Argentina, Indonésia, México e Rússia deveriam deixar o G20 (grupo de países ricos e emergentes) porque não cumprem com critérios econômicos ou não respeitam o Estado de Direito, segundo artigo publicado na última quinta-feira por dois especialistas americanos. Ainda de acordo com o artigo, Malásia, Noruega, Cingapura e Suíça deveriam substituí-los dentro do grupo, cujos líderes se reúnem na próxima segunda e terça-feira no balneário mexicano de Los Cabos, às margens do Pacífico.
Alex Brill, um membro do liberal Instituto Empresarial americano, e James K. Glassman, ex-subsecretário de Estado e diretor executivo do Instituto George W. Bush, fundado pelo ex-presidente americano, reconhecem que os atuais membros do G20 não têm interesse algum em abrir este debate, mas sugerem que a constituição de seus membros deveria ser discutida a cada cinco anos.
O G20 foi criado há 13 anos como um mero fórum de debate à sombra do G7, mas as regras para fazer parte deste grupo nunca foram claramente estabelecidas, recordam os especialistas. Com a eclosão da crise de 2008, o grupo assumiu uma inesperada liderança, reforçada, além disso, pelo crescente peso dos emergentes que viram no G20 um fórum que legitimaria seu maior peso econômico.
Divulgado pela União de Contribuintes Americanos, o relatório propõe quatro critérios para fixar a constituição de membros desse grupo. O porte econômico e o peso internacional de cada país, seu respeito ao Estado de Direito e a economia de mercado e a importância de seu setor financeiro seriam esses critérios.
Seguindo esses critérios, a Argentina, por exemplo, ficaria de fora. Apesar de ser membro fundador do G20, dois anos depois da fundação, em 2001, abalado por uma crise econômica, o governo de Buenos Aires anunciou a maior moratória unilateral da dívida de sua História.
Os especialistas asseguram que esse fato, que provoca debate em Washington, não entrou nos parâmetros do grupo para tirar a Argentina do G20. México e Rússia seriam dois países cujos níveis de corrupção e políticas pouco claras os impediriam de continuar no grupo.
"A ideia de ser um castigo para esses países parece um pouco fora de lugar, pois qualquer país teria o direito de voltar para grupo", acrescentou Brill.
Os atuais membros do G20 são Alemanha, Argentina, Arábia Saudita, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Turquia e a União Europeia.
foto:pt.wikipedia.org
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