Apenas 6% dos jovens com idades entre 16 e
24 anos estão matriculados em cursos de educação profissional, segundo a
Confederação Nacional da Indústria (CNI). O dado, divulgado na última terça-feira,
faz parte de pesquisa encomendada pelo grupo ao Ibope, que ouviu 2.002 pessoas
em 143 municípios.
O Brasil fica muito abaixo da média registrada em outros países.
Nas 34 nações mais desenvolvidas, a porcentagem de matrículas no ensino técnico
entre jovens de 15 a 24 é de 35%, segundo a Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
A pesquisa do Ibope considerou tanto os estudantes que cursam o
ensino médio integrado ao técnico quanto aqueles que fazem apenas o ensino
profissional. Segundo os dados, 44% da população entre 16 e 24 anos estuda,
sendo a maioria no ensino superior (18%) e, em seguida, médio (15%).
A pesquisa mostra ainda que um em cada quatro brasileiros de todas as idades já
fez curso profissionalizante. As principais razões para que a maioria (75%) da
população nunca tenha feito esse tipo de formação são falta de tempo para
estudar (40%), falta de recursos para pagar (26%) e falta de interesse (22%).
Apesar da baixa procura, os cursos técnicos são apontados pelos
entrevistados como uma porta de entrada no mercado de trabalho. Entre os que
optaram pela formação profissional, 61% já trabalharam na área do curso, o que
indica que os conhecimentos adquiridos têm aplicabilidade no mercado de
trabalho.
"Historicamente a educação profissional não foi prioridade
na agenda politica do país. Na nossa sociedade, o sistema educacional era todo
voltado para uma lógica academicista, como se todos os jovens fossem para a
universidade. Isso está mudando", explica o diretor-geral do Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi.
Entre os entrevistados, 90% acreditam que quem tem formação técnica tem mais
chances de encontrar trabalho do que quem não possui tal graduação; 82%
concordam que os profissionais com certificado de qualificação profissional têm
salários maiores. Segundo a CNI, os resultados do estudo servirão de base para
definir a oferta de vagas do Senai, que responde por 43% da oferta de cursos
técnicos no país, seguido da rede privada (37%) e da rede pública (20%).
Para Lucchesi, apesar do crescimento do número de estudantes do
ensino superior no Brasil, 80% dos jovens ainda terminam o ensino básico sem
condições ou interesse em seguir para a universidade. "Eles precisam ter
um caminho para ingressar no mercado de trabalho com uma profissão. A educação
profissional vai ao encontro desse anseio, como, aliás, é feito nos países
desenvolvidos."
fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/so-6-dos-jovens-brasileiros-fazem-curso-profissionalizante
foto:http://necesitodetodos.org/2013/04/educacion-es-lo-que-queda-despues-de/
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