30/09/2011

Unip é quem mais aprova no Exame de Ordem em SP

Com 240 candidatos aprovados no último Exame de Ordem, a Unip foi a universidade de São Paulo que mais ex-alunos colocou no mercado de trabalho. Segunda colocada, a FMU emplacou metade desse número: 119 bacharéis. No exame anterior, também deste ano, a Unip viu 230 de seus bacharéis adquirirem o direito à Carteira da OAB, enquanto a FMU aprovou 168 bacharéis.
A relação matemática entre candidatos inscritos e candidatos aprovados, alerta a OAB, não é recomendável. “Há um contingente enorme de candidatos repetentes que se inscrevem todos os anos e isso deforma o cálculo”, explica o secretário-geral do Conselho Federal da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho. Dos 125 mil inscritos no Exame de Ordem mais recente, 57 mil estão tentando aprovação pela terceira vez ou mais. Segundo o secretário-geral da OAB, sem os repetentes acumulados, o índice médio de aprovação dobra e salta para 30%.
Proporcionalmente, a escola de Direito da Universidade de São Paulo foi a que mais aprovou. Mas o cálculo feito pela OAB foi unanimemente atacado pelas escolas (veja o protesto da FGV ao final deste texto). Em geral, os percentuais mais altos são obtidos pelas escolas que têm menos alunos. No caso da USP, foram inscritos 39 candidatos, apenas um faltou na primeira fase, 27 passaram na segunda fase.
O resultado divulgado ainda não é definitivo. Dos 125 mil inscritos, compareceram para a primeira fase 119.255 candidatos. 21.818 foram para a segunda fase e 18.002 foram aprovados. Mas ainda não foram apreciados os recursos que normalmente são volumosos.
A Universidade Paulista teve 3.543 bacharéis inscritos na última seleção. Esse número avantajado se explica pelo tamanho da Unip — quase 200 mil alunos em todos os cursos — mas principalmente pelos repetentes de exames anteriores que se acumulam ano a ano. A estatística divulgada esta semana informa, por exemplo, os reprovados de uma escola que foi fechada há sete anos, a unidade Anália Franco.
Ainda assim, o número de 470 aprovados da universidade neste ano é significativo socialmente. Pela capilaridade de suas 27 escolas espalhadas pelo estado, a universidade é quem mais oferece oportunidade à população de baixa renda. Diferente das escolas da elite, que chegam a dar aula em período integral a um reduzido número de alunos, a maior parte dos cursos da Unip é ministrada no período noturno, para poder dar acesso a quem trabalha durante o dia.
Segundo Furtado Coêlho, o objetivo da OAB é aperfeiçoar o cruzamento de dados do Exame de Ordem para reprimir o ensino de baixa qualidade e estimular as boas escolas. O dirigente informa que a Ordem passará a divulgar também o índice de alunos que ainda não se formaram, mas participam também do exame de seleção da entidade. “É preciso ser rigoroso, mas sem perder de vista que — assim como escolas de Filosofia e História não formam, necessariamente, filósofos e historiadores — cursos de Direito não produzem, obrigatoriamente, juízes, advogados ou promotores.”

Leia o protesto da FGV:
A Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (DIREITO GV) esclarece que sempre apresentou um índice de aprovação no Exame da ordem acima de 90%, considerando as aprovações por turmas de alunos formados. Do total de alunos que se formaram em 2009, 91% foram aprovados pelo Exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Esse índice vai a 98% entre os alunos formados em 2010.

Os dados a respeito dos alunos com previsão para se formarem em 2011 indicam que 42% já foram aprovados nos exames 2010.3 e 2011.1 (resultados divulgados em julho e setembro de 2011). Lembrando, ainda, que o restante da turma pode prestar dois exames até a formatura.
Reiteramos que não é possível falar em um índice consistente que apresente o real desempenho de uma turma e, consequentemente, o sucesso de uma instituição frente a um exame, com informações fracionadas e apresentadas antes da conclusão de uma respectiva turma de formandos.
“Diante dessas informações, lamentamos a divulgação realizada no dia 23 de setembro, em caráter de exclusividade, de resultados ainda não oficiais em relação ao último exame. Causa-nos muita estranheza que informações de um exame que dialoga com o sistema educacional e avalia a formação de advogados não seja acessível às instituições de ensino, que devem zelar pela qualidade da formação de seus alunos. A apresentação dos dados divulgados, tal como foi feita, não permite avaliar se as escolas foram realmente bem ou mal.”, afirma Oscar Vilhena Vieira, diretor da DIREITO GV.

http://www.conjur.com.br/2011-set-29/unip-lidera-ranking-colocam-advogados-mercado
foto:alamedavirtual.com.br

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