30/12/2013

Óculos piratas representam risco para a saúde e para a economia


Nessa época de compras, um alerta ao consumidor: um levantamento mostrou que quase metade dos óculos vendidos no Brasil é pirata. E o pior: esses óculos representam um risco para a saúde.
Veja como é fácil colocar os olhos em perigo. Óculos de grau são vendidos sem receita médica pelo comércio ambulante. Os mesmos comerciantes também têm óculos de sol pirata.
Quanto maior a quantidade, mais barato fica. De cada dez óculos vendidos no país, quatro são piratas. Nos últimos cinco anos, a entrada de óculos falsificados no Brasil cresceu. Só no ano passado, esse tipo de produto pirata já correspondia a 10% de tudo que foi apreendido pela Receita Federal.
Só um depósito em São Paulo tem 12 corredores. Os óculos ocupam todas as prateleiras de um corredor inteiro. De novembro para cá, a Receita Federal apreendeu - só em São Paulo e em Brasília - mais de um milhão de óculos piratas.
“Esse produto vai ser destruído, ele não vai ser leiloado e não vai retornar pro consumidor”, explica Alan Towersey, auditor fiscal da Receita Federal.
Uma ilegalidade que também prejudica a economia do país. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Ótica (Abiótica), no ano passado, dos R$ 19 bilhões que o setor movimentou, R$ 8 bilhões foram para a pirataria.
“Se existe oferta é porque tem demanda e o consumidor não cuida da sua parte”, afirma Bento Alcoforado, presidente da Abiótica.
Óculos de sol, comprados nos lugares onde aconteceram as apreensões, foram lacrados e analisados num laboratório da Universidade de São Paulo. Todas as lentes foram reprovadas. Imagens cedidas pela Faculdade de Medicina da USP mostram o efeito desse tipo de óculos à visão. O que os olhos deveriam ver de forma nítida, fica distorcido e embaçado. Além disso, as lentes falsificadas não têm proteção adequada contra os raios ultravioleta.
“Essas pessoas terão uma incidência maior de catarata. Aqueles que vão apresentar catarata aos 80, 90 anos poderão apresentar catarata aos 50, 60 anos. Então o preço que se vai pagar é mais para frente”, alerta Milton Ruiz Alves, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.


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