28/11/2013

Déficit habitacional diminui, mas pobres ainda têm menos moradia

O Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (Ipea) divulgou na última segunda-feira (25) nota técnica apontando que entre 2007 e 2012, o indicador de déficit habitacional no Brasil caiu de 5,59 milhões para 5,24 milhões. O estudo mostra que o déficit continua sendo majoritariamente nas famílias mais pobres, que recebem até três salários mínimos.
O estudo foi baseado em quatro componentes com base nos dados da Pesquisa Nacional de Amostra em Domicílio (Pnad) de 2012 – habitações precárias, coabitação familiar, ônus excessivo com aluguel e adensamento excessivo em domicílios locados. O único  com elevação no período foi o ônus excessivo com aluguel, que passou de 1,76 milhão de domicílios para 2,29 milhões. A classificação para este componente da pesquisa foi o gasto com aluguel superior a 30% da renda familiar – apenas daquelas famílias com renda de até três salários mínimos.
O estudo ressalta que o mercado de locação de imóveis urbanos pode ter sofrido da mesma alta observada no mercado de compra e venda de imóveis, explicando, assim, que uma maior parcela de famílias tenha comprometimento superior a 30% de sua renda familiar.”
Os outros três indicadores sofreram reduções. A maior redução no período foi no componente habitações precárias (30%), seguida da coabitação familiar (26%). O adensamento excessivo em domicílios locados teve em 2012 uma pequena redução, se comparado com o valor obtido em 2007, de 0,1%.

Desigualdade

Apesar da queda geral do déficit habitacional no país, quando os índices são classificados pelos estratos de renda, houve um aumento de famílias mais pobres na composição do déficit. Em 2012, aproximadamente 74% do déficit era composto por famílias em domicílios com renda de até três salários mínimos, um aumento de 4% ante 2007.
Para as demais faixas, houve redução. Famílias com renda domiciliar de três a cinco salários mínimos apresentaram redução de 11,5% na participação do déficit total; aquelas com renda de cinco a dez salários mínimos, redução de 10%, e o de renda domiciliar acima de dez salários mínimos reduziu a participação em 30% no período.

Estados

Nas unidades da federação, o comportamento geral foi de queda, mas em diferentes níveis. No Centro-Oeste, à exceção do Mato Grosso do Sul, houve aumento do déficit absoluto (o número bruto de habitações em déficit). O déficit em São Paulo manteve-se estável, com leve incremento de 0,6% em valores absolutos. Na região Nordeste, apenas os estados do Rio Grande do Norte e Sergipe mantiveram índices crescentes, enquanto no Norte do país, os estados de Roraima, Acre, Amazonas e Roraima apresentaram alta do déficit habitacional.
Considerando as regiões metropolitanas, apenas Fortaleza e o Distrito Federal apresentaram elevação do déficit absoluto. Na primeira, contudo, o aumento absoluto não significou aumento no déficit relativos – o número total de domicílios em déficit dividido pela quantidade de domicílios do estado – já que houve, justamente, um aumento do total do número de domicílios. Outro aspecto importante refere-se à participação do déficit metropolitano no déficit total dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo, concentrando mais do que 50% do total estadual em ambos.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!