08/03/2014

Hoje na História: 1977 – ONU proclama o Dia Internacional da Mulher

Após luta e demandas por igualdade de direitos, data comemorativa adquiriu no século 20 uma dimensão global.




Em 1977, a ONU proclamou o 8 de março como o Dia Internacional pelos Direitos da Mulher e a Paz Internacional. A primeira convocatória, no entanto, foi em 1911 na Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça, estendendo a comemoração desde então a numerosos países. 

O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora ou simplesmente Dia Internacional da Mulher comemora a luta da mulher por sua participação, em pé de igualdade com o homem, na sociedade e em seu desenvolvimento integral como pessoa. É celebrado em 8 de março.
Luta feminista
A história das mulheres na antiguidade está em boa medida distorcida por quem as contava: os homens. Todavia, pode-se destacar a obra teatral Lisístrata de Aristófanes, ambientada na antiga Grécia, na qual se encontra uma referência literária da luta da mulher: a protagonista Lisístrata organiza uma greve sexual contra os homens para forçá-los a pôr fim à guerra.
A figura da astrônoma e matemática Hipatia de Alexandria (século 4-5 d. C. ), assassinada brutalmente, é tida como paradigma da mulher cientista e livre, ícone da liberdade de pensamento e da autonomia da mulher.
Durante a Revolução Francesa a mulher tomaría pela primeira vez, coletivamente, consciencia de sua situação social. Marchando, junto aos homens, em direção a Versalhes, as mulheres reivindicaram a igualdade social sob o lema liberdade, igualdade, fraternidade. Foram então levantados os primeiros pedidos formais de direitos políticos e cidadania para a mulher. A Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, texto redigido em 1791 por Olympe de Gouges, copiava em boa medida a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 26 de agosto de 1789.

Em seus primórdios – final do século 18 e principio do século 19 – o movimento operário mantinha uma posição tradicional de corte patriarcal com relação à igualdade da mulher. Seria em meados do século 19 que os movimentos reivindicatórios da mulher tomaria força: luta pelo sufrágio feminino, reivindicação de igualdade, denuncia da opressão social, familiar e laboral. Surgem então os chamados movimentos sufragistas, inicialmente de origen burguesa, com figuras como Flora Tristán.

Os primeiros grupos feministas no movimiento operário teriam como grande aliado teórico o livro de Friedrich Engels, publicado em 1884, "A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado". Surgiriam dentro dos movimentos anarquistas que reivindicavam desde o neomaltusianismo, a procriação consciente do proletariado, a separação entre sexualidade e reprodução, a defesa da maternidade livre, a liberação feminina, a liberdade sexual, a promoção da planificação familiar, o cuidado com as crianças bem como o uso e difusão de métodos contraceptivos artificiais. 
Em 28 de fevereiro de 1909 se celebrou pela primeira vez nos Estados Unidos o Dia das Mulheres Socialistas após uma conclamação do Partido Socialista dos Estados Unidos. 
Em agosto de 1910 na Segunda Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, reunida em Copenhague, se reiterou a exigência do sufrágio universal para todas as mulheres e, por proposta de Clara Zetkin, foi proclamado o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. 
Em consequência dessa decisão, o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora foi celebrado pela primeira vez em 19 de março de 1911 na Alemanha, Áustria, Dinamarca e Suíça, com atos públicos assistidos por mais de um milhão de pessoas, em que se exigiu para as mulheres o direito de voto e de ocupar cargos públicos, o direito ao trabalho, à formação profissional e a não discriminação laboral. 
Em 1913, nos marcos dos movimentos pela paz que surgiram às vésperas da eclosão da guerra, as mulheres da Rússia celebraram seu primeiro Dia Internacional da Mulher, no último domingo de fevereiro daquele ano. Em 1914, se comemorou pela primeira vez, de maneira oficial, na Alemanha, Suécia e Rússia, o Dia Internacional da Mulher em 8 de março. No restante da Europa, as mulheres celebraram reuniões em datas próximas a 8 de março para protestar contra a guerra e a solidarizar-se com as demais mulheres.
Em 8 de março de 1917 celebrou-se na Rússia, em Petrogrado e Moscou, uma série de atos e manifestações com motivo do Dia Internacional da Mulher que progressivamente alcançaram um forte tom político e econômico. Incidentes com donas de casa nas longas filas para conseguir pão se converteram em manifestações espontâneas contra a monarquia e a favor dio fim da guerra. 
Depois da Revolução de Outubro, a feminista Alexandra Kollontai conseguiu aprovar que o 8 de março fosse considerado feriado oficial na União Soviética, ainda que dia útil. Em 8 de maio de 1965, por decreto do Presidium do Soviet Supremo da União Soviética se declarou feriado  não útil o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora. 
Em 1975 as Nações Unidas começaram a comemorar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Em dezembro de 1977, a Assembleia Geral da ONU proclamou o 8 de março como Dia Internacional pelos Direitos da Mulher e da Paz Internacional.
O Dia Internacional da Mulher adquiriu ao longo do século 20 uma dimensão global. O movimento internacional em defesa dos direitos da mulher é crescente e respaldado pela ONU que celebrou 4 conferências mundiais sobre a mulher e contribuiu para que a comemoração do Dia Internacional da Mulher seja um ponto de convergência das atividades coordenadas em favor dos direitos da mulher e sua participação na vida política e econômica. 


Reportagem de Max Altman
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/34281/hoje+na+historia+1977+%96++onu+proclama+o+dia+internacional+da+mulher.shtml
foto:http://www.economiaenelaula.com/8-de-marzo-positivos-vs-negatios/882

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!