15/01/2012

Peru torna-se destaque de crescimento na América Latina

Entre as razões para o fortalecimento da economia do país andino estão o aumento de acordos de livre comércio e a variação positiva dos preços das commodities.



Presidente do Peru, Ollanta Humala

Com forte crescimento registrado nos últimos anos, o Peru vem ganhando cada vez mais espaço no cenário econômico do continente. Desde 2005, o PIB peruano vem registrando crescimento superior a 6% (com a exceção de 2009, quando a expansão foi de 0,9%). Em 2010, a taxa de crescimento foi de 8,8%, sendo superado apenas pelo Paraguai, que cresceu 15,2% e pela Argentina que avançou 9,2%.
Entre as razões para o fortalecimento da economia do país andino estão o aumento de acordos de livre comércio e a variação positiva dos preços das commodities.
Para Lia Valls Pereira, pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da FGV, o Peru está procurando diversificar sua economia. "Nos últimos anos foram fechados diversos acordos de livre comércio com a União Europeia e China, entre outros países. Esse aumento de tratados tem por objetivo a diminuição da dependência das exportações e a elevação dos investimentos estrangeiros", explicou.
De acordo com dados da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), em 2010, as exportações peruanas somaram US$ 34,534 bilhões, sendo quase seis vezes superior ao observado em 2000. Entre os principais produtos comercializados estão o ouro, minérios de cobre e pescado.
Por sua vez, as importações de automóveis cresceram, passando de US$ 196,2 milhões em 2000 para US$ 1,088 bilhão em 2010.
Na visão de Lia, o país também adota outras medidas de estímulo ao investimento externo. "O Peru tem uma agenda que vem sendo mantida, que tem como principal fundamento a redução das tarifas de importação. Além disso, também foram realizadas extensas reformas na área econômica, que também contribuíram para o quadro positivo", destacou a pesquisadora. Outro fator que auxilia o país latino é a sua baixa taxa de juros, de 4,25%, que foi mantida em reunião do Banco Central Peruano, realizada na quinta-feira (12/1).
Clima econômico e político
Segundo o mais recente boletim de Sondagem Econômica da América Latina, da FGV, o Peru apresentou o melhor índice de clima econômico, atingindo 6,2 pontos, seguido por Uruguai e Paraguai, que tiveram 5,9 e 5,7, respectivamente. Nesse mesmo ranking, o Brasil ficou em oitavo, com 4,8 pontos.
Entretanto, se na parte econômica o país vai bem, o ambiente político, como é comum na América Latina, segue tenso. O atual presidente Ollanta Humala assumiu o poder em julho e no final de 2011 foi obrigado a fazer sua primeira reforma ministerial, demitindo 10 titulares, devido a discordâncias entre o chefe da Nação e o primeiro-ministro Salomon Lerner.
Com as mudanças, Humala nomeou o ex-militar Oscar Valdes, o que causou discordância por parte do ex-presidente Alejandro Toledo e de seu partido Peru Possível, responsáveis pela estabilidade do atual governo.

Reportagem de Humberto Domiciano
foto:veja.abril.com.br

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