24/09/2011

Informe Mundial Sobre Desastres aponta números alarmantes sobre segurança alimentar

Mais de 900 milhões de pessoas sofreram de fome crônica no mundo em 2010. Quase 1 bilhão dorme com fome. Como podemos conseguir dormir em paz diante desta realidade trágica? A responsabilidade para reverter esta situação é de todos nós, ninguém pode alegar que não sabia ou que não tem nada a ver com isso. O que você está fazendo para diminuir a fome no mundo? Pequenas ações podem não mudar o mundo, mas muitas pequenas ações podem contribuir efetivamente para que isto ocorra.Pense a respeito.



A Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho divulgou em todo mundo esta semana o Informe Mundial sobre Desastres. O documento traz números alarmantes que expõem a grave situação da população do planeta com relação à segurança alimentar, as medidas que estão sendo adotadas sobre o tema e faz um alerta para a necessidade de reconfiguração do sistema alimentar global. "A humanidade está retrocedendo quanto à segurança alimentar dos pobres em relação à 'obesidade epidêmica' dos ricos," afirma o relatório. 

O documento revela que 925 milhões de pessoas sofreram de fome crônica no mundo em 2010, de acordo com a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura), ou seja, mais do que no início dos anos 1970; 180 milhões de crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição e retardo no crescimento; cerca de 55 milhões estão gravemente desnutridas; cerca de 9 milhões de crianças morrem antes de completar 5 anos; 15% da população mundial dormem com fome; os preços dos alimentos no segundo semestre de 2010 subiu 30%; 10 milhões de hectares, segundo estimativas, são perdidos a cada ano por causa da seca; estima-se em 30% a perda anual de sobras de alimentos no mundo; 10% do orçamento de desenvolvimento do Banco Mundial era utilizado para a agricultura em 2000(em 1980 foi de 26%), demonstrando que grandes agências de desenvolvimento perderam o interesse na agricultura. 
No mundo, há 1,5 bilhões de pessoas com sobrepeso, e 27% da população dos Estados Unidos é obesa. A obesidade é uma epidemia no mundo rico e se propaga a países de baixa e média rendas, onde cada vez mais pessoas comem alimentos processados, grande parte deles importados. O informe destaca ainda significativa desigualdade entre os sexos: estima-se que as mulheres representem 60% das pessoas desnutridas e em alguns países as meninas têm 10 vezes mais probabilidades que os meninos de morrerem de desnutrição e enfermidades infantis previsíveis.
Para o secretário-geral da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho, Bekele Geleta, o problema da desnutrição e da segurança alimentar vai além da simples carência de alimentos, considerando que "tem muito mais a ver com a falta de acesso aos alimentos, ou seja, pobreza, e fatores como a desigualdade, efeitos das mudanças climáticas na agricultura de pequena escala, a especulação de 'mercado de futuros' de produtos alimentícios e alto custo de produtos agrícolas, como fertilizantes".
Os autores do relatório consideram que existe um crescente consenso acerca do papel que desempenha a especulação financeira na volatilidade dos mercados de alimentos. Quando estourou a crise imobiliária nos Estados Unidos, os investidores viram novas oportunidades no mercado de futuros agrícolas, resultando em preços mais altos para o consumidor. O ressurgimento da crise também é atribuído ao crescente uso da terra para cultivos destinados à produção de bicombustíveis. Os Estados Unidos praticamente quintuplicaram a meta de consumo anual de bicombustível, projetando em 35 milhões de galões para 2022. Os americanos gastaram U$ 68.000 milhões em cupons de alimentação para 40 milhões de estadunidenses famintos em 2010. 
A pergunta quie se faz é: O que fazer? Durante décadas, as imagens de pessoas desfiguradas pela fome têm comovido a consciência do mundo. Menos visíveis são os milhões – hoje, praticamente 1 bilhão – de pessoas que padecem de fome crônica, ou seja, um em cada sete habitantes do mundo.
O mundo atravessa uma crise profunda onde se produzem alimentos suficientes para alimentar a todos sem que isso ocorra, em parte, devido às crescentes desigualdades e à transformação dos alimentos e da terra em produtos comerciais que se vendem a caros valores, violando o direito universal fundamental a uma alimentação nutritiva e suficiente.
Em todo o planeta, quem sofre de fome são os pobres que, em sua maioria, vivem em zonas rurais, embora com crescente presença nas zonas urbanas. São também os mais indefesos os que carecem de meios para resistir aos efeitos das mudanças climáticas, ao aumento dos preços dos alimentos e energia, das repercussões negativas perniciosas da agroindústria e do mercado mundial, assim como as condições injustas do comércio nos planos local, nacional e internacional.
Os governos de alguns países onde a fome é um problema endêmico lutam para oferecer uma quantidade de serviços necessários para prevenir a fome e a má nutrição: como proteção social, água potável e saneamento, infra-estrutura, educação, apoio as mulheres, e o mais importante: o trabalho de potencializar a auto-suficiência. 
Uma das metas do Primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, da ONU, é reduzir pela metade o percentual de pessoas que sofrem de fome até 2015. Em muitos países, no entanto, há pouca esperança de alcançar esta condição se não for revertido aproximadamente US$ 75.000 milhões em agricultura e proteção social. 

Estatística no mundo

. 925 milhões de pessoas sofreram de fome crônica no mundo em 2010, de acordo com a FAO; mais que no início da década de 1970. 

.178 milhões de crianças menores de cinco anos sofreram atraso no crescimento causado pela desnutrição.

.15% da população do mundo vai dormir com fome. São quase 1 bilhão de pessoas.

.55 milhões de crianças estão gravemente desnutridas. 

.9 milhões de crianças morrem, anualmente, antes de completar 5 anos, e um terço por causas atribuídas a desnutrição.

.30% é o aumento do índice de preços dos alimentos, no segundo semestre de 20110, segundo a FAO. 

.68 bilhões de dólares gastos em cupons de alimentação para 40 milhões de estadunidenses famintos em 2010. 

.1,5 bilhões de pessoas obesas no mundo. 

.27% da população dos Estados Unidos é obesa. 

.25 bilhões de galões é a meta de consumo anual de bicombustíveis nos Estados Unidos para 2022. 

.60% das crianças da África subsaariana sofrem de anemia por insuficiência de alimento. 

.60% das terras produtivas do mundo que não se cultivam estão na África. 

.49%, é o aumento da quantidade de calorias disponível per capita na China (a porcentagem mais alta do mundo), nos últimos 40 anos, até o princípio da década de 2000.

.240 organizações que fazem parte da Federação Européia de Bancos de Alimentos que recuperam alimentos excedentes para distribuí-los aos pobres. 

.18 são os países europeus onde operam esses bancos. 

.10 milhões é quantidade máxima de hectares de terras cultiváveis que, segundo estimativas,se perdem a cada ano por causa da seca.  

.30%, é a estimativa de perdas ou desperdício anual de alimentos que se produzem em todo o mundo. 

.10%, do orçanamento do Banco Mundial foi destinado a agricultura em 2000, quanto que na década de 1980 o investimento foi de 26%. 

500%, é o aumento do número mundial de transações em mercado futuro de alimento entre 2002 e 2008.




fonte:http://www.portugaldigital.com.br/noticia.kmf?cod=12439753&indice=10&canal=158
foto:amorepazsemfronteiras.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!