Para ministro da Saúde, detentos não são saudáveis o suficiente para serem doadores.
Dona de um dos maiores programas de transplantes do mundo, a China prometeu esta semana abolir em no máximo cinco anos o uso de órgãos de prisioneiros executados. Para Huang Jiefu, vice-ministro da Saúde, o fim desse tipo de procedimento é uma forma que incentivar a doação de cidadãos comuns.
Como a China é um dos países que mais executam prisioneiros, grupos de defesa dos Direitos Humanos criticavam fortemente essa resolução. Para seus opositores, a medida vigente desde 1984 representava uma forma de abuso e uma prova evidente de que o governo pressionava a doação de órgãos.
Em réplica a esses questionamentos, Jiefu argumenta que os prisioneiros eram voluntários, e que o governo decidiu encerrar essas doações porque aqueles que aguardam no corredor da morte são menos saudáveis do que a população geral. Como os detentos supostamente apresentam elevadas taxas de infecções bacterianas e fúngicas, “a expectativa de vida dos chineses com órgãos transplantados é sempre menor do que em outros países”.
A agência de notícias estatal Xinhua disse que hospitais vão contar com um novo sistema nacional de doação de órgãos que está sendo implementado. O programa deve abranger inicialmente 16 das 22 províncias que compõem o território chinês.
Não há números oficiais sobre a quantidade de prisioneiros que são mortos todos os anos. A Anistia Internacional, contudo, afirma que esse contingente supera a soma das execuções de todos os outros países onde a pena de morte está instituída.
Em agosto de 2009, a emissora britânica BBC noticiou que cerca de 65% dos órgãos transplantados na China eram provenientes de prisioneiros executados. Segundo o Ministério da Saúde, 1,5 milhão de chineses precisavam de transplantes naquele ano, mas só dez mil operações foram conduzidas.
foto:hypescience.com
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