26/05/2011

Índios reivindicam melhores condições para produzir

Na verdade, como qualquer outro pequeno produtor brasileiro, os índios precisam ter acesso aos recursos para garantir sua produção de alimentos. Uma reivindicação muito justa para quem já perdeu muito, quase tudo com a ganância do homem branco.



Em reunião nesta última quarta-feira (25/05), em Dourados(MS), com os juízes auxiliares da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Marcelo Martins Berthe e Antonio Carlos Alves Braga Júnior, diversos caciques reivindicaram acesso a financiamento e a tecnologia para exercerem a atividade agrícola. “Os índios não querem só terra. Eles querem acesso a recursos, querem plantar. Eles têm consciência de que não podem mais viver da caça e da  pesca”, explicou Berthe, após encontro informal com líderes indígenas. Logo depois, os dois juízes ouviram o mesmo discurso dos produtores rurais da região. De acordo com os fazendeiros, em alguns casos é preciso ampliar a área demarcada para os índios, mas a questão principal é viabilizar a atividade econômica das tribos. “Os índios querem condição para trabalhar a terra que já têm”, afirmou Dácio Queiroz, secretário geral da Federação da Agricultura e Pecuária do Mato Grosso do Sul. 
A comissão de produtores, que se reuniu com o CNJ nesta manhã, informou que os fazendeiros poderiam assumir o encargo de oferecer tecnologia e transformar os indígenas em agricultores, se for dada uma solução para pacificar as partes. O debate sobre a demarcação de terras está provocando fuga de capitais e de investimentos na região, afirmou Dácio Queiroz. 
Braga Júnior reconheceu que a situação conflituosa não interessa a ninguém, nem aos fazendeiros nem aos índios, além de prejudicar o desenvolvimento da região. E lembrou que a solução para conflitos de massa é muito mais política do que jurídica. “A solução jurídica é pouco efetiva”, explicou. A conciliação, afirmou, é o melhor caminho. É esse o objetivo do seminário “Questões Fundiárias em Dourados” promovido pelo CNJ. O evento foi aberto na quarta-feira com a realização de uma audiência pública com a participação de líderes indígenas, ruralistas e autoridades. 


Gilson Euzébio (
Agência CNJ de Notícias)
foto: mochileiro.tur.br

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