Após a polícia de Nova Déli divulgar na última sexta-feira (02/02) que os casos de estupros contra as mulheres aumentaram 31,6% na capital da Índia em 2014, a organização alegou que as mulheres têm que aprender a se defender sozinhas.
"Pedimos a todos para unir nossas mãos para que cada mulher em Nova Déli seja treinada em defesa pessoal. Quero que cada mulher tenha faixa marrom de judô", declarou o comissário de polícia da cidade, B.S. Bassi, à agência indiana Ians.
Até o dia 15 de dezembro de 2014 foram registraram 14.687 violações do código penal contra mulheres frente às 12.410 do ano anterior, segundo os dados da polícia indiana. As autoridades atribuem o crescimento dos casos de estupro contra o sexo feminino como resultado “de um aumento das denúncias que dos crimes em si".
No entanto, a radiografia dos crimes sexuais contra mulheres em Nova Déli indica a presença de um fenômeno largamente doméstico, em contraste com a narrativa recorrente do perigo à espreita nas ruas, representado pela multidão de migrantes internos – frequentemente provenientes da zona rural do país – empregados nos setores da construção civil e do transporte público.Um segmento da população tradicionalmente percebido como analfabeto e de costumes retrógrados frente ao tão celebrado “progressismo” da classe média emergente, aponta o jornalista Matteo Miavaldi na capital indiana.
Na última semana de novembro de 2014, a polícia de Nova Déli entregou à Suprema Corte da capital indiana um relatório sobre os estupros registrados na cidade nos primeiros dez meses do ano passado. Segundo as estatísticas, o estuprador é, na vasta maioria dos casos, uma pessoa próxima, parte do círculo de convivência da vítima.
Entre janeiro e outubro de 2014, a polícia da capital indiana registrou um total de 1.704 casos de estupro. Destes, 215 foram cometidos por parentes próximos da vítima: o pai (43 casos), um irmão (27), o pai adotivo (23), e o avô (um caso).
Alargando o círculo, a incidência maior é de estupro perpetrado por primos, vizinhos, sogros, cunhados e tios, chegando ao pico (642 casos) sob a designação vaga de “amigos”. Na Índia, onde o reconhecimento social do status de namorado ainda demora a se estabelecer fora de estreitos grupos de progressistas de classe média, é plausível que sob a alcunha de “amigos” estejam uma série de variantes como namorados, amigos próximos e conhecidos.
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/39025/apos+aumento+de+estupros+em+nova+deli+policia+pede+que+mulheres+se+defendam+sozinhas.shtml
foto:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/26109/milhares+de+pessoas+protestam+contra+violencia+a+mulheres+na+india.shtml
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