A Itália "está cada vez mais exposta" à ameaça de atentados terroristas em seu território. É o que aponta um relatório anual feito pela Inteligência do país e enviado ao Parlamento ontem (02). Segundo o documento, apesar de não terem sido encontrados planos específicos de ataques, os italianos são considerados "inimigos" em dezenas de propagandas dos jihadistas por sua relação com os Estados Unidos e Israel e por sua luta contra o extremismo.
Entre os eventos que estão mais propensos a sofrerem com as ações está o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (Jubileu), promovido pela Igreja Católica no Vaticano até novembro deste ano e que deve levar mais de um milhão de turistas a mais para Roma.
Além disso, o documento aponta que há a real possibilidade de serem criadas novas gerações de aspirantes a "mujahidin" (os combatentes da jihad, a Guerra Santa) por causa da propaganda promovida pelo Estado Islâmico (EI, ex-Isis).
"Com extrema atenção, [verificamos] os crescentes sinais de consenso para uma ideologia jihadista surgidos nos circuitos radicais online, frequentados por muitos sujeitos residentes na Itália. Trata-se de indivíduos também muito jovens, geralmente privados de um um apoio específico, permeáveis e com opiniões que concordam ou são influenciadas por figuras carismáticas", escreve o documento.
Além de analisar os italianos envolvidos, os agentes afirmam que há uma crescente quantidade de textos publicados em seu idioma e que grande parte desses líderes extremistas já pertenceram à redes de financiamento extremistas desmanteladas nos anos 1990 e 2000.
As informações recolhidas pela Inteligência italiana apontam ainda que "está mantido o elevado risco de novas ações terroristas" por toda a Europa, como nos ataques ocorridos em janeiro e em novembro do ano passado em Paris, na França.
"Paris inaugurou verdadeiramente uma estratégia de ataque ao Ocidente destinada à consolidação", afirmou o documento destacando que o EI pode tanto realizar as ações enviando de volta aos países os chamados "foreign fighters" (os combatentes estrangeiros que se uniram ao grupo na Síria) como usar os militantes já integrados na Europa. Para os italianos, houve um "grande salto estratégico" do grupo em 2015 para ter uma "projeção extraterritorial".
Apesar de focar nos terroristas do EI, a Inteligência não descarta um aumento da atuação dos talebãs da Al-Qaeda, "porque a competição com o EI pode reforçar a determinação talebã a interferir sobre a cena global com atos extremos".
Nos últimos dois anos, em diversas mensagens, os jihadistas divulgaram textos ameaçando Roma e o Vaticano com atentados terroristas. Apesar das constantes ameaças, nenhum fato grave foi verificado no país. Contudo, dezenas de pessoas já foram detidas ao longo desses anos por colaborarem com os extremistas, sendo que a primeira condenação foi anunciada há poucas semanas.
Uma mulher italiana foi condenada a pouco mais de cinco anos de prisão por ter se aliado ao grupo quando sua irmã, que foi para a Síria, se uniu aos terroristas.
Imigrantes: Assim como ocorreu com anúncios da Inteligência de outros países, a Itália ressalta que há risco de infiltração de terroristas pela famosa Rota dos Balcãs - que inicia na Grécia.
Para os agentes, no entanto, não há "nenhum risco" de infiltração terrorista vinda dos países do norte da África, que é a principal rota usada pelos deslocados que tentam chegar à Itália.
fonte:http://www.jb.com.br/internacional/noticias/2016/03/02/italia-esta-cada-vez-mais-exposta-a-ataques-diz-inteligencia/
foto:http://www.infotravelromania.ro/blog/category/infotripuri/
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