Foi feita a análise de mais de 1 bilhão de mensagens de celulares, em busca de mais de 800 emoticons (aquelas imagens que representam situações e estados de espírito). O resultado da checagem não vai convencer os antropólogos mais racionais, mas as conclusões fornecem muito material para rechear as conversas de viciados em curiosidades e estereótipos.
O estudo foi feito pela empresa londrina SwiftKey, que desenvolve um aplicativo de texto para prever as palavras mais usadas pelo usuário no Gmail, no Facebook, no Twitter e no Evernote, facilitando assim a redação das mensagens. Foram analisados textos enviados de outubro de 2014 a janeiro deste ano. No caso do idioma espanhol, foi feita a distinção entre as mensagens escritas no padrão da Espanha, no dos países hispano-americanos e no padrão dos EUA.
Os dados foram apresentados separados emoticon por emoticon e também agrupados em 61 famílias, que, segundo a empresa, demonstram um tipo de emoção semelhante ou se referem a um tema comum.
Quando se trata do uso de ícones ligados a expressões felizes, o troféu vai para quem fala turco, russo e vietnamita. Os que menos os usam falam francês, e curiosamente eles parecem também pouco inclinados a incluir expressões tristes (os adeptos das lamúrias e da tristeza estão entre os hispânicos dos EUA, os vietnamitas e os hispano-americanos). E não é que as pessoas que falam francês não se mostrem expressivos, e sim que aparentemente prefiram mostrar amor puro: no uso dos corações ganham com folga do resto dos países.
No grupo dos emoticons que exprimem ideias associadas ao romance, vencem os russos e alemães, seguidos pelos espanhóis e à frente dos vietnamitas, os menos efusivos – e que ostentam outra marca peculiar: parecem detestar as carinhas de macaco, que quase nunca usam. Quem mais recorre a elas são os que vivem do Alasca à Terra do Fogo e são latinos.
Os malaios, por sua vez, não gostam do coraçãozinho, mas ficam em primeiro lugar no uso dos gestos com as mãos, deixando para trás os brasileiros e os espanhóis. Os italianos, apesar do estereótipo, preferem deixar os gestos com as mãos para as conversas cara a cara: nesses emoticons, o país fica num discreto décimo lugar.
Mas há estereótipos seguidos à risca. Quem tecla mais os emoticonsrelativos a festas? Os espanhóis, 72% acima da média, e os italianos. Quem fala menos de bebidas alcoólicas? Os árabes e os turcos. Quem fala mais sobre o tempo ruim? Os russos e os canadenses. E sobre o tempo bom? Os árabes e os australianos.
Sempre segundo o estudo, dão maiores mostras de religiosidade os brasileiros, os hispânicos e os latino-americanos (que são também, junto com os malaios, os que mostram ter mais sono). No extremo iconoclasta estão os franceses, alemães e árabes.
Entre os usuários que mais usam símbolos relacionados à violência se destacam o Canadá e os EUA. Invertendo a ordem, são também os dois países que inserem mais ícones ligados às drogas – exceto o álcool, que parece coisa dos australianos – e a gays e lésbicas.
Reportagem de José Manuel Abad Liñán
fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2015/04/22/tecnologia/1429719984_193699.html
foto:http://pt.depositphotos.com/9853183/stock-illustration-emoticons-emotion-icon-vectors.html
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