17/05/2013

Ausência do pai no início da infância pode aumentar risco de depressão em meninas


Estudo concluiu que meninas são mais afetadas se o afastamento do pai ocorre quando elas têm até cinco anos do que quando mais velhas.

Um amplo estudo feito pela Universidade de Bristol, no Reino Unido, mostrou que meninas que tiveram os pais ausentes no início da infância, ou seja, até os cinco anos de idade, apresentam chances maiores de manifestar sintomas depressivos na adolescência do que aquelas que foram separadas do pai entre os cinco e dez anos de idade. O risco apresentado por elas também é maior do que o dos meninos, nas duas faixas etárias.
O estudo, publicado na última terça-feira no periódico Psychological Medicine, foi realizado com informações de 5.631 crianças, colhidas para um grande estudo longitudinal da universidade, denominadoChildren of the 90s (Crianças dos anos 90). Com isso, foi possível estabelecer a relação entre a ausência paternal nos cinco primeiros anos de vida das meninas e o risco de depressão, mesmo levando-se em consideração outros fatores, como status social, problemas financeiros, tamanho da família e educação da mãe.
De acordo com os autores, os resultados reforçam estudos anteriores, que sugerem que crianças mais novas têm mais chances de sofrer com sintomas da depressão, porque têm menos mecanismos para lidar com situações difíceis do que as mais velhas (que têm, por exemplo, mais apoio fora da família, por meio dos amigos). Além disso, outros estudos afirmam que os efeitos da ausência do pai podem afetar mais a saúde mental de meninas do que de meninos porque elas são mais vulneráveis a eventos negativos na vida pessoal e familiar.
“Esses resultados indicam uma necessidade de incluir os pais em pesquisas relacionadas à saúde mental de crianças e adolescentes”, afirma Iryna Culpin, principal autora do estudo. Os autores ressaltam que o fato de uma adolescente apresentar depressão não significa que ela será afetada por essa condição durante toda a vida. Além disso, o estudo não levou em consideração o nível de contato e a qualidade da relação entre a criança e o pai ausente, que pode influenciar o risco de depressão.

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