Após a polêmica envolvendo o suposto patrocínio do governo da Guiné Equatorial à Beija-Flor, o intérprete da escola de Nilópolis, Neguinho da Beija Flor, afirmou, em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul, que o dinheiro sujo organiza o Carnaval do Rio de Janeiro. Durante a entrevista dada ao vivo, por telefone, à Rádio Gaúcha de Porto Alegre, o intérprete afirmou que “se hoje temos o maior espetáculo audiovisual do planeta, agradeça à contravenção”. A fala do sambista da Beija-Flor é apenas a confirmação de anos de questionamentos sobre a origem do dinheiro dado às escolas de samba para o carnaval carioca. E que ficou mais em evidência, após as dúvidas que rondam a origem do patrocínio recebido pela Beija-Flor para o desfile deste ano.
Nesta quinta-feira, o governo da Guiné Equatorial negou ter patrocinado a escola, afirmando que o dinheiro veio de empresas brasileiras que operam no país. A informação teria sido confirmada por um dos carnavalescos da Beija-Flor, Fran-Sérgio Oliveira, que teria citado ainda as empreiteiras Queiroz Galvão e Odebrecht. Por sua vez, a Odebrecht nega o patrocínio, e afirma que sequer realizou obras na Guiné. A escola ainda não se manifestou sobre o fato.
A reportagem do JB chegou a entrar em contato com a assessoria da Liga das Escolas de Samba (Liesa) questionando sobre qualquer regulamentação que norteie o recebimento de patrocínios pelas escolas. Em resposta, a Liesa afirmou que “não tem conhecimento sobre os patrocínios que as escolas fecham no carnaval carioca. A relação é particular, entre a escola e o patrocinador e a liga não tem conhecimento disso”.
Há ainda o dinheiro que é recebido de patrocínios externos, que podem vir de empresas, governos locais, governos do exterior e os chamados benfeitores ou patronos das escolas. “O grande questionamento é a origem do dinheiro e o tema que está sendo abordado. O processo de patrocínio está muito enredado. O primeiro caso de patrocínio desse tipo foi no Império Serrano ainda na década de 80 e ainda não se tem regras bem definidas sobre como esse dinheiro deve ser usado”, explica.
Contudo, a reportagem do JB não encontrou nenhuma informação sobre possíveis regulamentações das declarações dos patrocínios externos recebidos pelas escolas de samba. Questionadas pela reportagem, as secretarias de Cultura do Estado e da Prefeitura afirmam que elas lidam apenas com o repasse da verba dos governos estaduais e municipais para o carnaval carioca através da lei de incentivo à cultura.
A Secretaria de Turismo do Município, RioTur, afirma que há um programa de subvenção para cada escola e que há um prazo, após o período de carnaval, em que cada escola deve declarar o que foi gasto das verbas cedidas pela secretaria.
fonte:http://www.jb.com.br/rio/noticias/2015/02/19/patrocinios-duvidosos-as-escolas-de-samba-do-rio-nao-sao-explicados/
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