Comitiva brasileira será integrada por deputado federal, subprocurador da República e diretor da secretaria antidrogas.
Uma delegação brasileira – formada por um deputado, por um subprocurador e pelo diretor da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) do Ministério da Justiça – vai ao Uruguai na próxima semana para defender que o país não legalize o consumo de maconha. Uma lei liberando o uso deve ser aprovada nos próximos dias pelo senado uruguaio.
A delegação será liderada pelo deputado federal Osmar Terra (PMDB), médico de profissão e ex-secretário de Saúde do estado do Rio Grande do Sul , Marcelo Dornelles, subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Rio Grande do Sul e Vitore Maximiano, diretor da Senad.
"Terra se comunicou comigo porque no Brasil há uma opinião muito negativa sobre o projeto de legalização da maconha", atualmente em análise no parlamento uruguaio, disse à agência Efe o senador Alfredo Solari, presidente da Comissão de Saúde do Senado.
A comissão, integrada por representantes da governante coalizão de esquerda Frente Ampla, o Partido Nacional ou "Blanco" e o Partido Colorado, os dois principais da oposição, receberá na próxima terça-feira (05/11) a delegação brasileira. "Pediram uma reunião para colocar suas divergências com o projeto e a concedemos com gosto", acrescentou o legislador colorado.
Solari, contrário à legalização da maconha, acrescentou que, se o governo uruguaio alcançar o objetivo de diminuir o consumo a partir da "flexibilização" da oferta, "seria o primeiro caso em nível mundial".
O projeto de lei que legaliza a compra e venda e o cultivo de maconha no Uruguai será votado em meados de novembro no Senado, onde conta com os votos necessários para sua aprovação devido à maioria que o governo possui na casa, e poderia entrar em vigor antes de dezembro. O texto está sendo debatido na comissão da qual Solari faz parte, mas um acordo deve levá-lo a ser votado pelo plenário sem alterações.
Ele, que é promovido pelo presidente José Mujica, legaliza a compra, a venda e o cultivo de maconha, e estabelece a criação de uma estatal reguladora que se encarregará de emitir licenças e controlar a produção e a distribuição da droga. Os consumidores previamente registrados poderão comprar maconha em farmácias especialmente licenciadas, até um máximo de 40 gramas por mês, ou cultivar em casa até seis plantas que produzam não mais de 480 gramas por colheita.
Recentemente, o secretário-geral da Junta Nacional de Drogas, Julio Calçada, afirmou à imprensa que se entrar em vigor como está previsto, para o segundo semestre de 2014 o novo sistema poderá estar em andamento. Calçada revelou que o preço da grama de maconha será o equivalente a US$ 1 para que "se possa competir" com os narcotraficantes e tirar deles o mercado, o objetivo principal do presidente Mujica.
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