No México, zonas rurais concentram 60% da pobreza extrema; Brasil, Chile e Colômbia também foram analisados no documento lançado com o apoio do Fundo da ONU, Ifad.
As desigualdades entre as áreas rurais e urbanas da América Latina são "severas" e os territórios rurais estão atrasados no acesso à saúde, educação e oportunidades de emprego. A análise está em um relatório lançado, nesta terça-feira, com o apoio do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola, Ifad. O documento "Pobreza e Igualdade 2011: América Latina" traz dados de 10 países, incluindo Brasil, Chile, Peru e Guatemala.
O relatório destaca que a desigualdade persiste mesmo quando há crescimento econômico. Outra conclusão é a de que as localidades com os piores indicadores são as menos populosas. Segundo o documento, o Brasil é um exemplo, onde a pobreza foi reduzida de 36,4% a 25,8% entre 2005 e 2008. Mas no mesmo período, aumentou a diferença anual do Produto Interno Bruto, PIB, por habitante. As 1,272 localidades rurais com pior acesso à água e saneamento no Brasil abrigam 8% da população do país. E os municípios mais atrasados em relação ao fim do analfabetismo têm 9% da população.
O relatório também afirma que os municípios com a maior taxa de analfabetismo do Brasil tem 71% da população autodefinida como pertencente aos povos originários e afrodescendentes. Já no México, quase 60% da pobreza extrema estão concentrados em áreas rurais. Segundo o documento, nos 10 municípios mais ricos do país, a média de ganho per capita é de US$ 32 mil (ou quase R$ 60 mil), enquanto nas localidades mais pobres, é de apenas US$ 603 por ano. O Ifad lembra que a América Latina é considerada a região mais desigual do mundo. O relatório foi elaborado pelo Centro Latino-Americano para o Desenvolvimento Rural.
Reportagem de Leda Letra
foto:marcomourao.blogspot.com
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