Machu-picchu no Peru |
Um movimento político vinculado à guerrilha maoísta Sendero Luminoso pediu nesta quinta-feira à máxima corte eleitoral peruana que revogue uma decisão que nega sua inscrição legal como partido político por razões ideológicas. Alfredo Crespo, líder do Movimento pela Anistia e Direitos Fundamentais (Movadef), em uma alegação diante do Júri Nacional de Eleições (JNE), disse que o escritório de registro de organizações políticas desse tribunal "não tem nenhuma competência para rejeitar sua solicitação de inscrição por razões ideológicas".
"A Constituição proíbe e afirma que não deve haver perseguição por razões de ideias ou crenças", completou Crespo, que é advogado de Abimael Guzmán, líder e fundador do Sendero Luminoso, em prisão perpétua. O advogado afirmou que Guzmán pediu em 1993, um ano depois de sua captura, o fim da guerra interna iniciada em 1980 e que fosse ditada uma anistia geral para civis, militares e policiais envolvidos no conflito "como forma de iniciar a reconciliação do país".
O Movadef reúne esses pedidos e quer participar das eleições e da vida política do país mediante métodos democráticos, afirmou. No início de dezembro, o JNE negou a inscrição do movimento como organização política, argumentando que este se baseia em uma ideologia que tem como prática a violência para tomar o poder.
O Movadef tem como doutrina o "marxismo-leninismo-maoísmo" em sua variante "pensamento Gonzalo". Gonzalo era o apelido de guerra usado por Guzmán durante o conflito ocorrido no Peru entre 1980 e 2000. O Movadef apresentou em 29 de março passado seu pedido de ser reconhecido como um movimento político. Cerca de 70 mil pessoas morreram entre 1980 e 2000 na guerra interna, segundo um relatório da Comissão da Verdade e Reconciliação.
foto:globomidia.com.br
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