Grupo com 120 sul-sudaneses embarcou neste domingo para a capital do país, Juba.
Como já havia sido anunciado anteriormente, Israel iniciou neste domingo (17/06) a deportação do primeiro grupo de imigrantes africanos ilegais. Os 120 sul-sudaneses embarcaram para Juba à noite, após passarem cerca de uma semana apreendidos pela Imigração israelense.
O governo israelense afirma que os imigrantes são um peso para a economia e uma ameaça para a identidade judia do Estado. Tensões sociais em Tel Aviv cresceram recentemente, com israelenses atacando lojas de estrangeiros e os agredindo na rua. De acordo com a BBC, os imigrantes que desejem ser repatriados receberão mais de mil dólares cada um r 500 por criança como auxílio.
Sul-sudaneses abrigados na organização para refugiados ASSAF, no sul de Tel Aviv, se queixaram que, apesar de as autoridades terem prometido uma semana de prazo para a partida, a polícia de imigração os surpreendeu antes. De acordo com Orit Rubin, coordenadora da ASSAF, muitas prisões foram feitas no meio da madrugada, como se os sul-sudaneses fossem criminosos. “Eles chegam às 05h, forçam a porta e dão sustos nos refugiados”, contou Orit.
"Sem obter direitos em Israel, sem políticas apropriadas e com uma população israelense que é mais e mais temerosa dos africanos só pelo fato de que são africanos, e com toda a incitação (governamental aos recusar), a situação aqui é muito ruim", disse Rubin à Prensa Latina.
Um dos políticos que assumiram a causa contra imigrantes africanos é o ministro do Interior, Eli Yishai, líder do partido ultra-ortodoxo Shas. Ele chegou a dizer que o número de mulheres israelenses abusadas por africanos é muito maior do que o registrado.
“Muitas mulheres israelenses foram abusadas por imigrantes africanos, mas decidem não informar a polícia porque contraíram Aids e têm medo de serem estigmatizadas”, comentou Yishai há alguns dias em entrevista a um jornal local, referindo-se a um incidente recente, no qual uma israelense do sul de Tel Aviv afirmou ter sofrido um abuso em sua casa nas mãos de um africano.
foto:oglobo.globo.com
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