Ao mesmo tempo em que publiquei a péssima notícia anterior sobre educação, não posso deixar de louvar a iniciativa abaixo que muito fará pela cultura brasileira:
O Brasil, que já é uma potência emergente no plano econômico, aspira a receber o mesmo título no âmbito cultural. Para isso não se poupará dinheiro público. Na Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que acaba de ser encerrada, foi assinado um acordo para "internacionalizar" a literatura brasileira, que destinará 12 milhões de reais (5 milhões de euros) para editoras estrangeiras que traduzirem obras brasileiras, oferecidos pelo Ministério da Cultura e a Fundação Biblioteca Nacional.
"O Brasil vive um momento especial, com sua imagem positiva no exterior. Por isso queremos aproveitar para que nossa literatura também seja mais conhecida no mundo", afirmou Galeno Amorim, presidente da Fundação Biblioteca Nacional.
Além disso, esse órgão vai colaborar com o Ministério das Relações Exteriores para criar uma residência de tradutores brasileiros que trabalhem no estrangeiro e outra de tradutores espanhóis que trabalhem no Brasil. A ajuda oferecida às editoras que desejarem traduzir em seus países autores brasileiros dependerá da envergadura do livro e poderá alcançar até 5.700 euros por obra traduzida.
Brasil, cuja presidente, Dilma Rousseff, é amante da literatura clássica, do cinema e da música, deseja ser conhecido não só como o maior exportador mundial de carne ou soja, ou por suas selvas, mas também por seus valores culturais. Nos próximos anos o país será homenageado em três importantes feiras internacionais do livro: em Bogotá em 2012, Frankfurt em 2013 e Bolonha em 2014. As autoridades culturais do país querem que nessas datas as editoras estrangeiras possam apresentar traduções das principais obras da literatura brasileira. Por isso, diante desses encontros, se prevê que as línguas para as quais se poderiam produzir obras brasileiras mais imediatamente serão sobretudo o alemão, o espanhol e o italiano.
No entanto, segundo Amorim, que se formou em jornalismo e já era um entusiástico promotor da leitura através de programas do governo antes de dirigir a Fundação Biblioteca Nacional, o projeto prevê que as obras de literatura possam ser traduzidas "para o maior número possível de idiomas".
Reportagem de Juan Artas para o jornal espanhol El País
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
foto:ocantinhodabiblioteca.blogspot.com
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