16/06/2015

Itália acusa França de fechar fronteira em meio à crise migratória

Centenas de imigrantes africanos estão bloqueados desde sábado na cidade de Ventimiglia; para ministro italiano, imagens são 'tapa na cara da Europa'.



Desde sábado (13/06), centenas de imigrantes, provenientes sobretudo de Eritreia e Senegal, estão bloqueados na cidade de Ventimiglia, na Itália, à espera de que a França abra suas fronteiras, acusou o governo da Itália ontem (15/06).

De acordo com agência de notícias italiana Ansa, a decisão das autoridades francesas de fechar a divisa para pedestres com a Itália viola um dos pilares da União Europeia, que é a livre circulação entre seus Estados-membros.
Por sua vez, o ministro francês do Interior, Bernard Cazeneuve, afirmou nesta segunda que a fronteira com a Itália não foi fechada para evitar a passagem de imigrantes em situação irregular e argumentou que somente as regras foram aplicadas.
"Não há um bloqueio da fronteira porque estamos em um espaço aberto, há só um respeito das regras", sintetizou em entrevista à emissora francesa BFM TV.
Cazaneuve ainda garantiu que não fechou o espaço europeu estabelecido pelo tratado de Schengen (tratado de abertura de fronteiras assinado, em sua maioria, por membros da União Europeia nos anos 1980), mas que intensificou os controles para não permitir a passagem dos imigrantes sem documentação.


Para endossar o argumento, o ministro francês ressaltou que, de acordo com a legislação europeia, quando alguém sem permissão de estadia legal na União Europeia é encontrado, existe a obrigação de devolvê-lo ao país por onde entrou - neste caso, a Itália.
"Desde o início do ano, recebemos cerca de oito mil pessoas e mandamos de volta para a Itália cerca de seis mil imigrantes. Eles não devem passar e é a Itália que tem que assumir a responsabilidade. É preciso respeitar as regras de Schengen", rebateu Cazaneuve.
No domingo (14/06), o primeiro-ministro da Itália, Matteo Renzi, elevou o tom e disse que se na próxima reunião da União Europeia (prevista para os dias 25 e 26 de junho) a crise imigratória não for resolvida, o governo italiano "terá um plano B".
“As respostas que a Itália está recebendo são insuficientes. Distribuir sozinha 24 mil pessoas é quase uma provocação”, afirmou Renzi, em entrevista ao jornal Corriere della Sera. 


Na fronteira da cidade francesa Nice com Ventimiglia, a Agência Efe reportou nesta manhã a presença de caminhonetes e vários policiais franceses, assim como do lado italiano, que reforçou o número de seus agentes. Segundo a agência de notícias espanhola, a maioria dos imigrantes bloqueados diz que pretende seguir para países como Alemanha, Áustria e Suécia, locais onde vivem familiares, e não permanecer na Itália.
Para o ministro do Interior da Itália, Angelino Alfano, as imagens dos imigrantes em Ventimiglia são um “tapa na cara da Europa”. “Aquelas pessoas querem ir para Europa, não ficar na Itália. Levarei essas fotos amanhã (16/06) à reunião dos ministros europeus do Interior. Se a UE não aceita acolher os imigrantes que chegam aqui, a Europa verá a Itália também não ser solidária e retribuir o mesmo tratamento", ameaçou hoje.



fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/40699/italia+acusa+franca+de+fechar+fronteira+em+meio+a+crise+migratoria+ministro+frances+nega.shtml
foto:http://www.italiaoggi.com.br/migrazioni/noticias/migra_20090415b.htm

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