cria um ambiente tenso. Os trabalhadores se perguntam por quanto tempo sua fábrica continuará aberta", constata Geoffrey Crothall, porta-voz da associação China Labour Bulletin, em Hong Kong. "E ao mesmo tempo a demanda vem se desacelerando". As margens de manobra dos empresários são limitadas. É preciso aumentar os salários em período de inflação para segurar esses operários que não hesitam mais em se rebelar e se coordenam através de mensagens SMS e microblogs. Em Shenzen, as autoridades locais estão impondo um aumento de 15% do salário mínimo em janeiro de 2012.
Reduzir os impostos
Mas, os mercados de exportação têm encomendado menos e o próprio crescimento chinês desacelerou para 9,1% no terceiro trimestre, contra 9,7% no início do ano, sob o peso de uma política monetária mais rigorosa.
Para segurar investidores prejudicados por esse aumento no custo da mão de obra, Dongguan, cidade das fábricas de trabalho em regime semiescravo, cuja economia depende basicamente das exportações, propôs reduzir os impostos de 300 milhões de yuans (R$ 86 milhões) ao ano infligidos às fábricas, segundo o "South China Morning Post". Setenta por cento das fábricas dessa cidade dizem estar com problemas financeiros. As queixas mais "clássicas", tais como pela melhora nos métodos retrógrados de gerenciamento, também figuram entre as reivindicações dos trabalhadores, e elas mesmas se acentuam na fase de desaceleração.
Cerca de 400 operárias da fábrica de sutiãs Topform suspenderam o trabalho durante cinco dias a partir de 16 de novembro, em protesto contra “um sistema de pagamento por peça e cotas de produção diária impossíveis de cumprir”, segundo o China Labor Watch.
A greve foi desencadeada por palavras particularmente chocantes de um contramestre cantonês, que se irritou com uma funcionária que só entendia mandarim. Referindo-se ao delicado assunto dos suicídios de trabalhadores imigrantes, ele disse à operária: "Pule do telhado e vá para o inferno!"

Reportagem de Harold Thibault para o jornal francês Le Monde
Tradução: Lana Lim 
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2011/11/29/conflitos-sociais-se-multiplicam-nas-fabricas-chinesas.jhtm
foto:bbc.co.uk

Suécia é "ilha de prosperidade" em meio à crise na União Europeia

Assim como a Grã-Bretanha, a Suécia decidiu não adotar o euro como moeda, apesar de fazer parte da União Europeia. As semelhanças entre os dois países, porém, param por aí. Enquanto a economia britânica patina, a Suécia aparece como uma verdadeira “ilha de prosperidade” em meio às perspectivas negativas na região.
Os juros pagos pelos títulos da dívida sueca (com classificação de segurança máxima pelas agências de risco) são atualmente os mais baixos em toda a União Europeia, até mesmo que os da Alemanha, normalmente tidos como referência por serem os mais baixos.

A economia sueca foi a que mais cresceu no ano passado na União Europeia (5,6%) e tem previsão de crescimento de 4% neste ano.
A relação entre a dívida pública e o PIB está em queda acentuada, de 50,3% em 2004 para estimados 36,3% neste ano (maior apenas que as de Estônia, Bulgária e Luxemburgo na UE).

A taxa de desemprego, que chegou a 9% após a crise global de 2008, caiu a 7,2% em setembro deste ano, segundo o último dado disponível.
“A Suécia é quase um caso especial em toda a Europa, porque sua economia continua a manter fundamentos fortes, como finanças públicas sólidas, uma indústria competitiva, um mercado de trabalho que funciona bem e um sistema bancário comparativamente robusto”, afirma Neil Prothero, analista para Europa Ocidental da Economist Intelligence Unit, o braço de pesquisas da revista britânica "The Economist".
“O país permanece em uma situação mais bem posicionada para absorver um grande choque econômico que a maioria, se não todos, os parceiros da União Europeia”, observa.
Apesar do quadro favorável, um relatório da Comissão Europeia (o braço executivo da UE) divulgado no início do mês adverte que o país não passará totalmente incólume à crise na zona do euro.
“Nos últimos meses a crescente incerteza sobre o risco soberano na zona do euro e suas implicações para o crescimento econômico minou a confiança empresarial e dos consumidores, que caiu acentuadamente para níveis normalmente observados em conexão com crescimento muito lento ou negativo”, diz o relatório.
Segundo o documento, os dados econômicos do terceiro trimestre deste ano mostraram “sinais em ambas as direções, com a produção industrial e novos pedidos em um caminho de queda leve, enquanto a produção de serviços se mantém firme”.

Reportagem de Rogerio Wassermann
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2011/11/29/suecia-e-ilha-de-prosperidade-em-meio-a-crise-na-uniao-europeia.jhtm
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Semana da Conciliação obteve 574 mil acordos em edições

O Judiciário brasileiro fez 1,2 milhão de audiências de conciliação durante as cinco edições anuais da Semana Nacional de Conciliação, de 2006 a 2010. Nesse período de esforço concentrado da Justiça em todo o país para resolver conflitos por meio das conciliações, o total de audiências permitiu a formalização de 574 mil acordos em valores homologados que somaram R$ 3,5 bilhões. Os dados foram consolidados pelo coordenador do Movimento pela Conciliação do Conselho Nacional de Justiça, conselheiro José Roberto Neves Amorim, com base nos resultados observados ao final do período das semanas nacionais.
“A conciliação é uma prática que veio para ficar. É uma condição de pacificação social necessária e definitiva para o Judiciário brasileiro”, afirmou o coordenador. De acordo com o conselheiro, dentre as várias vantagens da prática de mediação de conflitos destacam-se deixar a Justiça mais aberta para a população, melhorar o atendimento aos jurisdicionados e desafogar o estoque de processos existente nos tribunais.
Sobre o fato de ser este o primeiro ano da campanha após a implantação dos núcleos e centros de conciliação nos estados, nos moldes do que determina a Resolução 125 do CNJ (que instituiu a Política Nacional de Conciliação), o conselheiro deixou claro que o CNJ não tem encontrado dificuldades por parte dos tribunais.
“Tanto a administração dos tribunais como magistrados e servidores já perceberam que a conciliação contribui para a redução dos processos e dos conflitos como um todo. Por isso, a facilidade com que a determinação foi implantada logo no início do ano e a existência de tantas centrais voltadas para a mediação de conflitos no país”, destacou.
O conselheiro ressaltou que para a edição da Semana Nacional de Conciliação deste ano, o CNJ fez contatos com os maiores litigantes do país e com agências reguladoras, sobretudo de telecomunicações (Anatel) e de energia elétrica (Aneel), já que se trata de dois setores que concentram processos de muitos consumidores – as chamadas demandas judiciais de massa.
Como consequência, boa parte das empresas destes segmentos deve atuar como parceiras nas audiências de conciliação que acontecem até o final desta semana em processos nos quais estão envolvidas.
José Roberto Neves Amorim chamou a atenção para a importância de serem estimuladas as pessoas que possuem litígios  para conciliar ainda na fase pré-processual.
“Os números revelam que a Conciliação precisa ser disseminada muito mais, porque ajuda a desafogar a Justiça não apenas nos processos que estão dentro dos tribunais. Precisamos estimular a mediação dos litígios também durante a fase pré-processual”, destacou.

Justiça do Trabalho
Até meio-dia desta terça-feira (29/11), a Justiça do Trabalho homologou R$ 45.871.359 em acordos efetuados em fase de execução, momento em que são cobradas as dívidas trabalhistas. De acordo com relatório analítico do Conselho Nacional de Justiça, das 3.197 audiências de conciliação em fase de execução designadas, 2.659 foram feitas. O total de acordos homologados (em número de processos) chega a 1.148.

O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região foi o que mais fechou acordos em execução até agora (485 no total), uma vez que a Semana Nacional da Execução começou mais cedo em São Paulo. Os outros dois TRT´s com maiores índices foram os da 9ª Região (PR), com 224 acordos homologados, e os da 21ª Região (RN), com 139 conciliações em execução. Vale destacar que alguns tribunais ainda não enviaram os dados ao CNJ.
A soma total dos acordos efetuados em segundo grau, pela Justiça do Trabalho, em fase de execução chega a R$ 311.400. Na fase de conhecimento, foram homologados R$ 10.670.180, tendo sido designadas 2.517 audiências, sendo que 1.925 foram efetivamente feitas.

fonte:http://www.conjur.com.br/2011-nov-29/semana-conciliacao-574-mil-acordos-cinco-edicoes
foto:acesso343.blogspot.com

Viena é melhor cidade do mundo para se morar, diz pesquisa

Se você estiver pensando em mudar de cidade, de país...


A excelente infraestrutura de Viena, as ruas seguras e o bom serviço público de saúde fazem da cidade o melhor lugar do mundo para se morar, disse o grupo de consultoria Mercer em uma pesquisa mundial que colocou Bagdá em último lugar.

Cidades alemãs e suíças se destacaram na lista de melhor qualidade de vida, com Zurique, Munique, Dusseldorf, Frankfurt, Genebra e Berna entre as primeiras 10. Nenhuma cidade do Brasil ou da América do Sul é citada na pesquisa.

A capital austríaca, Viena, com suas belas construções, parques públicos e rede extensa de ciclovias, reduziu recentemente o custo de sua passagem anual de transporte público para 1 euro por dia.

Crimes graves são raros e a cidade de cerca de 1,7 milhão de habitantes geralmente está entre as melhores nas pesquisas mundiais para qualidade de vida.

Mas a Mercer alertou que as cidades europeias que estão no topo do ranking não deveriam deixar de se preocupar após receberem uma boa classificação no ranking, que avaliou mais de 200 cidades.

"Elas não estão imunes a uma redução no padrão de vida se a turbulência econômica persistir", disse o pesquisador da Mercer, Slagin Parakatil, no site da empresa.

A Mercer, que também classificou as cidades segundo o quesito de segurança pessoal, deu uma avaliação ruim para Atenas devido aos confrontos entre manifestantes e policiais e a instabilidade política.

"Em 2011, Atenas está entre as piores no ranking de segurança pessoal entre as cidades europeias", disse Parakatil.

Oslo também caiu para o 24o lugar em outra avaliação de segurança por conta do massacre cometido por Anders Breivik, em julho. Geralmente, a cidade estaria entre as primeiras 15, disse a empresa de consultoria.

A instabilidade política em Bagdá, a segurança pública ruim e os ataques contra moradores locais e estrangeiros fazem da cidade o pior lugar do mundo para se morar em 2011, tanto em termos de qualidade de vida quanto em termos de segurança, segundo a pesquisa.

A instabilidade política e econômica na África e no Oriente Médio também foi responsável pela queda nas avaliações dessas regiões.

"Muitos países como a Líbia, o Egito, a Tunísia e o Iêmen tiveram uma queda considerável nos índices de qualidade de vida", disse Parakatil.

"A reconstrução política e econômica nesses países, junto com o financiamento que servirá às necessidades humanas básicas, certamente impulsionarão a região."

Ele disse que apesar de a perspectiva ser incerta para a maior parte do mundo devido à turbulência econômica e política, cidades na Ásia-Pacífico pareciam ter se beneficiado graças à estabilidade política e ao crescimento sustentado.

Auckland, Sydney, Wellington, Melbourne e Perth ficaram entre as 20 melhores para qualidade de vida em 2011, enquanto Cingapura foi a cidade asiática mais bem avaliada, em 25o lugar.

As 10 melhores cidades para qualidade de vida, segundo a pesquisa Mercer:

1 Viena (Áustria)

2 Zurique (Suíça)

3 Auckland (Nova Zelândia)

4 Munique (Alemanha)

5 Dusseldorf (Alemanha)

5 Vancouver (Canadá)

7 Frankfurt (Alemanha)

8 Genebra (Suíça)

9 Berna (Suíça)

9 Copenhague (Dinamarca)


Reportagem de Sylvia Westall
http://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE7AS05C20111129?pageNumber=2&virtualBrandChannel=0&sp=true
foto:webluxo.com.br




No Brasil, a capital é a melhor cidade brasileira em qualidade de vida



A capital brasileira registrou a melhor posição no ranking de qualidade de vida elaborado pela consultoria Mercer. A pesquisa mundial, divulgada nesta terça-feira, coloca Brasília na 101ª posição, enquanto Rio de Janeiro e São Paulo aparecem nos 114º e 116º lugares, respectivamente.

O estudo classificou 221 cidades em 10 categorias, incluindo: ambiente político, social, econômico e sócio-cultural; condições de saúde e saneamento básico; escolaridade; serviços públicos e de transporte; recreação e bens de consumo.
As localidades pesquisadas foram comparadas à Nova York, que foi considerada cidade-base no levantamento. É importante destacar que as principais metrópoles ao redor do globo estão longe de serem consideradas "grandes exemplos" de qualidade de vida, já que os níveis de criminalidade e os congestionamentos em ruas e avenidas, por exemplo, não beneficiam a população.

Entre as cidades da região, Montevidéu ficou em 77º lugar. Na sequência aparece a capital da Argentina, Buenos Aires, na 81ª posição, à frente de Santiago do Chile (90ª colocação) e Cidade do Panamá (93º).

Em relação à segurança pessoal, considerando elementos como estabilidade interna, criminalidade, eficácia no cumprimento de leis e as relações internacionais do país destino, Brasília figurou na 131ª posição. Rio de Janeiro e São Paulo ocuparam, respectivamente, a 172ª e a 178ª.




fonte:http://exame.abril.com.br/economia/brasil/noticias/ranking-aponta-brasilia-como-a-melhor-cidade-brasileira-em-qualidade-de-vida
foto:tradutoracarol.com.br

29/11/2011

O Brasil em clima de conciliação


Ontem começou em todo o País a 6ª edição da Semana Nacional de Conciliação. Os excelentes resultados obtidos (e em constante ascensão) reforçam a certeza de que uma luta que iniciei anos atrás tem razão de ser e mais do que isto, comprovam a ânsia da sociedade pela substituição da cultura do litigio pela da paz. Por isso mesmo escolhi como tema da minha tese de doutorado da Universidad del Museo Social Argentino (UMSA) em Buenos Aires, na qual defendi a necessidade de uma capacitação permanente com base na filosofia holística dos operadores de direito na área de conciliação em todos os níveis do Judiciário. 
É o momento de conciliar, de dar uma chance aos devedores físicos e jurídicos de limparem seus nomes e começarem de novo, assumindo responsabilidades e tendo a oportunidade de gerar empregos e garantir assim a dignidade de tantos outros cidadãos.É o momento também de pensarmos naqueles que pagam seus débitos em dia e sentem-se excluídos e injustiçados. Por que não um desconto nas taxas e encargos sociais que contempla os bons pagadores como uma forma de atingir o Princípio da Isonomia. São idéias que lanço no ar, são propostas que faço visando o bem comum, o desenvolvimento da sociedade como um todo e principalmente em nome de uma Justiça que atinja a todos sem exceção.


Notícias da Semana Nacional de Conciliação

Conciliadores passam por treinamento no Mato Grosso

Conciliadores e mediadores do Poder Judiciário de Mato Grosso realizam audiências de conciliação esta semana nos Juizados Especiais de Cuiabá. A ação faz parte do estágio supervisionado, referente ao Curso de Formação de Medidor e Conciliador. Cada um deles deve promover ao menos dez sessões para receber o certificado final. O treinamento também serve de preparo para a Semana Nacional de Conciliação que acontece de 28 de novembro e 2 de dezembro.
A Prefeitura Municipal de Cuiabá, por intermédio de um convênio firmado com o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, propôs a inclusão de dois mil processos de execução, referentes a dívidas de ISS, IPTU e multas diversas. Conciliadores preparados para estas ações serão disponibilizados, podendo atender partes que queiram incluir processos durante o evento.
O mediador voluntário do Núcleo de Conciliação do TJMT, Ademir Ajala Cristaldo Júnior, vai supervisionar 15 estagiários do Curso de Direito na Semana de Conciliação, contratados exclusivamente para atuarem nos processos de execução propostos pela prefeitura. “Os estagiários passaram por oito horas de capacitação na Escola dos Servidores, onde foram informados sobre como proceder durante a mediação”, explicou.
Para ser voluntario, Ademir Júnior e outros 24 colegas passaram por um curso de formação de 40 horas, promovido entre os dias 17 a 21 de outubro deste ano pelo Núcleo Permanente de Conciliação do TJMT. “A intenção é que os mediadores voluntários sejam multiplicadores dessa capacitação para novos voluntários. Ainda passaremos por cursos no CNJ (Conselho Nacional de Justiça)”, antecipa.


    Circuito da Conciliação busca acordo em mais de 3 mil processos no Parána


No Paraná, as audiências ocorrem simultaneamente em 36 unidades judiciárias (34 Varas do Trabalho e os Juízos Auxiliares de Conciliação de 1º e 2º Graus – JACs 1 e 2). Em Curitiba, as audiências ocorrerão nos Juízos de Conciliação, na Avenida Vicente Machado, 400, no prédio anexo, 6º andar, das 9 às 17 horas. Também irão ocorrer na 5ª, 7ª, 8ª, 12ª e 13ª Varas do Trabalho.
Dentre os três mil processos em negociação, há um cujo pedido veio de forma inusitada. O ex-sócio de uma empresa de importação e exportação alimentícia quer o desbloqueio de sua conta bancária e fez, ele mesmo, o pedido à Justiça em um papel escrito a mão. Sem advogado e sem mais nenhum vínculo com a empresa, solicitou uma conciliação. Na Justiça do Trabalho, é possível peticionar sem a assistência de um advogado.
Para ajudar a encontrar as partes integrantes dos processos trabalhistas e tentar acordo, os Juízos Auxiliares de Conciliação de 1º e 2º Graus (Jacs1 e 2) trabalham intensamente, inclusive com a ajuda de uma nova ferramenta: o Facebook. “A nossa página já contatou várias pessoas que nos retornaram em busca de informações sobre os processos pendentes”, explica a chefe da Divisão de Conciliação, Marieta Giannico de Coppio Siqueira Nobile. 
Quem quiser seguir as novidades sobre a conciliação no TRT-PR no Facebook pode acessar a página diretamente no site www.facebook/jacs.trtpr. As audiências de conciliação serão realizadas nas seguintes unidades judiciárias: Juízos Auxiliares de Conciliação de 1º e 2º Grau (Jac1 e Jac2), Varas do Trabalho de Apucarana, Assis Chateaubriand, Bandeirantes, Cambé, Castro, Campo Mourão, Dois Vizinhos, Francisco Beltrão, Jacarezinho, Jaguariaíva, Nova Esperança, Palmas, Paranavaí, Wenceslau Braz, 5ª, 7ª, 8ª, 12ª e 13ª Varas de Curitiba, 2ª Vara de Foz do Iguaçu, 2ª, 5ª e 7ª Varas de Londrina, 2ª e 5ª Varas de Maringá, 3ª Varas de Paranaguá, 1ª e 2ª Varas de Ponta Grossa, 1ª, 2ª e 3ª Varas de São José dos Pinhais, 1ª e 2ª Varas de Umuarama e Posto de Atendimento de Palotina.



fonte:http://www.cnj.jus.br/index.php?option=com_content&view=article&id=17162:circuito-da-conciliacao-busca-acordo-em-mais-de-3-mil-processos-no-pr&catid=224:judiciario&Itemid=584
foto:brasildiario.com

França: Justiça anula decisão contra cultivo de milho transgênico


O Conselho de Estado, a mais alta jurisdição administrativa da França, anulou nesta segunda-feira a decisão que impedia o cultivo de milho transgênico MON810 do gigante agroquímico americano Monsanto adotada pelo governo francês em 2008 e questionada pela Corte de Justiça europeia.
"O Conselho de Estado destaca que o ministério da Agricultura não pôde justificar sua competência para adotar os decretos, por não ter provas sobre a existência de um nível de risco particularmente elevado para a saúde ou o meio ambiente".
"Em aplicação da decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, o Conselho de Estado anula os decretos do ministério da Agricultura impedindo a distribuição e o uso de sementes de milho OGM MON810 e proibindo o cultivo dessas variedades", destaca o Conselho de Estado em sua resolução.
No entanto, após ser divulgado o comunicado do Conselho, a ministra da Ecologia, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse estar "mais decidida e convencida da necessidade de proibir o cultivo da Monsanto 810 na França". "Estamos estudando as modalidades jurídicas para manter a proibição".
Em 8 de setembro de 2011, a Corte de Justiça da União Europeia considerou que os Estados "não têm competência" para suspender ou proibir o uso ou a venda de OGM, exceto se "estabelecerem a existência (...) de um risco importante para a saúde humana, animal ou o meio ambiente".
Essa instância pediu à França que revisasse sua posição, não por questões de fundo, mas por questões de procedimento, segundo o advogado Arnaud Gossement, especialista em direito do meio ambiente.
"Recebemos positivamente" a decisão do Conselho de Estado, afirmou a associação Iniciativas Biotecnológicas Vegetais, que reúne fabricantes de sementes e de produtos fitosanitários, pois considera que "em período de crise, é necessário que os agricultores disponham de todas as ferramentas necessárias para sua competitividade".
A importância e o cultivo do MON810, variedade de milho concebida para resistir melhor à mariposa piral, foi autorizada na UE em 1998.
Mas há alguns anos, Alemanha, França, Grécia, Áustria, Hungria e Luxemburgo aplicam uma cláusula de salvaguarda que lhes permite proibir o cultivo de variedades geneticamente modificadas, em particular o MON810, símbolo da luta contra os Organismos Geneticamente Modificados (OGM).

Reportagem de Gabriela Calotti
fonte:http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5gw-gNXhxxKYsRjUOnNpO2ki0UwlA?docId=CNG.3efe205fd54ad4f34e19043cd7a66d86.1e1
foto:centrodeestudosambientais.wordpress.com

Brasil é o quarto país que mais usa a arbitragem

O Brasil é atualmente o quarto país que mais utiliza a arbitragem no mundo. Das quase 100 entidades arbitrais em funcionamento no país, estima-se que as seis principais recebem cerca de 100 novos casos por ano. "As instituições brasileiras estão evoluindo muito, mas o modelo judiciário ainda recebe uma demanda muito grande. O aparato judiciário continuará a receber cada vez mais se não houver uma reforma cultural", alerta o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, durante o seminário "Arbitragem e Segurança Jurídica", promovido pelo jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira (28/11) em São Paulo.
De acordo com o ministro do STF, ainda existe uma resistência dos juízes aos modelos alternativos para a solução de conflitos, como a arbitragem. No entanto, Gilmar Mendes avalia que os 15 anos da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96) mostram uma importante contribuição na área jurídica. "Hoje, no Brasil, temos 80 milhões de processos na Justiça. A arbitragem não se faz em detrimento do Judiciário, mas estamos avançando quando oferecemos mais segurança jurídica e autonomia às partes. São processos que não vão se somar a esse número."

O consenso entre os participantes do seminário é que a cultura judiciária no Brasil ainda é muito forte. "É positivo, mas há um exagero. Ainda rejeitamos qualquer tipo de solução fora do Judiciário", constata Gilmar Mendes.
Para o advogado Modesto Carvalhosa, é alto o grau de segurança no uso da arbitragem no país. "Temos uma lei abrangente sobre o assunto; o país é signatário de convenções internacionais que prestigiam a arbitragem; as partes têm autonomia e contam com importantes e respeitáveis câmaras de arbitragem no país. Portanto, temos as condições que conferem às partes o respeito necessário sobre arbitragem."
Carvalhosa menciona o estudo realizado pela World Justice Project (WJP) em que a entidade analisou o grau de segurança jurídica de 66 países e classificou o Brasil em segundo lugar na América Latina (atrás do Chile) e o primeiro dentre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

Cultura
O ministro do Superior Tribunal de Justiça, Cesar Asfor Rocha, acredita que o problema que pode gerar insegurança é a falta de convivência com a própria arbitragem. "Nós estamos aprendendo a importância da arbitragem, mas a ausência de cultura da solução amigável ainda mostra um pouco a falta de comprometimento em envolver mais a magistratura nessas soluções alternativas", afirma.

Asfor Rocha acredita que algumas discussões que envolvem a arbitragem já foram superadas; outras continuam persistindo. "Antes, discutíamos a caução em homologação de sentença extrajudicial. Hoje, esta discussão parece descabida." Já as homologações de sentenças que invocam a ordem pública podem ser ainda bem estridentes, mas o ministro do STJ afirma que são raras. 
O calcanhar de Aquiles da arbitragem, segundo Asfor Rocha, são as cautelares. "É o ponto que precisa ser aperfeiçoado, pois o juiz não tem como ignorar o mérito, por mais que ao tribunal não caiba reexame de prova. Ainda se exige uma solução mais específica sobre isso." Mesmo quando superadas as questões de competência, as partes ainda encontram na cautelar um jeito de suspender a execução alcançada na arbitragem. No entanto, as decisões dos tribunais têm se mostrado no sentido de não "voltar a rediscutir o assunto". Já as medidas coercitivas, ressalta Carvalhosa, devem ser decididas mesmo no Judiciário, em fase de execução.
De acordo com o ministro Gilmar Mendes, não existe um estudo que mostra como a arbitragem desonera o Judiciário. No entanto, para ele, o foco não está na quantidade, mas no fator tempo. "Existem pessoas que desistem do Judiciário por conta da demora, mas tenho a impressão de que a visão é positiva do que se faz hoje. Há um respeito sobre a qualidade da prestação jurisdicional."
Carvalhosa diz que existe um universo de contratos com cláusula arbitral que não chega ao Judiciário, por isso deixarão de somar-se à demanda. Asfor Rocha concorda que o impacto quantitativo sobre o número de processos na Justiça não é o mais importante. "O significativo será na imagem do Judiciário na medida em que as partes vêm à arbitragem e têm resolvidos seus conflitos. Isto é importante porque, com a globalização, o respeito é fundamental para atrair investimentos para o Brasil."

Reportagem de Liíliam Raña
http://www.conjur.com.br/2011-nov-28/brasil-quarto-pais-usa-arbitragem-mundo
foto:alertsequalificacao.wordpress.com

Juízes federais e trabalhistas param amanhã

“Nossa mobilização tem o objetivo de chamar a atenção não apenas dos Três Poderes do Estado, mas de toda a sociedade brasileira para esta realidade. Buscamos um Judiciário independente, que preste uma Justiça rápida  e acessível e que, no âmbito criminal, não admita a impunidade e a corrupção em nosso país”. A declaração é de Gabriel Wedy, presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe). Na quarta-feira (30/11), a magistratura federal fará uma paralisação nacional.
A entidade reafirma que a mobilização não é uma greve. A Ajufe convocou os juízes federais a se reunirem nas sedes das respectivas seções judiciárias para debater os assuntos do interesse da magistratura federal e esclarecer a imprensa e opinião pública sobre os objetivos do movimento. Mesmo durante a paralisação, as ações urgentes serão apreciadas.
A paralisação acontece um dia depois de a entidade enviar para a Advocacia Geral da União as citações e intimações acumuladas desde o dia 17 de outubro, como outra forma de pressionar o Executivo.
“Precisamos construir uma agenda positiva para o Judiciário. As cúpulas dos Três Poderes precisam sentar à mesa e conversar sobre o assunto. Os juízes estão sem segurança, mais de 200 ameaçados de morte segundo o CNJ, embora o número na realidade seja bem maior. Nos últimos seis anos os juízes acumulam perdas inflacionárias nos seus subsídios de mais de 30%, tendo recebido no período apenas 8% na revisão destes”, argumentou Wedy.
Como a entidade havia prometido, a mobilização conta com o apoio de 3,6 mil juízes trabalhistas. Serão suspensas 20 mil audiências em todo país. Juntas, as duas classes lutam por melhorias nas condições de trabalho, de saúde e remuneratória e também política previdenciária. O ato coincide com a semana de conciliação promovida pelo Conselho Nacional de Justiça.
No Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região (Mato Grosso), por exemplo, 76 juízes cruzarão os braços. As audiências previstas para a data serão remarcadas, mas será mantido plantão para atendimento a casos de urgência. Um ato público acontece às 11 horas no Plenário II do tribunal.
O presidente da Associação dos Magistrados do Trabalho da 23ª Região, Ivan Tessaro, conta que essa é a primeira vez que algo parecido acontece em protesto contra a política salarial do governo federal que acumula perdas inflacionárias à categoria desde 2006, quando foi definido o teto máximo do serviço público. As perdas chegam a 22%, porém o governo só acenou 5% de recomposição. “Também necessitamos de mais segurança no exercício das funções, hoje muitos de nós sofrem ameaças constantemente e são submetidos ao estresse de cumprir seu dever constitucional mesmo sob risco de sua segurança própria e da família”, explica.
A paralisação foi decidida durante assembleia da Ajufe e tem apoio da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). 

fonte:http://www.conjur.com.br/2011-nov-28/juizes-federais-trabalhistas-paralisam-trabalhos-quarta
foto:serpro.gov.br

Grupo argentino entra no controle da Usiminas por R$ 4,1 bi


O grupo siderúrgico argentino Ternium anunciou na noite de domingo que fechou acordo com os conglomerados brasileiros Votorantim e Camargo Corrêa para compra de suas participações na Usiminas, maior produtora de aços planos do Brasil.
Sob o acordo, a Ternium vai pagar R$ 36 por ação ordinária da Usiminas e vai financiar a aquisição da participação de R$ 4,1 bilhões (cerca de US$ 2,2 bilhões) com dinheiro e dívida. Segundo a Ternium, da qual a Usiminas era acionista até o início deste ano, o grupo de controle da siderúrgica brasileira será formado por Nippon (46,1%), Ternium/Tenaris (43,3%) e Caixa dos Empregados da Usiminas (10,6%).

Anteriormente, Camargo Corrêa e Votorantim tinham uma participação combinada de 26% do capital votante da Usiminas. O valor do acordo representa um ágio de quase 83% sobre o preço de fechamento das ações ordinárias da Usiminas na sexta-feira.

"Com Nippon Steel, Usiminas e Ternium trabalhando juntas, poderemos melhorar a competitividade de cada companhia em tecnologia, qualidade de eficiência de custo e oferecer uma ampla variedade de produtos do México à Argentina", afirma a Ternium em comunicado. Representantes da Usiminas não estavam imediatamente disponíveis para comentar o assunto.

Por sua parte, a Votorantim informou em comunicado que a venda da participação na Usiminas faz parte da estratégia de focar investimentos nos segmentos industriais considerados mais importantes para o grupo: cimento, metais, aços longos, celulose e suco de laranja.


fonte:http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201111281011_RTR_SPE7AR01J
foto:revistaportuaria.com.br

Rio Grande do Sul tem maior índice de casos de Aids por habitante do País

Os dados divulgados ontem pelo Ministério da Saúde sobre a situação da Aids no Brasil reforçam o desafio que o governo do Estado e a prefeitura de Porto Alegre têm pela frente no combate à doença. De acordo com a versão preliminar do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011, o Rio Grande do Sul é o estado e Porto Alegre é a capital com o maior índice de casos de Aids no Brasil. O boletim contém informações concluídas sobre o ano de 2010.

O Estado lidera o ranking de incidência do vírus por 100 mil habitantes, com 27,7 casos. Em segundo lugar, está Roraima, com 26 casos. Santa Catarina é o terceiro, com 23,5. Já Porto Alegre lidera o ranking das capitais com muito mais folga em relação ao segundo colocado. A capital gaúcha apresenta 99,8 casos a cada 100 mil pessoas. Em segundo lugar está Florianópolis, com 57,9 casos a cada 100 mil habitantes, e em terceiro está Manaus, com 50,9/100 mil. No total, entre as dez cidades com maior incidência no País, cinco são gaúchas. 
Porto Alegre, que havia apresentado uma queda de 2008 para 2009 (passou de 106,7 para 98,5 por 100 mil), teve um aumento no índice em 2010. Já no Estado o índice vem caindo desde 2008, quando era de 29,8 (em 2009 foi de 28,2 casos a cada 100 mil pessoas).

"Esses números são um desafio para qualquer gestor público da área de saúde. E é um desafio para a sociedade também. O gestor não conseguirá reverter essa dura realidade sozinho", afirma Gerson Winkler, coordenador da área técnica de DST/Aids da Secretaria Municipal de Saúde da Capital. Winkler acredita que o sistema de saúde tem de ser melhorado, principalmente nas questões relacionadas à informação e ao diagnóstico. Conforme ele, os números muito menores das outras capitais podem se dar em razão de problemas na notificação de casos, mas isso não justifica os índices de Porto Alegre. "Nossa boa notificação não é a causa da nossa incidência, que é muito alta. Temos de encarar isso como uma realidade", enfatiza.

Um dos problemas constatados pela secretaria está na diminuição do uso de preservativos. "Temos um relaxamento na prevenção. Há uma queda na procura por preservativos nos postos de saúde", observa o coordenador da área na Capital.

O coordenador da seção de DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde, Ricardo Charão, diz que os dados de ontem não trazem novidades. "Há cinco anos o Rio Grande do Sul está entre os dois com mais incidência. Temos tido, nos últimos quatro ou cinco anos, cerca de 3,5 mil novos casos por ano no Estado", observa.

Conforme ele, a epidemia no Estado está "altamente concentrada" na Região Metropolitana da Capital. Os eixos metropolitanos de Caxias do Sul, Pelotas e Rio Grande também são alvo do foco da secretaria. "Entendemos que é necessário ampliarmos as ações de educação para a saúde e de acesso ao diagnóstico. É preciso investimento nessas áreas", diz.

Charão confirma que há diminuição na busca por preservativos no sistema público e destaca que não há falta da proteção nos postos. "A pessoa pode pegar a quantidade que quiser, sem se identificar", garante. A secretaria estadual lançará uma campanha publicitária na quinta-feira, Dia Mundial de Combate à Aids, destacando cinco pontos relativos à importância do diagnóstico precoce: o exame de HIV é sigiloso; é gratuito; está disponível na rede pública; não necessita de requisição médica; e as pessoas devem ir buscar os resultados.

O Ministério da Saúde considera que a epidemia de Aids está estabilizada no Brasil. Conforme a pasta, a prevalência (estimativa de pessoas infectadas pelo HIV) da doença permanece estável em 0,6% da população, enquanto a incidência (novos casos notificados) teve leve redução de 18,8 por 100 mil habitantes em 2009 para 17,9 em 2010.


"Estamos investindo na expansão da testagem rápida para garantir o diagnóstico o mais breve possível. Quanto mais cedo o vírus é descoberto, mais cedo tem início o tratamento, proporcionando qualidade de vida para quem vive com a doença", diz o ministro Alexandre Padilha.

O ministério destaca a diminuição no número de novos casos em alguns grupos específicos. Entre os menores de cinco anos, casos relacionados à transmissão vertical, ou seja, da mãe para o bebê durante a gravidez, no parto ou pelo leite materno, a taxa de incidência caiu 41% de 1998 a 2010. Em relação à mortalidade, o boletim também sinaliza queda. Em 12 anos, baixou de 7,6 para 6,3 a cada 100 mil pessoas, uma redução de 17%.

Na população de 15 a 24 anos, entre 1980 e 2011, foram diagnosticados 66.698 casos, sendo 38.045 no sexo masculino (57%) e 28.648 no feminino (43%). O total equivale a 11% do total de casos de Aids notificados no Brasil desde o início da epidemia.



fonte:http://jcrs.uol.com.br/site/noticia.php?codn=79908
foto:unicap.br

28/11/2011

O mal-estar dos professores sem estabilidade no sistema de ensino francês


Normalmente eles são até discretos, os professores “precários” do ensino público. Eles dizem que, como o desemprego é uma espada de Dâmocles, “com qualquer deslize você está na rua”. Mas, já fartos, decidiram dar seu testemunho no “Livro Negro dos Não Efetivos do Ensino Público”, em 40 páginas que revelam situações kafkianas. 
Os responsáveis por essa compilação foram alguns professores em regime temporário que se conheceram no fórum da internet “Professores precários”. Com a aproximação da data em que o Parlamento apreciará o projeto de lei sobre a redução do emprego precário na função pública, eles reuniram uma centena de depoimentos e os enviaram aos parlamentares, bem como ao ministro da Educação nacional, Luc Chatel. “O objetivo é obter visibilidade”, diz um deles. “Nossos problemas analisados isoladamente podem parecer insignificantes, mas juntos eles dão uma visão geral sobre algo muito grave”. Três deputados garantiram que transmitiriam essas reivindicações. Chatel não lhes respondeu.
No livro, eles se dizem “tapa-buracos”, “professores de segunda linha” e “prisioneiros de um status”. Seriam 21.200 professores temporários, segundo o Ministério da Educação: 15 mil em contrato de duração determinada (CDD), 5.200 em contrato de duração indeterminada (CDI) e quase 1.000 suplentes (um contrato que cobre um máximo de 200 horas por ano). Seu número vem aumentando desde 2007. “Um ligeiro aumento”, segundo Josette Théophile, a diretora de recursos humanos do ministério. “Um aumento de 25%”, refuta o SNES-FSU, principal sindicato de professores do ensino secundário.
Desde 2007, 66 mil postos de funcionários públicos foram eliminados no ensino público. Para compensar, o governo recrutou temporários. Luc Chatel assume a medida e a defende. Em março de 2010, ele pediu aos diretores de escola que arrumassem uma “reserva” de temporários, composta por aposentados e estudantes, para “atender a necessidades urgentes de substituição”. Desde então, “às vezes os diretores de escolas vão buscar seus substitutos diretamente no Pôle Emploi [agência de emprego governamental]”, relata Philippe Tournier, secretário-geral do SNPDEN-UNSA, o principal sindicato de diretores de escolas.
O problema é que, no ensino público, quando a precariedade se instala, ela se instala por um bom tempo... “Eu sou um peão, enviado de escola para escola desde 1999!” Michael Médiouni é professor de francês na circunscrição de Grenoble. Seu currículo é uma longa lista de trabalhos temporários, de CDDs em meio período, em tempo integral... Trinta contratos no total, passando por um período de desemprego. “O mais duro é esse stress, a cada verão, de não saber se vão nos oferecer um novo contrato no semestre seguinte e para onde vão nos enviar”.
No ensino público, os períodos de CDD são limitados a seis anos “sem interrupção”, contra 18 meses no setor privado. Depois disso se pode, em princípio, ter um CDI. “Mas as secretarias de educação sabem o que fazer para não renovar contrato com um funcionário após seu sexto ano”, relata Angélina Bled, do sindicato SE-UNSA. Ou então justificar interrupções entre dois contratos para “zerar os contadores”.
O plano de efetivação que o governo está preparando deverá permitir que cerca de 500 professores obtenham um CDI, e outros 10.000 prestem um exame para serem efetivados. Mas, segundo o assessor de Estado Marcel Pochard, isso é “tapar o Sol com a peneira”. “O corte do emprego precário é um problema recorrente da função pública”, explica o ex-diretor-geral do governo e da função pública. O primeiro plano de cortes dos professores precários data de 1950. Depois houve a lei Le Pors em 1983, a lei Perben em 1996, o plano Sapin em 2000... “Passam a esponja regularmente, mas os temporários constituem uma reserva que deve ser reconstituída”, lembra Pochard.
A causa disso é a “dimensão de massa do ensino público, combinada a sua complexidade”, sustenta o inspetor geral Didier Bargas: 860 mil professores, 65 mil escolas, 12 milhões de alunos, 35 disciplinas nos colégios e 360 no ensino técnico... “A máquina não pode ter tamanha precisão de forma que, a cada semestre, disponha de todos os professores dos quais precisa”, conclui Porchard. Aqueles que criticam a ineficácia dos planos de efetivação defendem uma melhor gestão dos funcionários, mais humana e mais flexível. “O Estado é mau empregador”, uma ideia bem conhecida. “A administração funciona de maneira mecânica, ela gerencia carreiras e status de maneira impessoal”, analisa Luc Rouban, sociólogo e diretor de pesquisas no CNRS.
O “Livro Negro” está repleto de exemplos. Secretarias de educação inacessíveis, atrasos intermináveis de pagamentos, contratos que terminam às vésperas das férias para recomeçar no dia da volta às aulas, alocações improváveis... “Dois anos atrás, me designaram para uma escola a 170 quilômetros de minha casa. No ano passado, eu rodava 120 quilômetros por dia. E, é claro, não me pagam a gasolina”, conta Médiouni. Um professor de filosofia “bateu a cabeça contra a parede” quando descobriu que havia sido designado para uma escola a uma hora de estrada de sua cidade, sendo que “uma vaga em filosofia estava aberta no colégio ao lado de casa”.
Quanto ao salário, “recebemos o piso, normalmente entre 1.200 e 1.400 euros líquidos, mesmo após dez anos”, conta Vincent Lombard, do SNES-FSU. Quanto ao seguro-desemprego, é uma “burocracia sem tamanho”: “Como o Pôle Emploi não indeniza os temporários do setor público, é preciso esperar dois meses antes de receber suas indenizações”.
A única solução é prestar concurso interno, cujo número de postos oferecidos foi reduzido nos últimos anos. Assim como a esperança dos temporários de serem um dia considerados “professores de verdade.”

Reportagem de Aurélie Collas para o jornal francês Le Monde
http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/lemonde/2011/11/26/o-mal-estar-dos-professores-sem-estabilidade-no-sistema-de-ensino-frances.jhtm 
Tradução: Lana Lim
foto:educacaobsm.com

Com a crise, avós espanhóis sofrem estresse por excesso de responsabilidade com netos


Cuidar dos netos pode ser um prazer, mas também um problema. Um relatório espanhol indica que, desde o início da crise econômica em 2009, o número de avós que passaram a cuidar dos netos para ajudar o bolso dos filhos aumentou 47%. E, com isso, subiu o nível de estresse entre os mais velhos.

Patologias como ansiedade e depressão foram detectadas por excesso de responsabilidades no estudo Avôs e avós para tudo - Percepções em relação à educação e cuidado dos netos, apresentado recentemente pela Fundação Obra Social Caixa Madri.
Diante dos cortes de gastos dos pais com creches, atividades extraescolares e babás, os avós viraram serviços de primeira necessidade. Assim, 50% dos maiores de 65 anos na Espanha cuidam de seus netos diariamente; 45% o fazem todas as semanas.
Essa responsabilidade quintuplicou em menos de uma década. Em 1993, apenas 9,5% dos avós tinham a tarefa de ocupar-se dos netos. Atualmente, duas em cada três famílias apelam para o que os sociólogos definem como "avós-pais" ou "avós-babás".
Em outros países, como a Grã Bretanha, uma de cada quatro famílias recorre aos avós para o cuidado das crianças.
O problema, segundo o informe, é que na Espanha "estão ocorrendo muitos casos de abusos".
'Angustiados' 
Há avós que precisam eles mesmos de cuidados e que afirmam que se sentem "angustiados e utilizados por filhos que lhes delegam excessiva responsabilidade no cuidados dos netos".
"Por um lado, reivindicam seus direitos de serem avós, não educadores. Demandam que haja limites em relação as suas obrigações, porque existe um temor de interferir nas estratégias educativas dos pais. Não sabem se aplicam seus critérios ou os dos seus filhos", disse à BBC Brasil o coordenador da pesquisa e psiquiatra, Eusébio Megías.
"E, por outro, temem que depois de cuidar de filhos e netos durante toda a vida, ninguém se preocupe por cuidar deles, acrescentou ele."
Segundo as conclusões do relatório, os avós se sentem divididos entre o prazer de passar tempo com seus netos e os excessos de exigências de seus filhos nestas tarefas.
Nestas circunstâncias estão aumentando as consultas médicas por estresse, ansiedade e depressão, de acordo com as estatísticas da Sociedade Espanhola de Geriatria e Gerontologia (SEGG) feitas para o Ministério da Saúde.
Para a SEGG, "o fato de 50% dos maiores de 65 anos dedicarem em média seis horas por dia de maneira forçada ao cuidado dos netos, negligenciando suas próprias necessidades, está causando problemas nervosos, porque muitos avós se sentem sobrecarregados".
Cultura e expectativa de vida 
Além da crise econômica, o aumento da expectativa de vida e a cultura de ajuda familiar também são fatores que colocam os avós espanhóis nesta nova realidade de educadores por imposição. As espanholas lideram os índices europeus de expectativa de vida, com 84,9 anos, sendo que a média continental é de 82,4; entre os homens espanhóis, 78,7 contra 76,4 anos de média na Europa) .
Ao contrário de vários países ocidentais europeus, 56% dos espanhóis acham que os parentes devem ser a primeira opção na hora de pedir apoio financeiro e ajuda com o cuidado de algum integrante da família.
A taxa cai para 20% na França, 32% na Alemanha e não chega aos 10% nos países escandinavos.
"(Isso ocorre) provavelmente porque nestas sociedades há mais ajuda social. A questão é que, na Espanha, os avós passam mais horas com os netos do que a média europeia. Aí se produz um desajuste", afirmou à BBC Brasil a investigadora Maria Teresa López.
Professora de Economia Aplicada da Universidade Complutense de Madri e co-autora da pesquisa Dupla dependência: avós que cuidam de netos na Espanha, López disse que os idosos são os mais adequados para substituir os pais no cuidado de netos, mas com pré-condições.
"Precisam de agradecimento pelo esforço, que os filhos não abusem de suas possibilidades e que as pautas de atuação sejam negociadas, porque eles devem ter suas necessidades também atendidas e valorizadas."
O psiquiatra Paulino Castells, uma das maiores autoridades nacionais no assunto com 18 livros publicados, acredita que o papel dos avós nos tempos de crise é tão importante que, "se fizessem greve, o país entraria em colapso".
O psiquiatra e avô de três netos disse à BBC Brasil que "está havendo uma mudança hierárquica. Pais que procuram refúgios no lar da infância e se transformam em irmãos mais velhos de seus filhos. Isso é um erro".


fonte:http://noticias.uol.com.br/bbc/2011/11/28/com-a-crise-avos-espanhois-sofrem-estresse-por-excesso-de-responsabilidade-com-netos.jhtm
foto:familiaesucessoes.com.br

Em média, 220 escolas particulares fecham por ano no Ceará


Os excelentes resultados obtidos pelos colégios particulares de Fortaleza em olimpíadas de ciências exatas e os altos índices de aprovação em vestibulares difíceis, como o do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), um dos mais concorridos do País, impressionam. Os números colocam o ensino privado da capital cearense entre os melhores do País. O talento para aprovar, contudo, é bem menor do que o talento para administrar.
Nos últimos dez anos, 2262 escolas de ensino básico foram à falência em todo Estado - uma média de mais de 200 por ano. Em Fortaleza está a maior parte desses estabelecimentos: 1318. Essas empresas sucumbiram diante da concorrência acirrada, do alto índice de inadimplência e da carga tributária pesada, mas, principalmente, pela falta de habilidade para gerir seus negócios.

Para o professor do departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Federal do Ceará (UFC), Wagner Bandeira Andriola, esse cenário do mercado educacional cearense revela a falta de profissionalismo na gestão das escolas. Ele explica que as instituições de ensino são abertas por educadores que não possuem a visão do administrador. “Essas instituições têm de ser tratadas como empresas que prestam serviços educacionais, mas sem esquecer a lógica de liquidez, da lucratividade”, assinala o pesquisador.

Somado à deficiência no gerenciamento dos negócios está o alto índice de inadimplência que fragiliza ainda mais as finanças dessas escolas que, em grande parte, têm faturamento anual de R$ 360 mil. Em 2010, o índice de inadimplência entre as escolas particulares de Fortaleza foi de 15%.
“Não esqueçamos que estamos em um Estado periférico, pobre. As pessoas que procuram a educação privada nem sempre pertencem à classe média. Ao contrário, em boa parte são ligadas às camadas mais frágeis e têm sérias dificuldades de honrar os compromissos financeiros”, pondera Andriola.
Concorrência
De acordo com o Censo Escolar de 2010 realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ceará tem 2,4 milhões de alunos matriculados no ensino básico. Apenas 412 mil deles estão na rede privada. Em um Estado pobre, o crescimento do número de instituições particulares acabou esgotando o mercado, já que a oferta de vagas não encontrou demanda.

Para resolver o problema, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Ceará (Sinepe-CE), professor Airton Oliveira, defende uma versão do Pró-Uni para o ensino básico, que ele chama de “Pró-Básico”. “O governo federal poderia criar um programa para que as pessoas de menor poder aquisitivo tenham a opção de colocar seus filhos em escolas particulares, já que a pública ainda não funciona como deveria”, afirma.
A redução dos impostos seria outra iniciativa para tirar as micros e pequenas escolas do vermelho. “Essas são as que pagam mais impostos. Não deveria haver imposto sobre capital para acertar salários com professores e funcionários, muito menos para investir em estrutura”, avalia.
Oliveira é proprietário do Colégio 21 de Abril. A escola tem dois prédios localizados no bairro São Gerardo, área central e residencial de Fortaleza. A instituição tem cerca de 800 alunos e consegue se manter bem. O desafio, segundo o professor e empresário, está em ter capital para investir nos “apelos do mercado” criados pela concorrência. Ele está introduzindo tablets no material didático oferecido pela escola.
Segundo dados do Sinepe-CE, atualmente existem 1500 escolas particulares de ensino básico em Fortaleza e 800 no interior. Micro e pequenas empresas correspondem a 95% desse total. Apenas 5% são consideras empresas de porte médio. As maiores têm entre cinco e seis mil alunos e cobram mensalidade de até R$ 1 mil.
Falências

Entre elas está o Colégio Christus, pivô da crise do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011. Com 60 anos, dez sedes e faculdade própria, o grupo educacional é um dos poucos exemplos em Fortaleza que consegue aliar desempenho educacional e gestão de sucesso. Ao lado dos colégios 7 de Setembro, Farias Brito, Ari de Sá, Antares e Espaço Aberto, essas instituições formam o seleto grupo dos grandes e bem sucedidos.
Esse grupo já foi maior. O Colégio Marista Cearense era a principal referência do ensino particular no Estado, chegando a ter 4.500 alunos em sua única sede localizada no centro da cidade. Contudo, 2007 marcou o último ano de atuação. Antes de fechar, a instituição tinha 549 matriculados e 150 funcionários – o que fazia as vozes dos alunos e professores ecoarem pela imensidão vazia do imponente prédio da escola. No prédio, hoje funciona a Faculdade Católica Marista.
O Geo Studio foi outro grande que tombou quando as contas não fechavam mais nas planilhas de custo. A escola teve sedes por todo o interior do Ceará, várias espalhadas por Fortaleza e até fora do País para brasileiros que viviam no exterior. O grupo educacional chegou a pertencer ao atual presidente da Transpetro, Sérgio Machado. A marca incorporou escolas menores e construiu uma gigante e moderna sede para os padrões do início dos anos 2000. Hoje a estrutura pertence a uma das faculdades particulares de mais destaque do Ceará.
Porém, o fenômeno que levou essas duas a falir fez muito mais vítimas entre as pequenas, incluindo tradicionais escolas da região central da capital cearense, como os colégios Capital e Rui Barbosa. O Capital chegou a ser incorporado pelo Evolutivo, que no início dos anos 2000 balançou o mercado educacional fortalezense com uma política agressiva de abatimentos nas mensalidades e adoção de material didático de produção própria. Outras instituições consolidadas na periferia da cidade como o Colégio Tony se renderam com a expansão do Evolutivo. A escola chegou a ter 22 mil alunos em seis unidades, mas hoje mal consegue manter a sua primeira sede, localizada no centro.
Escolas de ordens religiosas como Santa Maria Goretti, Patronato Nossa Senhora Auxiliadora e São Rafael começaram a trabalhar no prejuízo a partir do final da década de 1990 e precisaram se fundir para evitar o mesmo destino. Prevaleceu a marca São Rafael, antes apenas para garotas. Atualmente, a instituição tem 650 alunos.


Reportagem de Daniel Aderaldo
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/em-media-220-escolas-particulares-fecham-por-ano-no-ceara/n1597384540711.html
foto:jbpires.blogspot.com