30/12/2013

Estudo revela que 25% da população argentina vivem em condição de pobreza


Mais de 10 milhões de pessoas na Argentina, o equivalente a 25% da população, vivem atualmente em condição de pobreza. A conclusão é do estudo "Diferenças estruturais e desigualdades sociais persistentes", apresentado na última sexta-feira pelo Observatório da Dívida Social da Argentina, órgão da Universidade Católica Argentina.
O estudo revela que, além disso, quase a metade dos trabalhadores do país têm emprego precário e realiza trabalhos de indigência, enquanto mais da metade da nova geração de adultos está excluída do sistema de previdência social.
A pesquisa, publicada pelo jornal "La Nación", aponta ainda que cerca de 3 milhões de pessoas estão mal nutridas, uma de cada dez residências não tem água encanada e três de cada dez lares não contam com sistema de esgoto tratado. O estudo revela ainda que, entre 2004 e 2012, aumentaram as diferenças entre as classes sociais.
No aspecto do mercado de trabalho, a pesquisa revela que 37% dos jovens argentinos não chegam a concluir o ensino médio e 20% nem estudam e nem trabalham. Por outro lado, 12% das crianças entre 5 e 17% anos já respondem por alguma forma de sustento. Ainda conforme o estudo, uma em cada 10 localidades não contam com assistência pública, enquanto 23,5% das pessoas nestes locais necessitam de assistência social permanente, pois não conseguem ganhar o suficiente para compra de uma cesta básica mensal.
- A marginalidade estrutural não melhorou na Argentina, mesmo nos anos em que a economia cresceu a um ritmo de 8% por ano. Pelo contrário. Cristalizou-se a pobreza estrutural, a impossibilidade deste contingente de alcançar níveis elementares de bem-estar e integração social - diz Augustin Salvi, investigador-chefe do Observatório da Dívida Social da Argentina
O pesquisador admite que metade dos pobres registrados em 2002 deixaram a situação de pobreza nos últimos anos, mas os níveis anteriores à crise se agravaram. Segundo Salvi, boa parte dos conflitos sociais - como os recentes saques aos supermercados - se deve à desigualdade social e a expectativas de vida não satisfeitas. Para ele, a onda de crimes e os saques estão dentro de um contexto de decomposição social por parte de uma população que se sente excluída do sistema e vê crescer as diferenças em relação às classes mais abastadas.



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