25/01/2016

Com 53% dos votos, conservador Marcelo de Sousa é o novo presidente de Portugal


Marcelo Rebelo de Sousa (foto acima), candidato apoiado pelo atual presidente português, o conservador Aníbal Cavaco Silva, obteve 54% dos votos nas eleições presidenciais ontem (24/01) e é o novo presidente de Portugal, com mais de 90% dos votos apurados. Político venceu em todos os distritos do país. O socialista Sampaio da Nóvoa ficou em segundo lugar, com 22% dos votos e anunciou sua retirada o cenário político. 
Em discurso de vitória, Sousa, que tomará posse em 9 de março, ressaltou que não há portugueses vencedores e vencidos: "serei o presidente de todos". Ele destacou também a necessidade de "formar consensos no país".
"No tempo vindouro, ou crescemos economicamente de forma sustentável, criando justiça social, combatendo a desigualdade, combatendo a corrupção, ou só agravaremos tensões sociais e radicalismos coletivos", afirmou. E concluiu: Eu acredito que os próximos cinco anos não serão um tempo perdido. Serão de recuperação e futuro. Foi com esse proposito que me candidatei. 
O socialista Sampaio da Nóvoa ficou em segundo lugar, com 22% dos votos e anunciou sua retirada o cenário político. Muito ovacionado, Nóvoa afirmou que "pela primeira vez na nossa história, um cidadão independente esteve perto de disputar o segundo turno das eleições presidenciais, pela primeira vez obteve mais de 1 milhão de votos.
Muito emocionado, Nóvoa ressaltou que "no dia da apresentação da minha candidatura disse com clareza que único objetivo era disputar. Peço a todos que mantenham presença nos partidos e movimentos sociais, da forma que entendam ser a mais adequada, mas o caminho que fizemos em conjunto termina aqui, por coerência com tudo que disse. O que ocorreu nessa campanha foi a prática da democracia". 
Apoiadores do candidato apontam possibilidade de uma reavalização dentro do partido. Ana Gomes, do PS, ressaltou que "PS é fundamental para vitória ou derrotas da esquerda e que há desqualificação da eleição presidencial".
Maria Belém, também do Partido Socialista, saudou o novo presidente, mas em pronunciamento feito do seu comitê de campanha, criticou duramente Nóvoa ao dizer que correlegionário apostou no "populismo demagógico".
Apoiadores da líder socialista classificaram o resultado eleitoral como uma “derrota da esquerda” e criticaram o fato de o PS não ter conseguido lançar um candidato único e não ter conseguido levar a decisão para um segundo turno. Com dois candidatos na disputa, PS não apoiou oficialmente nenhum dos concorrentes.
Principal surpresa da votação, Marisa Matias, do Bloco de Esquerda, ficou em terceiro lugar, com votação 9,6% dos votos.
Também à esquerda, resultado obtido por Edgar Silva, apoiado pelo PCP (Partido Comunista Português) foi criticado, semdo considerado o pior da história do partido no país. Silva ficou em sexto lugar, com 3,6% dos votos.
Abstenção
O que mais chamou a atenção nas eleições presidenciais em Portugal foi o alto índice de abstenção. Mais de 9,7 milhões de cidadãos estavam habilitados para votar, mas a abstenção chegou a 54%. De acordo com analistas portugueses, trata-se da maior taxa já ocorrida em uma eleição em que o candidato não concorre à reeleição.
Muitos atribuíram a baixa participação à falta de clareza com relação à importância política do presidente no sistema parlamentarista português. Isso porque no país ibérico, a figura do presidente não é meramente institucional e tem um papel-chave, sendo a máxima autoridade do Estado e o comandante em chefe das Forças Armadas, por exemplo.
Rebelo de Sousa
Político, jurista, professor e comunicador, o ex-comentarista político de televisão Marcelo Rebelo de Sousa é o favorito dos portugueses para substituir Cavaco Silva. Apoiado por partidos conservadores, se autodefiniu como o candidato "mais à esquerda entre os da direita".
Aos 67 anos, o "professor Marcelo", como é conhecido popularmente, entrou por anos nos lares dos portugueses aos domingos à noite para comentar os assuntos mais destacados da atualidade nacional e internacional, inclusive com entrevistas, como a que fez com Cristiano Ronaldo em sua casa em Madri.
Ele foi vereador em Lisboa e Cascais, deputado, secretário de Estado, vice-presidente do PPE (Partido Popular Europeu) e membro do Conselho de Estado.

fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/43020/com+53+dos+votos+conservador+marcelo+de+sousa+e+o+novo+presidente+de+portugal.shtml
foto:http://noblat.oglobo.globo.com/artigos/noticia/2016/01/portugal-elege-novo-presidente.html

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