A Unesco (Organização das Nações Unidas para
Educação, Ciência e Cultura) estima que até 2030 serão necessários 8,4 milhões
de professores para assegurar as necessidades educacionais de todas as crianças
do ensino primário e secundário.
Dados divulgados para marcar o Dia Mundial dos Professores, que se comemora
neste sábado (05/10), mostram que o aumento da população e o consequente
crescimento da procura escolar torna necessária a existência de mais 1,6 milhão
de professores primários até 2015 e de 3,3 milhões até 2030.
O estudo mostra ainda que para assegurar o ensino secundário a todas as
crianças, são necessários mais 3,5 milhões de professores até 2015 e 5,1
milhões nos 15 anos seguintes.
Considerando que todas as regiões do mundo são afetadas pela falta de
professores, o estudo destaca que a situação "mais preocupante" é
registrada na África Subsaariana, onde se localiza um terço dos países que têm
falta de profissionais. A Unesco prevê que para atender à procura nessa região,
será necessário formar mais 2,1 milhões de professores.
Os países árabes, onde nos próximos 15 anos
haverá 9,5 milhões de novos alunos na escola primária, ficam em segundo lugar
no ranking de carência de professores e requerem 500 mil novos profissionais
para tornar a educação primária universal. No interior dessas regiões há fortes
disparidades.
Segundo as Nações Unidas, se a atual tendência for mantida, países como a
Etiópia, Camarões, Namíbia, Lesoto, Mauritânia ou Iêmen conseguirão dar
resposta às necessidades educativas de todas as crianças em idade escolar
primária até 2015.
Devido ao aumento do número de alunos, estima-se que em países como Costa do
Marfim, Eritreia, Malaui ou Nigéria a necessidade de docentes seja maior em
2030. Segundo o estudo, apesar de os professores do ensino secundário
continuarem a aumentar em todo o mundo, também são necessários professores com
conhecimentos específicos sobre cada matéria.
A África Subsaariana representa 46% das carências desses professores em todo o
mundo, acrescenta a Unesco, que espera que a política de contratação iniciada
em vários países há uma década comece a dar frutos.
"Se a tendência se confirmar, 42% dos 148 países com carências deverão
superar a falta de professores até 2015. Em 2030, serão 80% [dos países]",
conclui a Unesco, que discutirá o assunto hoje (04/10), em sessão especial na
sua sede em Paris.
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