25/02/2012

Cientistas mexicanos testam vacina que pode reduzir dependência de heroína


Em um país onde grandes cartéis lucram bilhões de dólares anualmente com o tráfico de drogas, um grupo de cientistas está desenvolvendo uma vacina capaz de reduzir o vício dos usuários de um dos narcóticos mais disseminados pelo mundo: a heroína.
Pesquisadores do Instituto Nacional de Psiquiatria do México anunciaram nesta sexta-feira (24/02) que testaram com sucesso a vacina em camundongos e que, agora, procederão com os testes em humanos.
A substância, cujo desenvolvimento foi financiado pelo governo mexicano em parceria com o vizinho EUA, é capaz de tornar o organismo resistente aos efeitos da heroína, de tal forma que seus dependentes passem a não sentir mais tanto prazer com seu consumo.
Segundo Maria Elena Medina, diretora da instituição, esta "seria uma vacina destinada a pessoas que são muito viciadas, que não obtiveram sucesso com outras formas de tratamento e que decidiram lançar mão dessa alternativa para fugir do vício das drogas”.
Além desse grupo, pesquisadores norte-americanos do Instituto Nacional de Abuso de Drogas também obtiveram progressos substantivos no desenvolvimento de uma vacina para a cocaína. Das várias pesquisas de vacinas para dependentes químicos, contudo, nenhuma foi completamente desenvolvida até hoje.
Nesse caso, entretanto, os cientistas mexicanos estão muito próximos de uma grande inovação. Durante os testes, os camundongos tiveram acesso a reservatórios de heroína por um longo período de tempo, mas os animais vacinados apresentaram uma enorme queda na taxa de consumo do entorpecente. Essa constatação deu ao instituto a esperança de que o medicamento pode vir a funcionar em seres humanos.
Kim Janda, pesquisador de vacinas para narcóticos Instituto de Pesquisa Scripps, na califórnia, revela-se otimista com os resultados alcançados pelos colegas mexicanos, mas receia que a substância não prevenirá o usuário de recaídas.
O consumo de drogas é um dos dilemas públicos que mais afligem o México. Jose Cordoba, secretário de saúde do país, estimou recentemente que 450 mil mexicanos sejam viciados em drogas pesadas, dentre elas a heroína.
Há registros de plantações de papoula, planta da qual se produz o ópio (material-prima da heroína) na região de Sierra Madre. A cada ano, o tráfico desse entorpecente gera receitas bilionárias para cartéis como Sinaloa e Zetas. Desde 2006, calcula-se que a violência patrocinada por essas organizações tirou a vida de mais de 47 mil mexicanos.

foto:em.com.br

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