Um relatório das Nações
Unidas revela que o mundo reduziu os índices de desnutrição --com avanços
desiguais em diferentes regiões--, mas que, apesar da melhora, 842 milhões de pessoas
(uma em cada oito no mundo) ainda passam fome.
Segundo o documento
divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
(FAO), houve uma redução de 18,9% para 12% na parcela de pessoas desnutridas em
todo o globo entre os anos de 1990-1992 e 2011-2013.
No documento, entidade
deixa claro que ainda é necessário avançar mais para que a comunidade
internacional alcance as chamadas Metas de Desenvolvimento do Milênio --entre
as quais está diminuir pela metade, até 2015, o número de pessoas que passam
fome em relação aos níveis de 1990.
No entanto, segundo a
própria FAO, o Brasil e mais 37 países já atingiram essa meta para redução da
fome em relação a suas populações.
A FAO diz que a redução
no número de pessoas que passam fome no Brasil chegou a 54% entre 1990 e 2013.
Em 1990, 15% dos brasileiros passavam fome, mas hoje, essa porcentagem caiu
para 6,9%.
Países em desenvolvimento
Das 842 milhões de
pessoas que ainda passam fome, 15,7 milhões vivem em países desenvolvidos e o
restante, em nações em desenvolvimento.
Os países que integram a
região do sudeste asiático conseguiram diminuir seu percentual de desnutridos
de 31,1% para 10,7% no mesmo período, enquanto na África subsaariana o índice
caiu de 32,7% para 24,8%.
As nações desta parte do
continente africano continuam sendo as que abrigam maior número de desnutridos
--a cada quatro pessoas, uma passa fome.
Segundo o relatório, o
constante crescimento econômico nos países em desenvolvimento melhorou os
salários e o acesso aos alimentos. Além disso, um aumento recente no
crescimento da produtividade agrícola, apoiado por maiores investimentos
públicos e privados também levou a uma maior disponibilidade de alimentos.
Outro fator a ser
considerado são as remessas de imigrantes, diz o documento.
A FAO indica que apesar
das desigualdades, todas as regiões em conjunto fizeram progressos
significativos para alcançar as metas de desenvolvimento até 2015.
"Com um último
esforço nos próximos dois anos, ainda podemos chegar à meta", dizem no prefácio
do relatório o diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva, e
seus colegas do Fida (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola) e do PMA
(Programa Mundial de Alimentos).
"As políticas
destinadas a aumentar a produtividade agrícola e a disponibilidade de
alimentos, sobretudo quando se dirigem aos pequenos agricultores, podem
conseguir mitigar a fome mesmo em situações de pobreza generalizada".
Quando se combinam com
proteção social e outras medidas para incrementar os rendimentos das famílias
pobres, podem ter um efeito ainda mais positivo e estimular o desenvolvimento
rural, através da criação de mercados dinâmicos e oportunidades de emprego, o
que resulta em um crescimento econômico igualitário", complementam os
chefes dos organismos da ONU.
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