03/12/2012

Na África do Sul, cassinos criam espaço para tratar viciados

Os cassinos já são legalizados na África do Sul há mais de 17 anos. Segundo dados do governo, o país africano tem uma média de dois cassinos em cada uma das nove províncias com licenças de jogo. Cada um desses lugares recebe aproximadamente 2 mil pessoas durante a semana e o número cresce para 7 mil pessoas aos finais de semana.

Segundo o gerente do cassino Grand West, Graham Summerbell, cada cassino legalizado no território sul-africano paga ao governo 14% da receita bruta do estabelecimento. Porém, apesar da alta taxa o negócio ainda é rentável.  “Uma pessoa vem aqui para conhecer e ver as outras atividades de lazer pode gastar entre 10 rands (equivalente a R$ 2,50) até valores incalculáveis. Temos clientes fiéis que gastam em apenas uma rodada 1 milhão de rands (cerca de R$ 250 mil)”, explica.
Porém, Summerbell conta que a legalização não é simples e demanda inúmeros procedimentos. “Para implantar um cassino, hotel-cassino ou estabelecimentos que ofereçam jogos de azar é necessária a elaboração de planos e estratégias que consigam fazer do jogo uma diversão e também proibir a entrada de menores de 18 anos. Caso o local favoreça o vício, é necessário que se crie um espaço para que as pessoas recebam o tratamento adequado”, diz.
Ele garante que, atualmente, todos os cassinos legalizados na Cidade do Cabo têm esse serviço. “Hoje as pessoas que se tornaram viciadas em jogos e acumularam grandes perdas podem nos procurar, pois possuímos um ambiente que leva o nome de Centro de Apoio aos Jogadores, onde os dependentes se reúnem para tratar do problema com auxílio médico.”


Summerbel ainda explica que este ponto negativo, o vício, é inferior na comparação com os aspectos positivos. “Os impactos positivos são o aumento do turismo local, a melhoria da infraestrutura aos arredores onde o estabelecimento é construído, a geração de empregos diretos e indiretos e ainda a arrecadação do imposto para o país”.
Legalização dos jogos online
Em 2008, os deputados do parlamento sul-africano aprovaram uma lei favorável aos cassinos on-line, na época em grande expansão e, principalmente, porque a indústria do jogo procura locais com leis favoráveis. Também na Europa o fenômeno parece querer instalar-se, ainda que especialmente regulado pelas prerrogativas da União Europeia.


Após esta lei, a África do Sul conseguiu um crescimento positivo na economia devido ao pagamento de impostos dos empresários dos jogos. Por outro lado, eles têm também seus direitos assegurados que vão além das questões referentes a pagamento de taxas ao Estado, como publicidade e todos os licenciamentos necessários.
Segundo dados da empresa especializada em jogos on-line Forwardslash, a indústria dos jogos on-line acumula anualmente receitas de mais de US$ 10 bilhões em todo o mundo. De acordo com o coordenador da empresa Forwardslash, Javier Ospino, os jogos servem de passatempo divertido, lucrativo e podem ser praticados no conforto da sua própria casa. “Todos os dias, cada vez mais pessoas em todo o mundo estão se inscrevendo em sites de jogos on-line em todo o mundo, reconhecendo os benefícios destes seguros e discretos destinos de jogos”, explica.
Ele ainda afirma que, a legalidade dos jogos on-line depende de onde você se encontre no mundo. Os jogos on-line estão banidos nos EUA, mas muitos países, incluindo Reino Unido, Suécia e África do Sul, decidiram legalizar e regular os jogos on-line. Ospino ainda diz que, existem vários órgãos reguladores destinados a proteger os direitos dos jogadores on-line, assim como os próprios cassinos.
“Existem muitas formas seguras de depositar dinheiro nos sites de jogos on-line. Praticamente todos os cassinos aceitam depósitos com cartão de crédito e muitos habilitam transferências bancárias. Mais opções de pagamento podem ser encontradas na área Caixa. Basta analisar todas as opções de depósito de dinheiro na moeda de sua preferência e selecionar o método que mais lhe convém”, comenta Ospino.
Viciados em jogo
A American Psychiatric Association - maior organização do mundo psiquiátrico e uma sociedade de especialidade médica que representa mais de 36 mil médicos psiquiatras dos Estados Unidos e ao redor do mundo – afirma que, com a incapacidade crônica de resistir ao impulso de jogar, o jogo se torna patológico. Esse é um dos problemas de saúde mental que mais cresce nos EUA e em outros países que o legalizaram. Essa patologia está sendo oficialmente reconhecida pela Classificação Internacional de Doenças da OMS, publicada em 1979.
Para a medicina moderna, o jogo patológico é transtorno diagnosticado como doença grave, pois além de prejuízos de ordem pessoal afeta amigos e familiares do jogador. Entende-se aqui patologia como um ramo de medicina que se ocupa da natureza e das modificações produzidas no organismo, por doença.



Reportagem de Gleyma Lima e Polyanna Rocha
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/reportagens/25203/na+africa+do+sul+cassinos+criam+espaco+para+tratar+viciados+.shtml
foto:swissinfo.ch

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