Antes de mais nada nossa total solidariedade ao Japão que sofreu na semana passada o terremoto mais potente de toda a sua história (de magnitude 8,8), causando tsunami e a explosão de usinas nucleares. Até o momento já foram registradas 1.600 mortes, mas cerca de 10 mil pessoas estão desaparecidas. Infelizmente, segundo a Agência Meteorológica do Japão existe 70% de chances que até a próxima quarta-feira acorra um terremoto de 7 graus no país.
Com certeza que orar pelo povo japonês (independemente da religião seguida)é muito importante, assim como a ajuda internacional que está sendo enviada ao país. Toda e qualquer ação de solidariedade é sempre bem-vinda neste momento, seja material ou não. No entanto, tragédias como esta e a que vivemos no Brasil no início do ano na região serrana do Rio de Janeiro e outras que ocorrem no mundo devem servir para algumas reflexões.
Uma delas que considero muito pertinente é com relação as usinas nucleares. Embora de acordo com os especialistas as estruturas nucleares no Japão sejam muito mais seguras do que aquelas de Chernobyl (Ucrânia), onde aconteceu o pior acidente nuclear da história, o risco de contaminação existe. E os funcionários que estão tentando deter o vazamento são os primeiros a correrem um sério risco de serem contaminados com a radiação. Então a pergunta é: como pode ser possível que em países tão vulneráveis as tragédias naturais como é o Japão sejam construídas usinas nucleares? Nem todo sistema de segurança é possível garantir que estas usinas fiquem imunes a terremotos e tsunamis como os que ocorreram no país. Nem toda peculiar organização japonesa pode garantir que as 54 usinas nuclearem em operação, sendo que 11 delas foram desligadas automaticamente com os tremores, estejam a salvo das catástrofes ambientais.
O que nos leva a pensar no Brasil e nas usinas Angra 1 e 2 no estado do Rio de Janeiro. Leiam a reportagem publicada no jornal carioca o Dia (de João Fernando e Marcelo Alecrim)nesta segunda-feira e reflitam:
"A tragédia nuclear japonesa acendeu um alerta nas usinas Angra 1 e 2, no Estado do Rio de Janeiro. Mas, se no Japão a população já estava instruída e tinha infraestrutura para esvaziar a área com segurança, no Brasil é diferente.
A equipe de reportagem de O DIA percorreu ontem (13.03) o trajeto entre Angra dos Reis e o Rio de Janeiro e constatou que as rotas de fuga não são apropriadas para que a população da Costa Verde consiga escapar em caso de acidente, e a população não é treinada adequadamente. A BR-101, que liga as cidades, além de mal sinalizada, tem trechos com quedas de barreiras em obras desde o Réveillon de 2010, quando a chuva fez centenas de mortos na região.
O tipo de reator da usina japonesa tem diferenças do modelo brasileiro, segundo o físico Luiz Pinguelli Rosa, da Coppe/UFRJ. “Nosso sistema apresenta vantagens, mas tem a proximidade do mar. Uma tsunami não é provável, mas estamos vulneráveis”.
O risco de vazamento de radiação não está relacionado só a abalos sísmicos e tsunamis. Falha no núcleo do reator é uma das hipóteses. Atentados terroristas e a queda de um avião não são descartados.
Mecanismos de proteção existem para evitar vazamento, mas, em caso extremo, o risco maior é para quem vive num raio de cinco quilômetros.São 20 mil pessoas.
A contaminação mais grave, que atingisse de 10 a 12 quilômetros, afetaria 80 mil. O risco de atingir o Centro de Angra, aventado por ambientalistas, mas negado pelas autoridades, comprometeria a segurança de 180 mil moradores.
O conselheiro da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) Rafael Ribeiro também critica o plano. Segundo ele, a população não está devidamente treinada para emergências. Ele disse que a retirada das pessoas poderia ser prejudicada em caso de queda de barreira ou engarrafamento.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, é outro que vê falhas no plano de contingenciamento. Segundo ele, os exercícios deveriam ser mais frequentes e os procedimentos, mais claros.
A Eletronuclear, que opera as usinas , divulgou nota afirmando que a região tem baixo risco de terremotos ou tsunamis. Além disso, alega, as estruturas suportariam abalo até de grande magnitude.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Dias Gonçalves, diz que o raio de cinco quilômetros é suficiente para a segurança.
Com apenas uma estrada entre o mar e a montanha como rota de fuga, os moradores de Angra dos Reis podem ter problemas para esvaziar o local com rapidez no caso de uma tragédia nuclear. No trecho entre Itacuruçá e o Centro da cidade, a pista comporta apenas dois carros, um em cada sentido. No trajeto há quatro obras contra quedas de barreira inconcluídas, uma ocupa parte da via, onde só passa um carro por vez. Além disso, as placas de sinalização estão cobertas pela vegetação".
Mecanismos de proteção existem para evitar vazamento, mas, em caso extremo, o risco maior é para quem vive num raio de cinco quilômetros.São 20 mil pessoas.
A contaminação mais grave, que atingisse de 10 a 12 quilômetros, afetaria 80 mil. O risco de atingir o Centro de Angra, aventado por ambientalistas, mas negado pelas autoridades, comprometeria a segurança de 180 mil moradores.
O conselheiro da Sociedade Angrense de Proteção Ecológica (Sapê) Rafael Ribeiro também critica o plano. Segundo ele, a população não está devidamente treinada para emergências. Ele disse que a retirada das pessoas poderia ser prejudicada em caso de queda de barreira ou engarrafamento.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, é outro que vê falhas no plano de contingenciamento. Segundo ele, os exercícios deveriam ser mais frequentes e os procedimentos, mais claros.
A Eletronuclear, que opera as usinas , divulgou nota afirmando que a região tem baixo risco de terremotos ou tsunamis. Além disso, alega, as estruturas suportariam abalo até de grande magnitude.
O presidente da Comissão Nacional de Energia Nuclear, Odair Dias Gonçalves, diz que o raio de cinco quilômetros é suficiente para a segurança.
Com apenas uma estrada entre o mar e a montanha como rota de fuga, os moradores de Angra dos Reis podem ter problemas para esvaziar o local com rapidez no caso de uma tragédia nuclear. No trecho entre Itacuruçá e o Centro da cidade, a pista comporta apenas dois carros, um em cada sentido. No trajeto há quatro obras contra quedas de barreira inconcluídas, uma ocupa parte da via, onde só passa um carro por vez. Além disso, as placas de sinalização estão cobertas pela vegetação".
Muitas tragédias poderiam ser evitadas se houvesse uma preocupação de fato com a preservação da vida humana e do meio ambiente. Se as ações humanas fossem guiadas pela responsabilidade que todos nós devemos ter com a vida e com o planeta. Se a individualidade e a ganância não estivessem sempre no comando das decisões. Se a ocorrência de terremotos, tsunamis e outras catástrofes ambientais é inevitável, por outro, é totalmente previsível que atitudes inconsequentes e egoístas gerem tragédias e dor, muita dor.
Para saber mais sobre os desastres naturais que ocorrem no chamado "anel de fogo" do Oceano Pacífico:
imagem: viverpuramagia.blogspot.com
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