22/12/2012

Símbolos natalinos


Poucas datas comemorativas possuem simbologia tão rica quanto o Natal. Da árvore ao peru da ceia, tudo faz parte de tradições históricas - em alguns casos, com mais de 2.000 anos. O resultado é uma festa que envolve não apenas a liturgia cristã, mas a soma de diversas crenças populares. "Em alguns casos, é difícil traçar a origem dos costumes, que podem ter várias explicações", diz Francisco Marshall, professor de História Antiga da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Papai Noel
A figura do Papai Noel reflete bem essa mistura. De certa forma, ele existiu. O bispo Nicolau nasceu por volta do século III, na região conhecida hoje como Turquia, e era famoso por sua paixão pelas crianças. Rico, costumava distribuir presentes, inclusive jogando-os pela janela. Em pouco tempo, a história do velhinho e sua extrema bondade espalhou-se também pela Grécia e pela Itália. Alguns afirmavam que Nicolau operava milagres, mesmo após sua morte. Foi então que a Igreja Católica decidiu torná-lo santo e sugeriu que o dia de São Nicolau fosse comemorado junto com o nascimento de Jesus, no dia 25 de dezembro.
De bispo bondoso, Nicolau passou por uma verdadeira metamorfose. Em 1809, o escritor Washington Irving popularizou a história de São Nicolau nos Estados Unidos, descrevendo Santa Claus (seu apelido em inglês) como um duende gorducho que aparecia nas noites de Natal e distribuía presentes montado num cavalo voador. O surrealismo da história não impediu que essa imagem fosse gravada no imaginário popular. Mas foi apenas em 1931 que Santa Claus ganhou a famosa vestimenta vermelha e branca, graças à ä Coca-Cola. O que era apenas para ser uma campanha publicitária para aquele ano acabou ganhando o mundo.
O Papai Noel é o protagonista da festa, mas nem por isso os coadjuvantes perdem a importância. O peru da ceia tem suas raízes no século XVIII, quando índios americanos ofereceram a ave aos colonizadores ingleses, salvando-os da fome. O fato ficou conhecido como o Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day), data comemorativa que passou a ter o peru como prato principal.
Presentes
A troca de presentes pode ser explicada de duas formas. A primeira, de fundo religioso, diz que o menino Jesus, quando nasceu, foi presenteado pelos Reis Magos. Ao trocar presentes no Natal, as pessoas estariam repetindo esse ato. Alguns historiadores têm outra versão. A troca teria surgido na Roma antiga. Durante uma semana de dezembro, os pagãos saíam às ruas para comemorar a Saturnália. Música, comilança e sexo - tudo era permitido. Além disso, as pessoas trocavam presentes como forma de confraternização. Quando a Igreja Católica escolheu o dia 25 de dezembro como a data oficial do nascimento de Jesus, a Saturnália foi proibida, mas alguns dos costumes pagãos, como a troca de presentes, acabaram sendo adotados pelo cristianismo.
Árvore de Natal
Caso parecido é o da árvore de Natal. Antes do nascimento de Jesus, os egípcios usavam galhos verdes de palmeiras nas festas de dezembro como sinônimo de vida, energia e fertilidade. Os druidas decoravam carvalhos em suas festividades. A proximidade com o dia 25 acabou fazendo com que esse costume fosse trazido para o Natal. Séculos depois, por influência do clima do norte da Europa, o carvalho foi substituído pelo pinheiro.
Presépio
O presépio é um dos poucos símbolos que têm sua origem religiosa comprovada. Quando São Francisco de Assis decidiu construir o primeiro modelo, em 1223, ele se inspirou no relato da visita dos Reis Magos. A idéia era reconstituir o ambiente onde Jesus nasceu, com a manjedoura, os reis do Oriente, pastores e outros presentes. Depois o costume se difundiu entre os cristãos.


Reportagem de Fabrícia Peixoto
fonte:http://epoca.globo.com/sp/2004/natal/simb.htm
foto:blogs.diariodepernambuco.com.br

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