Uma novidade para mim, infelizmente não muito boa, aliás, preocupante. Aprender a exercer o senso crítico é uma das condições fundamentais para o exercício da cidadania. Desta forma, como será o futuro?
Ao lado das gerações já conhecidas, “baby boomers”, “X”, “Y” e “Z”, começa agora a despontar a denominação de um novo conceito de geração, a “T”, de “testemunha”. São pessoas que sabem tudo o que acontece, mas não têm ideia do por quê. Ela não se delimita a uma faixa etária como as outras. O que a define é a atitude de apenas assistir à vida, sem ser capaz de desenvolver um senso crítico.
Segundo o palestrante e profissional da comunicação Luciano Pires, esse fenômeno não é de se estranhar. “Querer que as gerações que saem de nosso sistema educacional falido conheçam questões conceituais, paradoxos, tradições, estilos de comunicação, relações de causa e efeito, encadeamento lógico dos argumentos e significados para poder exercer o senso crítico é demais, não?”, critica.
"A geração T não consegue praticar a curiosidade intelectual, só a curiosidade social. Tentei achar um nome para esse fenômeno e acabei concluindo que só pode ser um: fofoca. A geração T é a geração dos fofoqueiros", acrescenta Pires.
Fora da caixa
A psicóloga organizacional Juliana Mello diz que, apesar de ser interessante definir traços comuns e agrupar as pessoas em uma geração, é importante que elas não se sintam obrigadas a terem determinados comportamentos porque se encontram na faixa etária ou perceberam que têm certas características que estão elencadas como sendo de uma geração.
“É como ser de um signo qualquer. Não é só porque está escrito em algum lugar que as pessoas nascidas em tal data são assim ou assado que você deve agir da maneira que condiz com o seu zodíaco”, compara a psicóloga.
“Esse comportamento de ser apenas uma testemunha também pode ser decorrente do volume de informações que recebemos e não somos capazes de processar. ‘T’, todo mundo é em alguma coisa. O que se pode fazer é escolher aquilo de que se mais gosta – temas ligados ao trabalho ou a outras questões filosóficas – e se aprofundar neles”, explica Juliana.
Geração “C” e “I”
Marcius Vitale, consultor e palestrante em tecnologia, diz que a segmentação de gerações subdivididas por idade é válido porque ajuda na compreensão das características desses grupos. “Mas o importante não é separar gerações e sim tentar fomentar uma integração entre elas. O conceito básico de universalização e convergência digital corrobora com essa união”, comenta.
Vitale diz que outras gerações também podem ser definidas por seu comportamento. É o caso da geração “C”, de criatividade, e “I”, de inovação, por ele batizadas. “Essas duas são atemporais. Profissionais maduros podem perfeitamente desenvolver novos produtos e sistemas, assim como jovens estão ocupando espaço no mundo da criação e inovação”, explica.
“Temos inúmeros exemplos de criadores atemporais: Steve Jobs, da Apple, nascido em 1955 é um baby boomer e Mark Elliot Zuckerberg, do Facebook, nascido em 1984 é um jovem da geração Y. Ambos são considerados grandes inovadores de sucesso, demonstrando que para as gerações I e C, idade não é o diferencial”, exemplifica Vitale.
Reportagem de Maria Carolina Nomura
http://economia.ig.com.br/carreiras/conheca+a+geracao+t/n1597172023331.html
foto:democraciavermelha.org
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