09/01/2013

Testes de QI são imprecisos, diz estudo


Testes padronizados de quociente de inteligência (QI) geram resultados enganosos. É o que mostra um estudo feito a partir da maior enquete on-line sobre o tema, que envolveu milhares de pessoas de várias culturas, idades, credos e nacionalidades. Segundo um dos autores da pesquisa, Adam Hampshire, da Universidade Western Ontario, há diferentes tipos de inteligência, relacionadas a diferentes áreas do cérebro, e por isso não é possível medir a capacidade intelectual sem exames mais detalhados. "Uma pessoa pode ser forte em uma área, mas isso não significa que será forte em outra", diz o pesquisador.
A pesquisa, publicada na revista Neuron em dezembro, contou com a participação via internet de mais de 100.000 pessoas. Elas responderam a uma pesquisa de hábitos e histórico de vida e a 12 testes cognitivos relacionados a memória, raciocínio, atenção e capacidade de planejamento.
Os resultados mostraram que quando uma vasta gama de capacidades cognitivas é explorada, as variações observadas são explicadas por pelo menos três diferentes componentes: memória de curto prazo, raciocínio e um componente verbal. Exames de ressonância magnética mostraram que as diferentes habilidades cognitivas estão localizadas em circuitos distintos do cérebro e que não há um "fator geral" de inteligência coordenando as diversas capacidades. Este "fator geral" é a premissa dos testes tradicionais de QI.
Por conta da variedade de entrevistados, os resultados forneceram novas informações sobre como fatores como idade, gênero e hábitos influenciam a função cerebral. De acordo com o neurocientista Adrian Owen, coautor da pesquisa, o treinamento cerebral regular (como jogos criados para desenvolver as habilidades cognitivas) não ajuda o desempenho cognitivo como um todo. O envelhecimento pode ter um profundo efeito negativo sobre a memória e as habilidades de raciocínio. Pessoas que regularmente jogam no computador tiveram um desempenho significativamente melhor em termos de raciocínio e de memória de curto prazo. Fumantes se saíram mal em memória de curto prazo e componentes verbais, e os que sofrem de ansiedade tiveram baixo desempenho em memória de curto prazo.
De acordo com Hampshire, a pesquisa não tem como objetivo acabar com os testes de QI, nem sugerir que todas as pesquisas que usam os testes devam ser descartadas. "Eu sugeriria que testes de QI são uma simplificação enorme. Capturar o intelecto humano com precisão requer um conjunto de testes mais detalhados e que experimentem uma ampla gama de possibilidades". Uma nova versão de testes foi lançada e está disponível na internet.

fonte:http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/testes-de-qi-sao-imprecisos-diz-estudo
foto:coisautil.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigada pela visita e pelo comentário!