Pesquisadores americanos
desenvolveram uma nova vacina contra a gripe que não precisa ser atualizada
anualmente. De acordo com o estudo publicado no periódico americano Nature,
as nanopartículas da vacina induzem a produção de anticorpos que neutralizam
uma maior variedade do vírus. A vacina poderia, inclusive, proteger contra
versões do vírus que ainda não estão em circulação no ambiente.
Anualmente, diante da rápida mutação do H1N1 (responsável pela versão
mais grave da gripe), laboratórios precisam produzir novas versões da vacina
contra a gripe para tentar frear as epidemias. Ao contrário das vacinas atuais,
que atacam a variante do vírus circulante no momento, o modelo criado pelos
pesquisadores estimula a produção de anticorpos neutralizantes que se ligam a
partes dos vírus que são comuns a diferentes cepas — ampliando, assim, sua
atuação protetora. "Esse pode ser o caminho para a tão desejada vacina
universal contra a gripe", diz Gary Nabel, coordenador do estudo.
Pesquisa — Para criar as
nanopartículas, o grupo de Nabel fundiu uma proteína viral imunogênica com uma
proteína que armazena ferro. "Criamos uma molécula que não havia sido
feita anteriormente", diz. Nesse método não é necessário ainda que o
vírus, a ser usado na vacina, seja desenvolvido em ovos de galinha em
laboratório — como é feito atualmente. "Em tese, uma nova versão poderia
ser feita rapidamente ao se identificar uma epidemia ou uma nova variante em
circulação", diz Sarah Gilbert, pesquisadora não envolvida no estudo, em
entrevista à revista Nature.
Os pesquisadores precisam, agora, testar a nova vacina em humanos, e
criar maneiras de produção a baixo custo. A equipe tenta, paralelamente,
desenvolver vacinas contra o HIV e o vírus da herpes a partir da mesma
abordagem. Nabel espera que a técnica possa ainda ser usada na criação de
vacinas contra doenças causadas por bactérias e parasitas.
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