19/12/2012

Brasileiras que trabalham em serviços de limpeza são maioria entre estrangeiros em Portugal



Uma análise dos dados do Censo 2011 revela que as brasileiras, com 34 anos, solteiras, com ensino médio e trabalhando como empregada doméstica ou para empresas prestadoras de serviço de limpeza formam o perfil prevalente entre os imigrantes residentes em Portugal até 21 de março daquele ano. A informação é do INE (Instituto Nacional de Estatística), órgão estatístico português equivalente ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Divulgados na véspera do Dia Internacional dos Migrantes, lembrado ontem (18/12), os dados mostram que, em março de 2011, residiam 394.496 estrangeiros em Portugal, 3,7% do total da população. Desde a década de 1990, após o ingresso do país na União Europeia, a população estrangeira tem crescido proporcionalmente. Representava 1,1%, em 1991, e passou a 2,2%, em 2001.
Nas três décadas, as proporções de imigrantes em Portugal são superiores à verificada, por exemplo, no último censo no Brasil. Segundo o IBGE, em 2010, apenas 0,23% da população no Brasil era estrangeira (abaixo do 0,3% verificado em 2000). Nos dois países, esses números poderão ser alterados conforme a atual dinâmica de crescimento econômico.
Nos últimos anos, Portugal vive uma recessão, voltou a fornecer mão de obra para outros países europeus (Alemanha e Inglaterra, especialmente) e poderá mandar ainda mais força de trabalho para países de língua portuguesa, como Moçambique, Angola e o Brasil, caso esses países emergentes mantenham movimento expansionista da atividade econômica.
No caso do Brasil, o governo português já sinalizou ao Ministério das Relações Exteriores o interesse em negociar o reconhecimento de títulos de arquitetos e engenheiros formados em Portugal. A falta desses profissionais tem sido apontada no Brasil como um dos gargalos para o crescimento.


Os países de língua portuguesa são os principais emissores de migrantes para Portugal. Há 202.404 estrangeiros, mais de 51% do total são do Brasil, de Cabo Verde, Angola, da Guiné-Bissau e de São Tomé e Príncipe. Entre os imigrantes lusófonos, os brasileiros (109.787) correspondem a mais de 54%. No universo total de estrangeiros em Portugal, os brasileiros formam a maior colônia, com 27,8%.
Os imigrantes estrangeiros se diferenciam dos portugueses especialmente pelo perfil etário mais jovem. A idade média dos imigrantes em Portugal é 34,2 anos, enquanto os portugueses têm 42,1 anos, em média. O dado é um indicador de que os estrangeiros que estão em Portugal vivem no país para trabalhar: mais de 82% estão em idade produtiva (15 a 64 anos, conforme o INE). Esse percentual é 65,5% entre os portugueses.
Há possibilidade de que a faixa etária em Portugal se altere a médio prazo. Com a vinda de imigrantes estrangeiros jovens e a saída de portugueses em idade produtiva para outros países, Portugal quer atrair aposentados estrangeiros que tenham renda garantida.
No mês passado, a Assembleia da República regulamentou lei que isenta estrangeiros aposentados de pagar Imposto de Renda como pessoa física. O clima do país, em comparação a outros lugares da Europa, é mais quente e melhor para os idosos – o que já atrai ingleses que têm idade média de 51 anos e procuram se instalar em Algarve, que fica ao sul e tem temperaturas mais elevadas do que em outras partes do país.
A Região Metropolitana de Lisboa concentra 51,6% dos estrangeiros residentes em Portugal. Entre as cidades, Sintra (a cerca de 30 quilômetros do centro de Lisboa), é a com maior número de imigrantes (39.994), superando a capital (com 39.492).



Reportagem de Gilberto Costa
fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/26085/brasileiras+que+trabalham+em+servicos+de+limpeza+sao+maioria+entre+estrangeiros+em+portugal.shtml
foto:brasilportugal.org.br

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