Mais de 10% dos soropositivos em países de média e baixa renda já viveram ao menos cinco décadas.
Mais de 10% das pessoas vivendo com Aids nos países de renda média ou baixa têm mais de 50 anos, segundo dados divulgados ontem (01/11) pelo Unaids (Programa das Nações Unidas para a Aids).
De acordo com o relatório, do total global de 35,3 milhões de pessoas infectadas com o HIV, aproximadamente 3,6 milhões têm mais de 50 anos, sendo que a maioria (2,9 milhões) vive em países com renda média ou baixa. Nessas nações, a porcentagem de adultos acometidos pelo vírus e que têm mais que 50 anos é maior que 10%. O documento também revela que em países com renda alta, quase um terço das vítimas de Aids tem mais de 50 anos.
“Pessoas com 50 anos ou mais frequentemente deixam de ser incluídas nos programas para HIV”, afirmou Michel Sidibé, diretor-executivo do Unaids. “Isso está custando vidas. É preciso dar muito mais atenção para as necessidades específicas desses indivíduos e integrar o tratamento para HIV com outros serviços de saúde aos quais os mais velhos possam já ter acesso”.
Entre as pessoas com mais de 50 anos, a cada ano ocorrem 100 mil novas infecções, revelou o diretor de Informação Estratégica e Avaliação do Unaids, Peter Ghys, ao comentar estes novos dados.
Segundo o novo relatório, o “envelhecimento” da epidemia de HIV é devido a três fatores principais: o sucesso do tratamento com antirretrovirais em prolongar a vida dos infectados com o vírus, a decrescente incidência do HIV em adultos jovens - invertendo o ônus da doença para idades mais avançadas - e o fato de pessoas com 50 anos ou mais estão se envolvendo mais em comportamentos de risco, como sexo sem proteção e uso de drogas injetáveis, o que aumenta a chance de infecção.
Ghys ressaltou a importância de adaptar-se a esta nova realidade e reconhecer que "os serviços sanitários não respondem de maneira apropriada às necessidades específicas das pessoas de 50 ou mais anos, e que isto resulta em perda de vidas". Destacou também que é necessário que se modifique o enfoque das campanhas de prevenção, que costumam estar dirigidas a outros grupos de idade, particularmente os jovens.
Na quarta-feira (30/10), o diretor-adjunto do Unaids e subsecretário-geral da ONU, Luiz Antonio Loures, estimou que a epidemia de Aids deve ter fim em 2030. Ele também prevê que até 2015 será possível eliminar globalmente a transmissão horizontal do vírus (ou seja, de mãe para filho).
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