Crise começou na semana passada na província de Córdoba, após greve de policiais, que exigem dobro do salário.
Pelo menos dez pessoas já morreram desde o início uma onda de saques, em várias províncias do interior da Argentina, em razão de uma greve de policiais iniciada na semana passada em Córdoba e que se estendeu por todo o país. Só na madrugada desta terça-feira (10/12), pelo menos dez perderam a vida.
Ao menos duzentas pessoas estariam feridas e cerca de mil unidades de comércio foram atacadas. Os casos de pilhagem foram registrados em pelo menos 17 províncias, todas enfrentando greves dos profissionais de segurança.
“Nós contabilizamos quatro mortos. Três são civis que suspeitamos que tenham participado das pilhagens, além de um comissário-adjunto da polícia de 35 anos”, afirmou uma fonte policial na província de Chaco, nordeste do país, sobre os fatos da madrugada desta terça. Os três civis são da cidade de Resistência. O policial morreu em razão da gravidade dos ferimentos supostamente provocados pelos saqueadores, durante um assalto a um supermercado.
Na província de Jujuy, no Norte, há dois mortos, um na cidade de San Pedro e outro em Perico, de acordo com autoridades ao jornal argentino La Nación.
Já na província de Tucumán, um homem foi ferido por arma de fogo, “com lesões graves no fígado, nos rins e no tórax”, sendo operado durante a madrugada. Ele não resistiu aos ferimentos, informou Diego Eskenazi, diretor do hospital Zenon, na cidade de Tucumán, à rede de televisão Todo Notícias. Eskenazi disse ainda que 35 pessoas foram atendidas no local em razão de ferimentos, alguns com machucados leves, outros atingidos por armas de fogo.
Nesta cidade, foram registrados confrontos entre saqueadores e pessoas que faziam a segurança dos estabelecimentos, como comerciantes, seguranças e policiais contratados para serviço privado. Em alguns casos, os donos de estabelecimentos se entrincheiravam com pistolas e escopetas, atirando em quem entrasse em suas propriedades, segundo o diário espanhol El Mundo.
O chefe de gabinete da Presidência argentina, Jorge Capitanich, prestou condolências às famílias dos mortos, dizendo que o povo argentino quer “paz e harmonia”.
Os policiais exigem aumento de pelo menos o dobro do atual salário, orçado atualmente em cinco mil pesos argentinos (R$ 1.844).
"Há policiais que vivem em nível de indigência”, disse Salvador Baratta, ex-subchefe policial de Buenos Aires e diretor do SinPoPe (Sindicato de Policiais e Agentes Penitenciários). “Aqui somos cidadãos de segunda classe”, afirmou, ao lembrar que a categoria não tem direito a sindicalização, apesar de constituírem associações sem personalidade jurídica, o que dificulta as negociações com os governos provinciais.
De acordo com o jornal chileno La Tercera, as províncias de Chaco, Entre Ríos, Jujuy, Río Negro, e Buenos Aires chegaram nesta terça-feira (10/12) a um acordo com os efetivos de segurança, somando-se a Catamarca, Córdoba e La Rioja.
O início dos confrontos
Na madrugada última quarta-feira (04), os saques na província de Córdoba terminaram com uma morte e pelo menos 50 feridos. Os policiais voltaram ao trabalho no mesmo dia.
Em dezembro de 2012, duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas durante uma onda de saques que começou na cidade de Bariloche e que se estendeu a outras cinco cidades da Argentina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Obrigada pela visita e pelo comentário!