Não
falta empreendedor farejando uma oportunidade para conquistar os donos de
bichos de estimação no Brasil. Somente no ano passado, o setor de produtos e
serviços para pets no país movimentou
14,2 bilhões de reais e ficou
atrás apenas do mercado norte-americano, de acordo com dados da Associação
Brasileira de Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet). Os
mais atentos já entraram em cena, ou melhor, na internet, para abocanhar um
pedaço do maior segmento desse mercado: a venda de ração, que responde sozinha
por quase 70% de todo o faturamento. Para encarar petshops virtuais que já
estavam no mercado, algumas startups resolveram apostar em outro modelo de
e-commerce: as assinaturas.
Fundadas nos últimos seis
meses, startups adotaram como estratégia a oferta de assinaturas de produtos,
principalmente rações para cães e gatos, com entregas programadas em domicílio.
Assim, o dono do bichinho indica na primeira compra a marca, a quantidade e a
periodicidade para receber a comida de seu animal de estimação. O cadastro
costuma permitir alterações antes da entrega e as lojas já oferecem brinquedos,
roupinhas e acessórios que podem ser incluídos a cada pedido. “Além de atrair
clientes que buscam um atendimento mais customizado, o e-commerce é um setor
que tem dobrado de tamanho a cada três anos”, destaca Tiago Pires, da AssinePet.
Os próprios empreendedores
viveram situações que acabaram inspirando a criação de novos serviços. Tatiane
Begnossi, da Pack4Pet, mora no interior de São Paulo e não conseguiu encontrar
ração para seu cachorro Bob numa emergência. Para Felipe Bertolini, da Petsy, o
problema foi ter de enfrentar o trânsito da capital paulista numa sexta-feira
chuvosa ao descobriu que a comida do seu bicho tinha acabado.
Com a disputa pelo mercado de
produtos e serviços para animais de estimação segue aberta na web, quem estava
no setor há mais tempo tratou de não se acomodar. Há um ano, o PetLove,
pioneiro no e-commerce para pets, reestreou sua loja virtual após um processo
de reposicionamento de marca. Foi a saída adotada para revitalizar o negócio,
que por mais de dez anos atendeu o consumidor com o nome de PetSuperMarket.
Fundada em 1999, a empresa de
Marcio Waldman nasceu de sua experiência como médico veterinário. “Comecei a
vender medicamento para os bichos em minha clínica no final dos anos 1980, pois
os donos não encontravam com facilidade. Foi um passo para oferecer outros
produtos e abrir um petshop”. Até 2005, ele viveu uma jornada tripla: atendia
em consultório, cuidava da loja física e ainda administrava o petshop na
internet.
Nos últimos anos, Waldman
passou a se dedicar somente ao e-commerce, que oferece mais de 10 mil itens aos
clientes. Em 2012, a reestruturação do PetLove rendeu um aporte dos fundos de
investimento Monashees Capital, Tiger Global e Kaszek Ventures. “Nosso
crescimento ficou acima de 100% nos últimos dois anos. Com isso, pudemos
investir na oferta de assinatura de ração aos clientes, que começou em
fevereiro. Também queremos estar mais próximos de ONGs e entidades que cuidam
de animais”, diz o veterinário.
Reportagem de Antonio Net
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