O número de doadores de órgãos no Brasil cresceu 90% nos últimos seis anos. Em 2008, havia 1 350 doadores, e, em 2013, 2 562. Nesse período, o indicador nacional de doadores por milhão de habitantes passou de 5,8 para 13,4. Ao mesmo tempo, o número de pessoas na fila de espera de transplantes caiu de 64 774 para 37 736. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério da Saúde.
Nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil realizou 11 400 transplantes. As cirurgias mais realizadas foram as de córnea (6 600), de órgão sólidos como coração e fígado (3 700) e de medula óssea (965). Como comparação, em 2013, 23 457 transplantes foram feitos. O Brasil é o país latino-americano com maior percentual de aceitação familiar para doação de órgãos. Das famílias brasileiras que têm um parente que morreu por morte encefálica, 56% autorizam a retirada dos órgãos. Na Argentina, essa porcentagem cai para 52,8%.
De acordo com o coordenador geral do Sistema Nacional de Transplantes, Heder Murari, o governo deve atingir a meta de 14 doadores por milhão de habitantes até o fim do ano. Mesmo com os dados apresentados, o Ministério da Saúde lançou uma campanha que pretende aumentar a adesão das famílias à doação de órgãos. O objetivo é mostrar a importância da autorização para retirada de órgãos, após a confirmação do óbito.
Além disso, o governo desenvolveu um aplicativo que será integrado com o Facebook. Ele notificará a família do necessitado do órgão quando um usuário da rede social se declarar doador.
Doadores — Qualquer pessoa pode ser doadora, desde que o procedimento não prejudique sua saúde. Doadores vivos podem doar um dos rins, parte do fígado, da medula óssea ou do pulmão. Para os falecidos, é preciso que o médico constate morte encefálica.
Opinião do especialista
Para o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), Lúcio Filgueiras, apesar do aumento no número de doadores, a negativa familiar para o transplante de órgãos ainda é grande. "Em 2013, 47% das famílias se recusaram a doar os órgãos de seus familiares que morreram, segundo dados da ABTO. Essa porcentagem tem crescido nos últimos anos, o que é preocupante", diz ele, que também é coordenador de transplante de fígado do Hospital Quinta D'Or, no Rio de Janeiro.
Além disso, de acordo com Filgueiras o número de doadores por milhão de habitantes (14) no Brasil é pequeno. "No ranking mundial, estamos na 28.ª posição. Ainda faltam mais campanhas de conscientização para reverter esse quadro", diz.
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/saude/numero-de-doadores-de-orgaos-no-brasil-cresceu-90-em-seis-anos
foto:http://vivendocomciencia.blogspot.com.br/2012/09/doacao-de-orgaos.html
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