Uma pesquisa realizada em 2012 por uma consultoria de recrutamento e seleção de profissionais (Nube) com mais de 10 mil candidatos com idades entre 16 e 24 anos revelou que a remuneração deixou de ser o item mais importante. Segundo os entrevistados o que mais interessa são "as atividades a serem desenvolvidas", demonstrando que trabalhar com prazer é um dos objetivos de grande parte desta geração. Uma pesquisa feita este ano pelo Instituto Data Popular complementa os resultados da anterior revelando que 46,4% dos jovens de 16 a 24 anos acreditam que a maior vantagem de abrir um negócio próprio é poder fazer aquilo que gostam.
É inegável que o avanço da tecnologia e as transformações sociais são algumas entre as várias circunstâncias que já estão provocando mudanças radicais na forma em que trabalhamos ou, no caso dos mais jovens, na forma em que desejamos trabalhar.
Segundo a professora do London Business School, fundadora do Hot Spots Movement e eleita pelo Times como um dos 20 pensadores mais importantes dos negócios, Lynda Gratton, antes de tudo é preciso abandonar a ideia de ganhar mais dinheiro a cada ano. Para Gratton isso não vai acontecer e sendo assim é fundamental reorientar as expectativas e buscar um trabalho que nos faça feliz. Um conselho que os jovens brasileiros, segundo os resultados das pesquisas, estão seguindo.
Além disso, ainda de acordo com Gratton, devemos abandonar a esperança de que o governo, a administração pública ou as empresas irão resolver nossos impasses no trabalho. É impossível que isto aconteça. Desta forma é preciso assumir que estamos sozinhos e nos reinventar, tomar decisões e ser o dono do nosso tempo, do nosso destino sem lamentos nem esperar que outros façam isso por nós.
Podemos começar desenvolvendo um conjunto de habilidades que Lynda Gratton divide em três grupos de capital: o intelectual, o social e o emocional. O primeiro deles está diretamente ligado ao aprendizado e a formação, pois nos próximos anos será cada vez mais obrigatório destacar-se entre outros com a mesma formação que a nossa e que executem a mesma função.
Quanto ao capital social ele se desenvolve quando alimentamos as relações sociais adequadas que nos permitem estar em contato com outras áreas e experiências que sejam enriquecedoras. Neste sentido a internet e as redes sociais são determinantes.
O capital emocional é aquele que nos permite escolher o que nos trará felicidade e nos ajudará a ser coerentes com nossos valores e a viver em harmonia no trabalho.
Os jovens que participaram das enquetes que citamos também estão em sintonia com outra tendência mundial: o empreendedorismo. De acordo com a professora britânica é o resultado do fato das administrações públicas e das grandes empresas estarem reduzindo cada vez mais os postos de trabalho, favorecendo a criação de pequenas empresas que por sua vez irão gerar novos postos.
Para estar preparando para esta nova fase do trabalho é imprescindível não apenas ser criativo e inovador. O novo mercado de trabalho exige especialização, ou seja, esta sempre em busca mais conhecimento e novas habilidades dentro da área que atuamos, o que irá nos permitir identificar as possibilidades que permanecem ocultas para outras pessoas e ter a segurança necessária para ir além dos convencional.
Dra. Tânia Mota de Oliveira
foto:icould.com
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