09/11/2013

Massacres com arma de fogo triplicaram nos EUA, diz governo


O número de massacres com arma de fogo triplicou nos Estados Unidos nos últimos anos. A média entre 2000 e 2008 foi de cinco atentados por ano. Neste período,  324 pessoas foram diretamente atacadas, resultando em 145 mortes. De 2009 a 2012, a média subiu para 15 por ano com 404 vítimas; 207 morreram.
As informações foram divulgadas no final de outubro de forma oficial pelo procurador-geral dos EUA, Eric Holder. Na pesquisa é considerado “massacre” ou “atentado” quando um atirador dispara contra outros cidadãos sem razões aparentes, seguido ou não de suicídio.
Outro informação alarmante divulgada nas últimas semanas está relacionada às vítimas infantis de armas de fogo. Cerca de 500 crianças morrem em média por ano nos EUA e outras 7500 ficam feridas, revelou a academia norte-americana de pediatria também no final de outubro. Este número representa um aumento de 60% em uma década. As crianças são, no geral, vítimas de acidentes, brigas e latrocínios.
"Estados com a porcentagem alta de pessoas com armas em casa tendem a ter alta incidência de crianças baleadas, acidentalmente ou vítimas de brigas ou atos violentos", conclui Arin L. Madenci, autor da pesquisa.
O crescimento dos massacres com armas de fogo reacendeu nos EUA a questão: posse e porte de armas estão relacionadas com mortes violentas? Especialistas divergem quanto à importância de revólveres e outros mecanismos de proteção individual.  
O Partido Democrata, do presidente Barack Obama, defende a criação de uma regulação de checagem de antecedentes criminais e histórico de saúde mental para quem deseja adquirir armas. No entanto, as propostas de regulamentação esbarram no Partido Republicano, que defende que todo cidadão tem o direito legítimo à defesa.

"Vou andar com a tramitação o mais rápido que puder. Espero conseguir os votos, mas não os tenho agora. Tenho conversado com as pessoas e a coisa que me irrita é o número de republicanos que dizem ‘pois é, sabemos que você está certo mas não temos o que fazer’", afirmou o líder democrata no Senado, Harry Reid, em entrevista à mídia norte-americana.
O argumento democrata é que mesmo republicanos reconhecem a necessidade de regulação, mas não têm coragem de enfrentar a indústria das armas. No entanto, dizem juristas, uma legislação capaz de regulamentar o setor é praticamente impossível de ser aprovada neste momento, mesmo com o maciço apoio democrata.
A cultura das armas faz parte de um legado histórico dos EUA e está profundamente arraigada à sociedade. Obama, dizem especialistas, não vai se expor a um ponto crítico à população logo após oshutdown e um processo tão desgastante quanto foi a aprovação do Obamacare – plano de saúde estendido a toda população.



Reportagem de Dodô Calixto               

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