12/10/2011

OMS reivindica verbas para vencer batalha contra tuberculose

O número de pessoas que sofrem e morrem de tuberculose caiu no mundo, segundo um relatório apresentado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que advertiu, no entanto, sobre o possível agravamento da situação caso os Governos não forneçam as verbas necessárias.
Divulgado em Washington neste ano, o relatório "Controle de Tuberculose Global 2011", que analisa anualmente dados de 198 países desde 1997, revelou que o número de casos de tuberculose caiu para 8,8 milhões de pessoas em 2010, após atingir um recorde de 9 milhões em 2005.
A taxa de mortes causadas pela doença também registrou queda e chegou a 1,4 milhão, após ter alcançado o pico histórico de 1,8 milhão em 2003.
O Brasil ainda registra índices elevados de incidência de tuberculose, mas recebeu elogios da OMS pelos esforços para combatê-la. O relatório destaca a baixa "significativa e sustentada" registrada no país desde 1990.
A OMS ressaltou também o trabalho de China, Quênia e Tanzânia na luta contra a doença. Nestes dois últimos países, acredita-se que a incidência tenha diminuído na última década em linha com o combate à aids, após um pico relacionado à epidemia de HIV.
O maior progresso foi registrado na China, onde, em apenas uma década, a taxa de mortalidade caiu quase 80%, passando das 216 mil mortes registradas em 1990 para 55 mil em 2010.
"Comparativamente com outras regiões do mundo, a América Latina está um pouco melhor, mas não quer dizer que a batalha esteja ganha", disse em declarações à Agência Efe o médico Rafael López Olarte, do programa de tuberculose da Organização Pan-americana da Saúde (OPS), escritório regional da OMS.
López destacou as ações que levaram a cabo países como El Salvador e Brasil para executar uma estratégia com níveis de qualidade internacional para enfrentar a doença que, segundo ele, teve resultados "muito positivos".
"Em muitos países, a forte liderança e o financiamento interno, com forte apoio dos doadores, começaram a marcar uma diferença real na luta contra a tuberculose", enfatizou a diretora-geral da OMS, Margaret Chan, em comunicado. Ela lembra, no entanto, que ainda restam desafios a serem superados.
Entre as preocupações dos analistas está a "tuberculose multirresistente" aos remédios (MDR-TB, na sigla em inglês), indicou em entrevista coletiva o diretor do departamento sobre tuberculose da OMS, Mario Raviglione.
Trata-se de uma variante que não responde ao tratamento habitual e que, segundo o relatório, recebe menos recursos que para a pesquisa da doença comum. Embora 46 mil pacientes com MDR-TB tenham sido tratados em 2010, esse número representa apenas 16% do total de casos.
De acordo com o relatório, a maioria dos países em desenvolvimento continua dependendo em grande medida do financiamento externo para combater a doença e os dados indicam que faltaria US$ 1 bilhão para financiar a estratégia contra a tuberculose em 2012.
Em 2009, 87% dos pacientes tratados de tuberculose foram curados. No entanto, os analistas estimam que um terço dos casos não é notificado, o que leva a incertezas sobre diagnósticos e tratamentos adequados.
Outra das preocupações é quanto os pacientes soropositivos, que têm até 34 vezes mais risco de desenvolver tuberculose. Em 2010, 1,1 milhão de portadores do HIV desenvolveram a doença, dos quais 900 mil (82%) se concentraram na África. Os dados indicam que 12% dos pacientes de tuberculose também têm HIV.
Já o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que menos pessoas estão morrendo de tuberculose e menos estão adquirindo a doenças. "Este é um grande progresso, mas não é razão para a complacência".
Em comunicado Ban pediu apoio sério e sustentado para os programas de prevenção com atendimento aos mais vulneráveis.
A tuberculose é uma infecção bacteriana causada por um germe chamado "Mycobacterium tuberculosis". A bactéria costuma atacar os pulmões, mas pode também prejudicar outras partes do corpo e se propaga através do ar.
Os analistas destacam que nesta doença, que tem especial impacto entre as comunidades mais pobres, pesa também o fator social, o que mostra a necessidade de conscientizar a população.
Segundo López, as amplas campanhas feitas contra a epidemia de gripe A (H1N1) - que incluiu recomendações simples de higiene como cobrir a boca ao tossir e lavar as mãos - "ajudaram a combater a transmissão de doenças infecciosas".

fonte:http://noticias.terra.com.br/noticias/0,,OI5406609-EI188,00-OMS+reivindica+verbas+para+vencer+batalha+contra+tuberculose.html
foto: projetoapemarilia.blogspot.com 

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