26/02/2012

Nove países da UE entrarão em recessão neste ano


A Comissão Europeia prevê que pelo menos nove países do bloco europeu devam entrar em recessão neste ano, ante dois no ano passado, conforme projeções divulgadas ontem pelo organismo, que é o braço executivo da UE. As estimativas para 2011 apontam que dois países entre os 27 que compõem a União Europeia viram suas economias contraírem nesse período: Grécia (6,8%) e Portugal (1,5%).
Para este ano, as projeções são ainda piores. O organismo calcula uma queda de 0,3% para o PIB (Produto Interno Bruto) somado dos 27 países, dos quais nove devem afundar em uma recessão: Bélgica, Grécia, Espanha, Itália, Chipre, Holanda, Portugal, Eslovênia e Hungria.
"Embora o crescimento tenha sido deteriorado, nós ainda vimos sinais de estabilização na economia europeia. O sentimento de confiança na economia ainda está em níveis muito baixos na Europa, entretanto o estresse nos mercados financeiros amenizou", comentou, ontem, o comissário para Assuntos Monetários, Olli Rehn.
"Muitos dos passos que nós consideramos essenciais para manter a estabilidade financeira e estabelecer as condições para um crescimento mais sustentável e a criação de empregos agora já foram executados", acrescentou o executivo.
Grécia
A Grécia deve continuar em recessão pelo menos até 2013, mas o país conseguirá voltar ao crescimento se implementar as mudanças exigidas pelos credores internacionais, afirmou Gerry Rice, diretor de relações externas do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"A intenção é dar à Grécia mais espaço para respirar, mais tempo para implementar as reformas e retomar a competitividade, o crescimento", disse Rice. Ele acrescentou que o país pode voltar a um "caminho realista de crescimento" no médio prazo se implementar todas as medidas acertadas com os credores privados e soberanos, mas reconheceu que há riscos ao sucesso desse pacote. "Não acho que alguém esteja tentando dizer que riscos não existem", acrescentou. As informações são da Dow Jones.
Condições para pacote
O parlamento da Alemanha pretende atrelar a aprovação do novo pacote de empréstimos à Grécia a uma série de novas condições que incluem a exigência de provas sólidas de que Atenas está implementando as reformas orçamentárias e econômicas previstas no plano de resgate, de acordo com fontes do parlamento alemão.
Amanhã, a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, discursará no parlamento da Alemanha e pedirá a aprovação de um pacote que prevê a liberação de € 130 bilhões em empréstimos à Grécia. O sinal verde do parlamento é quase certo, de acordo com as fontes, mas os parlamentares estão preocupados com algumas questões pendentes em relação à ajuda.
Exigências
Entre essas questões, estão dúvidas sobre quantos credores do setor privado pretendem participar da reestruturação da dívida da Grécia e a respeito da capacidade de Atenas para implementar a série de reformas exigidas pela União Europeia e também pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Temos de tornar a nossa aprovação condicional", disse um parlamentar do governo de coalizão. Ele acrescentou, ainda, que a decisão da Alemanha deve ser tomada até a próxima segunda-feira para que a Grécia consiga receber o dinheiro até o dia 14 de março - data em que o governo grego precisará dos recursos para pagar uma dívida de aproximadamente 15 bilhões de euros. "Se não puderem se refinanciar, isso significará um default", acrescentou.



foto:cmarinsdasilva.com.br

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