06/12/2013

Fazer bagunça pode ajudar no aprendizado das crianças

Estudo mostra que os meninos e meninas que interagem bastante com elementos ao seu redor – isso inclui arremessar comida no chão – aprendem a nomear objetos mais rapidamente do que os pequenos considerados comportados.



Sujar a roupa e jogar comida no chão são atitudes infantis que irritam pais ou mães. Mas fazer bagunça, na verdade, é uma forma de os pequenos explorarem o mundo, e pode contribuir para o aprendizado. Crianças consideradas bagunceiras tendem a ter mais facilidade para nomear objetos do que aquelas consideradas comportadas. É isso que mostra um estudo publicado esta semana no periódico Developmental Science. 
Pesquisas anteriores comprovaram que não é difícil aprender a nomear objetos sólidos — afinal, eles têm tamanhos e formas definidos. A dificuldade aparece quando os bebês tentam identificar os não sólidos: um copo cheio de leite ou de cola, por exemplo, são aparentemente iguais. Daí a necessidade de conhecer outras características, como o cheiro e a textura. 
Um estudo realizado da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, revelou que esse padrão muda se as crianças estiverem em um ambiente que conhecem bem – a hora da refeição, por exemplo, quando interagem com objetos não sólidos. 
Em um estudo da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, cientistas reuniram crianças de 1 ano e 4 meses com o objetivo de entender como elas aprendiam os nomes de objetos não sólidos. Eles entregaram aos meninos e meninas catorze elementos, sobretudo comidas e bebidas, como purê de maçã, suco, pudim e sopa, junto com denominações curtas e inventadas para cada um, a exemplo de "dax" ou "kiv". Um minuto depois, pediram para as crianças identificarem os mesmos alimentos em diferentes tamanhos e formatos. 
Os meninos e meninas que mais interagiram com os alimentos — isto é, apalparam, comeram e, é claro, arremessaram no chão — foram os que fizeram mais associações corretas. "Pode parecer que a criança está brincando no cadeirão ao jogar comida no chão, e talvez ela esteja, mas ela também está tirando informações (dessas ações), que podem ser usadas mais tarde", afirma Larissa Samuelson, autora do estudo.

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