26/07/2013

1 em 4 erros cirúrgicos se deve a problemas com tecnologia

Segundo pesquisa, esses problemas incluem, por exemplo, o uso indevido da tecnologia pelo profissional e a falta de equipamento no momento da operação.


Uma análise publicada ontem no periódico BMJ Quality and Safe sugere que a cada quatro erros médicos que ocorrem durante uma cirurgia, um é provocado por problemas relacionados à tecnologia ou a algum equipamento. A maioria desses problemas se dá por inabilidade do profissional em usar a tecnologia ou o equipamento, pela falta de disponibilidade dos mesmos e por defeitos nas máquinas.
Estudos anteriores já mostraram que erros médicos atingem até 16% de todos os pacientes que são internados em hospitais.  De acordo com a nova pesquisa, feita por especialistas do Imperial College de Londres, na Grã-Bretanha, são registrados 2,4 erros para cada operação, em média.
As conclusões do levantamento se basearam em 28 pesquisas que já haviam sido publicadas sobre erros e problemas que ocorrem em uma sala de operação. Segundo a análise, um quinto de todos os problemas que ocorrem durante uma cirurgia pode ser considerado como “maior”. E, dos erros maiores, 20% são provocados por problemas relacionados à tecnologia ou a algum equipamento. Problemas de comunicação entre os profissionais e falhas técnicas, por exemplo, são menos prevalentes e correspondem a 8% e 13%, respectivamente, desses erros maiores. 
Segundo os pesquisadores, os maiores problemas ocorrem nas cirurgias mais dependentes de tecnologia. No entanto, os especialistas ressaltam que esses resultados não querem dizer que os médicos devem evitar o uso da tecnologia, já que, na opinião deles, o avanço tecnológico melhorou as chances de sobrevivência dos pacientes ao longo dos anos. 
"O uso crescente da tecnologia em todas as especialidades cirúrgicas também pode aumentar a complexidade do processo cirúrgico e, por isso, representar um aumento da propensão ao erro de falha de equipamento”, escreveram no artigo. No entanto, os autores recomendam que a revisão dos equipamentos médicos passe a ser uma prática rotineira dos profissionais da saúde e entre no Checklist de Segurança em Cirurgias da Organização Mundial da Saúde (OMS) — lista que inclui, por exemplo, dados do paciente, aplicação de anestesia e questões sobre o histórico de saúde do indivíduo.

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