06/06/2015

A campanha contra a violência machista #NiUnaMenos


Vários de seus contatos femininos no WhatsApp talvez tenham trocado, nos últimos dias, a foto de perfil pelo desenho de uma boneca acompanhada pela frase #NiUnaMenos (nenhuma a menos). E talvez você tenha visto publicações no Facebook pedindo que não haja mais mulheres mortas por violência machista na Argentina. São duas coisas relacionadas, embora possivelmente não saiba. Esta é a história de uma campanha contra o feminicídio que terminou em uma guerra de acusações em seu WhatsApp.

A origem

“Isso é como o ovo e a galinha: não podemos afirmar se agora há mais assassinatos de mulheres na Argentina ou se nós é que finalmente estamos falando disso. O que sabemos é que não há estatísticas que registrem as vítimas e que não se está fazendo tudo o que pode ser feito para evitar isso”, diz a editora e cantora argentina Gaby Comte. Ela faz parte de um grupo de mulheres, principalmente do mundo da arte, que iniciaram a campanha #NiUnaMenos na Argentina. Afirma que é um movimento que se formou pouco a pouco, que nasce da indignação com as frequentes mortes de mulheres. Casos recentes e especialmente dramáticos como os de Daiana García e Yésica Muñoz atraíram o interesse da imprensa e alimentaram o debate.
“Pensamos que tínhamos de fazer algo depois de uma maratona de leitura em que fomos acompanhadas por pais de vítimas. Na Argentina há uma lei não regulamentada, de modo que praticamente não serve. Nos primeiros encontros começamos a dar ideias sobre o que queríamos dizer. Uma era 'Basta de mortes'. Outra, 'Não queremos mais nenhuma mulher morta'. E daí chegamos a 'Não queremos que haja nenhuma a menos entre nós', e ficou o lema, #NiUnaMenos, explica Comte.
Depois pensaram na opção de fazer algo público e perceberam que outras pessoas, mais do que acreditavam, pensava igual a elas. Esse movimento desembocou em uma manifestação nesta quarta-feira, 3 de junho, em frente ao Congresso argentino. Houve concentrações semelhantes em 40 localidades do país.

A campanha nas redes

Nas duas últimas semanas, a iniciativa ganhou força graças ao Facebook e ao Twitter. Ajudou, e muito, o fato de personalidades públicas argentinas aderirem à campanha postando fotos suas carregando cartazes com a frase #NiUnaMenos. Pessoas como Estela de Carlotto das avós da Praça de Maio.

Reportagem de Mari Luz Peinado
fonte:http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/28/internacional/1432824490_226268.html
foto:http://chacodiapordia.com/nacionales/noticia/97314/%23niunamenos-las-escalofriantes-cifras-de-los-femicidios

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