Um novo estudo feito na Universidade de Copenhague, na Dinamarca, mostrou que a prática de duas horas semanais de atividades físicas como corrida de carga moderada ou caminhada rápida pode chegar a diminuir pela metade o risco de síndrome metabólica. Essa condição reúne alguns dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares — portanto, eliminar esse problema de saúde é uma forma eficaz de evitar o surgimento de eventos como ataque cardíaco e derrame cerebral.
No entanto, os autores alertam que a fonte do benefício está na intensidade da atividade, e não no tempo de duração. Ou seja, ao contrário do que diversos trabalhos já mostraram, o mesmo efeito não vale para uma caminhada leve, por exemplo. As conclusões foram publicadas no periódico BMJ Open.
Para que uma pessoa seja diagnosticada com síndrome metabólica, ela deve se enquadrar em três ou mais das seguintes características: hipertensão, índice de açúcar elevado no sangue, excesso de gordura abdominal, baixo nível de bom colesterol e índices elevados de ácidos graxos. Esses problemas predispõem o paciente a doenças cardiovasculares, ao diabetes e — quando as doenças ocorrem associadamente — à morte prematura.
Participaram da pesquisa mais de 10.000 pessoas de 21 a 98 anos. Elas foram avaliadas e acompanhadas ao longo de dez anos, período durante o qual responderam a questionários sobre frequência e intensidade de prática de atividade física. No início do estudo, 20% das mulheres e 27% dos homens tinham síndrome metabólica, e a prevalência da condição estava fortemente associada aos níveis de atividade física — quanto mais sedentário, maior a prevalência do distúrbio.
Quando a pesquisa terminou, essa relação continuou a mesma — com desvantagem para quem caminhava menos. Enquanto cerca de dois em cada dez indivíduos sedentários tinha a síndrome, somente uma em cada dez pessoas fisicamente ativas que participaram do estudo — ou seja, metade — apresentava o problema.
Esses resultados valeram para a prática de duas horas semanais de atividades com intensidade moderada, como corrida e caminhada rápida. Não houve diferença, no entanto, entre as pessoas sedentárias e as que praticaram caminhadas leves, mesmo se praticadas durante uma hora todos os dias. "Nossos resultados confirmam o papel da atividade física na redução do risco de síndrome metabólica e sugerem que a intensidade, e não a quantidade do exercício, é o que deve ser levado em consideração."
foto:noticiasdeitauna.com.br
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