A McAfee divulgou ontem (12) um estudo que aponta um fato preocupante: os pais não tem conhecimento do comportamento de seus filhos na internet. De acordo com a pesquisa, intitulada “Jovens na Internet: muito além da visão dos pais”, os jovens escondem seu comportamento na rede dos pais.
Os jovens entrevistados revelaram ainda que seus pais continuam distanciados de suas atividades na Web: 33% dos pais, por sua vez, responderam que não têm tempo e nem disposição para acompanharem tudo que os filhos fazem na Internet.
O médico psiquiatra Jairo Bouer, especialista em comportamento jovem, participou de um debate para o lançamento da nova linha de produtos da McAfee e divulgação da pesquisa nesta segunda. Bouer recomenda o diálogo aberto com os filhos para resolução do problema.
— Os pais devem estabelecer uma comunicação clara com os filhos e acompanhar atentamente os seus hábitos na web. Temas como sexualidade e saúde devem ser iniciados em casa, para que os jovens tenham uma sólida educação e não dependam apenas da internet para se informar sobre estes e outros assuntos.
Pais têm interesse, mas falta conhecimento
O levantamento foi realizado durante os meses de junho e agosto de 2012, por meio do envio de um questionário online para 401 jovens, de 13 a 17 anos, e 414 pais de jovens, da mesma faixa etária, das classes A, B e C, residentes nas cidades de São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Salvador. A pesquisa considerou os usuários ativos da rede, ou seja, aqueles que estão conectados ao menos duas a três vezes por semana.
Segundo a análise, 47% dos jovens entrevistados não falam aos pais o que fazem na Internet e 57% concordam que os pais sabem apenas uma parte de suas atividades, mas não tudo. Quase metade dos jovens acredita que os pais não aprovariam seu comportamento – 45% afirmam que mudariam as atitudes se soubessem que são monitorados pelos pais.
utro ponto levantado é o grau de interesse dos pais em conferir a vida dos filhos na Internet: 65% das mães estão nas redes sociais para acompanhar as atividades dos filhos. Apesar desse número, há pais que alegaram não ter tempo ou disposição para verificar tudo o que acontece na vida digital dos jovens.
Além disso, quase metade dos pais respondeu que os filhos têm maior conhecimento de tecnologia e, por isso, não conseguiriam acompanhar o comportamento na internet.
Cyberbullying e outros riscos
Durante a navegação, os jovens estão sujeitos a alguns comportamentos de risco. O levantamento apontou que 28% das meninas já passaram de um bate-papo aberto para uma conversa particular com alguém que conheceram na rede, enquanto 45% dos meninos afirmam conversar com desconhecidos. Outros comportamentos de risco comuns entre os jovens são publicar fotos indiscretas de si mesmos e até dados pessoais como endereço, nome de escola, aspectos físicos, número de celular ou da própria casa.
Na visão de Bouer, é preocupante o fato de jovens conhecerem pessoas on-line e passarem de chats públicos para conversas privadas. Ele alerta que, por se sentirem seguros na web, os adolescentes vão além e marcam encontros com esses “amigos virtuais”.
— Por terem muita familiaridade e se sentirem seguros na Internet, os jovens ficam confortáveis em passar as interações do campo virtual para o presencial. Entretanto, esses encontros podem apresentar uma série de riscos reais ao adolescente.
De acordo com a pesquisa, entre os jovens que sofreram ciberbullying, apenas 30% contaram a seus pais e 26% não tomaram nenhuma medida. Para Bouer, é preciso que os pais estabeleçam uma forte relação de confiança para que os filhos comentem sobre suas atividades na internet e relatem qualquer problema. O especialista defende que essa é a única forma de evitar ou encerrar esse tipo de prática que além da escola torna-se cada vez mais presente na rede.
fonte:http://noticias.r7.com/tecnologia-e-ciencia/noticias/pais-nao-sabem-o-que-os-filhos-fazem-na-internet-aponta-pesquisa-20121113.html?question=0
foto:linguanosblogs.blogspot.com
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