23/11/2012

Qual o futuro da internet, depois de Dubai?


Dia 3 de dezembro começa, em Dubai (Emirados Árabes), a Conferência Mundial de Telecomunicações Internacionais, promovida pela União Internacional de Telecomunicações (UIT). Composta por 192 países membros e mais de 700 membros de setor e associados (setor público e privado, incluindo universidades e centros de pesquisas), a UIT é a agência das Nações Unidas dedicada às Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs). O Brasil é signatário de projetos de cooperação técnica internacional com a UIT e, no ano passado, foi homenageado pela União com o prêmio Mundial de Telecomunicações e Sociedade da Informação pelas ações da inclusão digital.
A Conferência, que vai até dia 14 de dezembro, tem como meta revisar a Regulação Internacional das Telecomunicações, que engloba, entre vários temas, a governança na internet.
Ativistas da liberdade de expressão na internet já se mobilizam, em todo o mundo, para garantir que as decisões tomadas na UTI não violem direitos humanos fundamentais de acesso à informação e livre manifestação de opiniões.
As organizações sociais Access, Fight for the Future e Center for Rights produziram um vídeo para alertar os internautas sobre os riscos.
Confira o vídeo em inglês:



Abaixo, um resumo, em tradução livre, do texto do vídeo.


O que é a UIT?
A internet nos dá a liberdade de falar com amigos, fazer negócios, ou criticar os governos de nossos países... tudo isso em uma ampla escala. Isso não é uma coincidência. A internet foi desenhada por uma comunidade global de cientistas e engenheiros. Por isso não há pressão de cima para travá-la.

Mas agora uma organização internacional controlada por governos está tentando se tornar o lugar onde o futuro da internet será decidido. Essa organização é a UTI. E, em dezembro, seus integrantes vão se reunir para expandir o poder da UTI a importantes decisões sobre a internet. Com isso, a UTI pode colocar em risco a liberdade de expressão on-line em todo o mundo. Por que?
Primeiro, o básico – ninguém é dono da internet. A rede mundial consiste em uma coleção de redes distribuídas pelo mundo. Qualquer um pode construir uma. As normas básicas sobre as quais a internet foi construída foram feitas em fóruns de debates on-line. Não são propriedade de um governo ou de uma companhia privada.
A UIT foi criada em 1865, na época do telégrafo, como International Telegraph Union. Desde então, era composta apenas por governos, que votavam a portas fechadas. Hoje, esses governos tomam decisões sobre a nossa internet sem que nós saibamos sequer o que estão discutindo.
O que vão determinar em dezembro? Regras que violam direitos humanos, dando aos governos poderes de controlar o tráfego cada vez mais. Vão definir spams dentro de um conceito tão amplo que permita justificar o bloqueio generalizado, de fotos de gatinhos a campanhas por direitos sociais, por exemplo.
Mas a parte mais preocupante é que os países que estão pressionando por maiores controles da ITU são exatamente os países que exercem a censura mais dura à internet – na Rússia, um vídeo com conteúdo de crítica ao governo pode render dois anos de prisão; na China, você não tem acesso à maioria das redes sociais; o Irã está tentando fazer a sua própria internet para ter a população totalmente sob controle.
No entanto, a ITU também tem aspectos positivos: ajuda o desenvolvimento de redes de telecomunicações e o aumento de velocidades das conexões.
Temos de resolver essas questões de forma a preservar a abertura, o pragmatismo, e a governança debaixo para cima.
Cabe a nos usuários da internet em todo o mundo dizer a eles que mantenham a internet aberta. Se cada um que assistir este vídeo levar essa preocupação ao governo de seu país, nós temos uma chance de conseguir.


fonte:http://arede.inf.br/noticias/5140-qual-o-futuro-da-internet-depois-de-dubai
foto:mistertube.com.br

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