Dia 3 de dezembro começa, em Dubai (Emirados Árabes), a Conferência Mundial de
Telecomunicações Internacionais, promovida pela União Internacional de
Telecomunicações (UIT). Composta por 192 países membros e mais de 700 membros de
setor e associados (setor público e privado, incluindo universidades e centros
de pesquisas), a UIT é a agência das Nações Unidas dedicada às Tecnologias da
Informação e da Comunicação (TICs). O Brasil é signatário de projetos de
cooperação técnica internacional com a UIT e, no ano passado, foi homenageado
pela União com o prêmio Mundial de Telecomunicações e Sociedade da Informação
pelas ações da inclusão digital.
A Conferência, que vai até dia 14 de dezembro, tem como meta revisar a
Regulação Internacional das Telecomunicações, que engloba, entre vários temas, a
governança na internet.
Ativistas da liberdade de expressão na internet já se mobilizam, em todo o
mundo, para garantir que as decisões tomadas na UTI não violem direitos humanos
fundamentais de acesso à informação e livre manifestação de opiniões.
As organizações sociais Access, Fight for the Future e Center for Rights
produziram um vídeo para alertar os internautas sobre os riscos.
Confira o vídeo em inglês:
Abaixo, um resumo, em tradução livre, do texto do vídeo.
O que é a UIT?
A internet nos dá a liberdade
de falar com amigos, fazer negócios, ou criticar os governos de nossos países...
tudo isso em uma ampla escala. Isso não é uma coincidência. A internet foi
desenhada por uma comunidade global de cientistas e engenheiros. Por isso não há
pressão de cima para travá-la.
Mas agora uma organização internacional controlada por governos está
tentando se tornar o lugar onde o futuro da internet será decidido. Essa
organização é a UTI. E, em dezembro, seus integrantes vão se reunir para
expandir o poder da UTI a importantes decisões sobre a internet. Com isso, a UTI
pode colocar em risco a liberdade de expressão on-line em todo o mundo. Por
que?
Primeiro, o básico – ninguém é dono da internet. A rede mundial consiste
em uma coleção de redes distribuídas pelo mundo. Qualquer um pode construir uma.
As normas básicas sobre as quais a internet foi construída foram feitas em
fóruns de debates on-line. Não são propriedade de um governo ou de uma companhia
privada.
A UIT foi criada em 1865, na época do telégrafo, como International
Telegraph Union. Desde então, era composta apenas por governos, que votavam a
portas fechadas. Hoje, esses governos tomam decisões sobre a nossa internet sem
que nós saibamos sequer o que estão discutindo.
O que vão determinar em dezembro? Regras que violam direitos humanos,
dando aos governos poderes de controlar o tráfego cada vez mais. Vão definir
spams dentro de um conceito tão amplo que permita justificar o bloqueio
generalizado, de fotos de gatinhos a campanhas por direitos sociais, por
exemplo.
Mas a parte mais preocupante é que os países que estão pressionando por
maiores controles da ITU são exatamente os países que exercem a censura mais
dura à internet – na Rússia, um vídeo com conteúdo de crítica ao governo pode
render dois anos de prisão; na China, você não tem acesso à maioria das redes
sociais; o Irã está tentando fazer a sua própria internet para ter a população
totalmente sob controle.
No entanto, a ITU também tem aspectos positivos: ajuda o desenvolvimento
de redes de telecomunicações e o aumento de velocidades das conexões.
Temos de resolver essas questões de forma a preservar a abertura, o
pragmatismo, e a governança debaixo para cima.
Cabe a nos usuários da internet em todo o mundo dizer a eles que
mantenham a internet aberta. Se cada um que assistir este vídeo levar essa
preocupação ao governo de seu país, nós temos uma chance de conseguir.
fonte:http://arede.inf.br/noticias/5140-qual-o-futuro-da-internet-depois-de-dubai
foto:mistertube.com.br
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