Será que a Educação no campo é melhor do que na cidade? Quando a gente fala sobre desigualdades no Brasil, nem sempre a área rural é tida como uma questão urgente. Os indicadores educacionais, no entanto, contam uma história diferente e alertam para a necessidade de termos olhares mais atentos e políticas públicas focalizadas para a população do campo.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad/IBGE), enquanto a população urbana brasileira tem, em média, 10,3 anos de escolaridade, os moradores das zonas rurais registram dois anos a menos de estudo.
Esses dados fazem parte do Anuário Brasileiro da Educação Básica, lançado neste mês pelo movimento Todos Pela Educação e pela Editora Moderna. Em sua sexta edição, a publicação tem como eixo editorial o tratamento das desigualdades brasileiras e a defesa do Plano Nacional de Educação (PNE) como uma política de estado que precisa ser efetivada. As análises estatísticas do anuário utilizam, principalmente, as bases de dados do Ministério da Educação (MEC) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e a organização segue as metas do Plano Nacional de Educação.
Como mostra também o Anuário, as desigualdades não se resumem às disparidades entre áreas urbana e rural. Não é à toa que a meta 8 do PNE, sancionado em 2014, determina que o País eleve a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, para atingir no mínimo 12 anos de estudo para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, além de igualar a escolaridade média entre negros e não negros.
Se compararmos os mais 25% ricos e os 25% mais pobres, a diferença em anos de estudo aumenta para 4 anos entre o quartil de maior renda. Entre as regiões, quem mora no Sudeste do País tem pelo menos um ano a mais de escolaridade do que o habitante das regiões Norte e Nordeste.
Por conta das desigualdades, a escolaridade vem avançando de maneira muito lenta quando olhamos para o Brasil como um todo. Entre 2014 e 2015, por exemplo, a taxa cresceu apenas 0,1 ponto percentual, como vem ocorrendo desde 2012. Os dados revelam a necessidade urgente de se criar e instituir políticas públicas específicas para todas as clivagens sociais brasileiras, de modo a atender toda a população de maneira equânime.
A legislação estabelece como prazo para esse objetivo 2024, último ano de vigência do PNE, mas fica muito claro que é necessário tomar medidas desde já para que alcancemos essa meta.
Você também pode consultar esse e outros indicadores no Observatório do PNE.
Reportagem de Mariana Mandelli, do Todos Pela Educação
fonte:http://educacao.estadao.com.br/blogs/de-olho-na-educacao/onde-a-escolaridade-no-brasil-e-mais-desigual/
foto:http://blogodontosocial.blogspot.com.br/2016/05/educacao-e-desigualdade-social-no-brasil.html
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